* Por João Kepler

Essa recomendação do título deste texto foi retirado do livro Early Exit de Basil Peters: “Minha premissa é que startups e empresas iniciais devem adotar essa abordagem nova e simples — começarem pequenas, permanecerem enxutas, levantarem apenas o investimento de que realmente precisam, fazerem o negócio crescer e depois executarem uma saída antecipada” . Completa seu raciocínio explicando: “ faça um plano de negócio de dois anos no máximo. Desenvolva uma tecnologia nos primeiros 12 meses, e passe os próximos 12 meses desenvolvendo parcerias, vendas e clientes. Se você não conseguir bons clientes potenciais em 24 meses, pense em pivotar ou achar outra startup.”

Todos que me acompanham sabem que eu sou um grande incentivador da democratização do acesso ao capital e também das pequenas startups, mais eficientes e enxutas com crescimento orgânico (que faz mais com menos). Em minha opinião, nem toda startup precisa crescer exponencialmente para tentar ser um unicórnio e da mesma forma, nem todos os investidores precisam perseguir Unicórnios .

No Brasil muitos empreendedores ainda sonham com big deals, que seria um exit mais maduro, com mais tempo de operação e uma Valuation quanto maior, melhor. É um caminho mais longo, onde uma startup passa por várias rodadas de investimento e está sempre em crescimento, para tentar uma saída Pós série A com o Valuation acima de R$ 100 milhões ou fazer um IPO (oferta inicial pública) na Bolsa de Valores.

Não se trata de fazer uma saída antecipada a qualquer custo ou momento, se trata de ter um plano, de ter uma condição real de saída. Se trata de desenvolver uma startup sempre pensando no momento da venda.

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As startups que estão fazendo early exit no Brasil, fizeram poucas rodadas de investimento, no máximo até uma rodada série A. Para as empresas que adquirem essas Startups, é uma ótima oportunidade, pois além de comprar mais barato, elas ainda absorvem os serviços, tecnologia, pessoas e soluções escaláveis ​​​​dessas pequenas startups. E esse movimento faz com que o early exit seja uma ótima alternativa para o mercado, até porque o Brasil está com boa safra de startups promissoras, mas que, sozinhas, não vão conseguir alcançar maturidade para receber grandes aportes. Logo, o caminho mais natural para elas é serem compradas.

O Empreendedor no Brasil precisa repensar sua estratégia e considerar a venda antecipada

Do lado do investidor de Startup, o Exit é o momento de gerar liquidez. A maioria dos investimentos costuma ter um prazo de vencimento de 10 anos. Normalmente se espera entre cinco e sete anos para algum retorno, às vezes até mais, dependendo das regras, estágio e valor investido. Quanto maior o Valuation na saída futura, melhor para o Fundo e seus investidores, ou seja, a Startup vai ter que crescer bem para atingir os parâmetros para levantar uma nova rodada da série A, B em diante.

Lembrando que o melhor momento de investimento (Risco x Valuation) ou o Ponto de Inflexão, é quando a Startup atinge o PMF (product Market Fit) que geralemente acontece na rodada série A.

Para os investidores que investem nas Startups iniciantes, as chamadas Early Stage (rodadas Anjo, pré-seed e sede) o que importa é o múltiplo do valor investido, ganhar entre 3x e 5x o valor investido em uma saída no prazo médio de 3 anos, é sim um bom negócio.

A ideia do Early Exit é retirar o capital investido em média três anos. Apesar de ganhar menos, os riscos são bem menores que aguardar, esperar o negócio crescer para aumentar ainda mais o Valuation da Startup.

O investidor Pierre Schurmann costuma dizer que “um dos maiores riscos em termos financeiros é o investidor ou empreendedor esperar tempo demais para sair, esperando ganhar mais. Não entender o momento certo pode fazer com que a taxa de crescimento da empresa se estabilize ou até mesmo caia, o que deprecia o Valuation. Você esperou vários anos e, no final do dia, vai receber menos, o chamado ‘Ride over the top’. ” (passou do ponto!)

Vamos ressignificar o termo GO BIG ou GO HOME. De repente, o certo seria GO EXIT, montar negócios menores para depois, se tornar algo que alguém queira adquirir.

Acredito que mais compras estão chegando as Startups à medida que a inovação e a tecnologia são inevitáveis e permeiam todos os setores.

* João Kepler é CEO da Bossanova Inestimentos, venture capital mais ativa da América Latina. Especialista na relação empreendedor-investidor, foi premiado por 4x como o Melhor Anjo-Investidor do Brasil pelo Startup Awards.


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