Endeavor e Brazil at Silicon Valley Endeavor e Brazil at Silicon Valley

Publicado em: 03 de maio, 2023
Endeavor Brasil

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A Endeavor é a rede formada pelas empreendedoras e empreendedores à frente das scale-ups que mais crescem no mundo e que são grandes exemplos para o país.

O Brazil at Silicon Valley é a ponte entre o Brasil e o Vale do Silício, com foco em inovação e empreendedorismo. Confira aqui nossos principais aprendizados do evento.

Na Endeavor, acreditamos no poder das conexões. Do conhecimento compartilhado à capacidade que bons exemplos têm de inspirar e impulsionar novas ideias e transformações de forma global.

O Brazil at Silicon Valley (BSV) é um exemplo da potência das trocas. Um grande encontro da comunidade brasileira empreendedora que contribui para o desenvolvimento do país por meio da inovação e da tecnologia.

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Durante os dias 23 a 25 de abril, estivemos na Califórnia e nos juntamos a startups, scale-ups, fundos e outros players do ecossistema, para ouvir grandes lideranças, compartilhar experiências e participar da discussão sobre temas que estão borbulhando no ambiente de negócios – do Brasil e do mundo.

O potencial brasileiro 

Um mercado enorme e sub-atendido. Com mais de 200 milhões de pessoas e grande receptividade ao uso de novas tecnologias, temos espaço para criar e transformar indústrias e setores tradicionais.

O boom das fintechs é prova disso. Essas empresas estão revolucionando um setor marcado pela concentração em poucos players, alto custo e baixa penetração em produtos e serviços financeiros.

Mas o potencial vai além das fintechs. Áreas como transportes, moradia e infraestrutura, que continuam sendo desafios complexos no país, têm espaço para novas soluções e podem ser transformadas por meio da inovação.

As scale-ups da nossa rede são grandes exemplos. A Housi, oferece moradia por assinatura, de forma flexível e 100% digital, em mais de 100 cidades pelo país.

A Tembici está revolucionando o transporte urbano e é líder em micromobilidade, disponibilizando mais de 15 mil bicicletas para aluguel em mais de 10 cidades brasileiras e países como Argentina, Chile e Colômbia.

O Brasil ainda tem outra carta na manga: a adaptabilidade de suas empreendedoras e empreendedores. Em geral, na América Latina, os cenários econômico e político são atravessados por incertezas.

Nossa grande fortaleza é estarmos mais acostumados com a volatilidade. Temos a habilidade de perceber a mudança dos ventos e alterar a rota com muito mais agilidade.

Como disse Cesar Carvalho, Conselheiro Endeavor e Cofundador do Gympass, em uma conversa sobre como navegar em tempos difíceis: “A empreendedora e o empreendedor brasileiros são, provavelmente, os mais resilientes do mundo. Enfrentam todos os desafios, instabilidades e mudanças que temos aqui no Brasil e constroem uma casca tão forte, que pode ser aproveitada para grandes negócios.”

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Sustentabilidade: negócios que transformam o futuro

“Se existe uma área em que podemos nos tornar inovadores é a sustentabilidade.”

Essa frase logo no discurso de abertura do Brazil at Silicon Valley já antevia o destaque que o tema teria.  Além de trabalhar seguindo as diretrizes de ESG, as scale-ups e os novos negócios têm a oportunidade de usar tecnologia para solucionar problemas ambientais em escala global.

Mercados como o de carbono, energia e agricultura têm sido transformados pelas climate techs ou greentechs. Apesar de incipiente na América Latina, há um grande espaço para crescimento na área: segundo levantamento da Latitud em 2022, 14 centavos de cada dólar no mundo em venture capital estão sendo investidos nessas empresas.

Em 2022, a Solfácil levantou US$ 130 milhões, uma das maiores captações brasileiras do ano. Com soluções completas para instalação e manutenção de painéis solares, a scale-up já evitou a emissão de mais de 21 mil toneladas de CO2 na atmosfera.

Segundo estudo inédito da McKinsey lançado no evento, o Brasil pode assumir a liderança global em três áreas ligadas à sustentabilidade: energia renovável, materiais de base biológica e mercados de carbono. Juntos, esses negócios representam um mercado de mais de US$ 125 bilhões.

A Solubio, que usa tecnologia de ponta para substituir agroquímicos por bioinsumos, já reduziu o uso de substâncias tóxicas em mais de dois milhões de litros em lavouras por todo o país e, inclusive, impacta dez dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Saiba mais sobre o impacto da Solubio

No final das contas, todas as empresas precisarão se adaptar, em alguma medida, às mudanças do planeta. Viabilizar transformações por meio de negócios que solucionem problemas ligados às alterações climáticas é gerar impacto de longo prazo. Como pontuou Alex Laplaza, Partner Lowercarbon Capital e painelista do Brazil at Silicon Valley: “esta é uma oportunidade de investimento geracional de várias décadas”.

O que forma um grande exemplo empreendedor

Na palestra ‘Technology Trends and the Importance of Bold Leadership”,  Vinod Khosla, fundador da Khosla Ventures, trouxe reflexões importantes sobre liderança e mentalidade empreendedora.

A primeira lição do investidor é: “uma visão é maior do que qualquer obstáculo”. Para Vinod, empreender é como uma religião, ou seja, a paixão e o comprometimento pela visão de futuro é tão grande que mesmo as maiores adversidades podem ser superadas.

Claro, para alcançar essa visão é preciso se acostumar com a ambiguidade, com a incerteza, e com os riscos. Na perspectiva de Vinod, muitas vezes o empreendedorismo é romantizado, mas o dia a dia é muito difícil, ele definiu como: “os altos são altos, mas os baixos são realmente muito baixos.

Confira um bate-papo sobre garra e empreendedorismo com grandes lideranças de scale-ups

Muitas vezes a jornada empreendedora tem vários ‘zig zagues’, mas é importante se manter fiel à visão de longo prazo. Por isso é essencial que empreendedoras e empreendedores tenham flexibilidade para se adaptar aos diferentes contextos. Para Vinod a característica comum de todas as grandes pessoas empreendedoras é “ter a capacidade de sempre estar aprendendo, mais e melhor”.

Inteligência Artificial e futuro do trabalho

Inteligência Artificial (IA) foi um dos temas de maior destaque no Brazil at Silicon Valley e, durante as palestras e trocas entre empreendedoras e empreendedores, chegamos a um consenso: estamos diante de uma tecnologia poderosa.

A grande questão é: como podemos usá-la?

Temos a oportunidade de repensar os negócios com base nos avanços da IA, considerando a democratização desta ferramenta. Em breve, a tecnologia será compatível com diferentes dispositivos e aplicações, como por exemplo, os celulares.

Outro ponto de reflexão é sobre o futuro do trabalho, principalmente com a evolução da inteligência artificial generativa, capaz de recriar a criatividade humana.

Hoje, 85% das ocupações são criadas por novas tecnologias, promovendo áreas como desenvolvimento de software, engenharia de automação e análise de dados, além de postos de trabalho ligados a novos modelos de negócio. Além disso, há espaço para a realocação de pessoas para áreas mais estratégicas e menos manuais.

Por outro lado, a automação cada vez maior de processos e operações pode reduzir a oferta de empregos. O caminho é promover o aprendizado contínuo de profissionais, para que possam se reinventar.

Saiba como o ecossistema está desenvolvendo profissionais de tecnologia

Segundo Alexandr Wang, CEO e Cofundador da Scale AI: “Quase todo o trabalho será impactado de alguma forma, teremos que aprender a usar essas ferramentas e isso nos ajudará a construir coisas cada vez mais complexas.

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O cenário dos investimentos

O Brasil e a América Latina são vistos como um grande espaço de oportunidade para investimentos. Aqui, o mercado de capital de risco ainda é pequeno se comparado a outras regiões, mas estamos caminhando rapidamente.

Em 2022, 39% de todos os investimentos do Endeavor Catalyst, nosso fundo global de venture capital, foram na América-Latina. Dos 112 investimentos na região, mais de 40 são destinados a scale-ups do Brasil.

Mesmo com o pé no freio nos últimos meses, investidoras e investidores internacionais acreditam que o ecossistema de inovação brasileiro continuará crescendo. Sempre haverá espaço para boas ideias e ótimas histórias.

“Comparando fundadoras e fundadores dos Estados Unidos e do Brasil, muitas vezes o brasileiro tem um negócio mais promissor, mas o norte-americano o supera no storytelling. Empreendedoras e empreendedores brasileiros têm vantagens, mas precisam contar melhor sua história”, Angela Strange destaca.

Empresas resilientes, construídas a partir de uma visão ousada para solucionar problemas, e que continuam desenvolvendo habilidades de gerenciamento de produtos, também possuem uma grande vantagem competitiva.

Para Vinod Khosla, a receita gerada não é a métrica mais importante: “Quais ativos fundamentais você está construindo? Você está construindo um negócio de três meses, ou um de cinco, dez anos? Quais são as vantagens tecnológicas você terá? Essas são perguntas fundamentais.”

O relacionamento com fundos também é decisivo e suas redes de conexões, feita de empreendedoras e empreendedores que passam por desafios semelhantes, podem ser muito bem aproveitadas.

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