Seedz – Empreendedores Endeavor (2) Seedz – Empreendedores Endeavor (2)

Publicado em: 05 de junho, 2023
Ana Cardozo

A população mundial pode ultrapassar nove bilhões de pessoas até 2050. E para alimentar essa população, que cresce rapidamente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) prevê que o setor agrícola terá que aumentar sua produção em 70% – usando praticamente o mesmo espaço de terra disponível hoje. São mais de 500 milhões de fazendas no mundo, cinco milhões delas só no Brasil.

Nesse contexto, a transformação digital no campo pode endereçar esses e outros desafios globais, como a otimização de recursos, o aumento do rendimento da produção e o fortalecimento de práticas agrícolas mais sustentáveis e resilientes.

A Seedz, do Matheus e do Daniel, é um grande exemplo disso. Usando tecnologia para conectar empresas e produtores rurais, a agtech gera dados e oportunidades para toda a cadeia produtiva.

Conheça a história da scale-up e dos empreendedores que estão semeando a inovação no agro.

Unindo prática e planejamento 

Matheus tem vocação para agir. 

Bisneto, neto e filho de produtores rurais, aos oito anos de idade decidiu vender o excedente de uma plantação de abóboras do pai para feirantes da comunidade – e zerou o estoque. Desde então, não parou mais: idealizar, vender, negociar. Colocar a mão na massa é sua grande habilidade profissional.

Daniel tem talento para planejar. 

Saltou da faculdade de engenharia para uma grande consultoria e lá aprendeu a se adaptar a diversos setores, problemas e modelos de negócio. Aos 22 anos, antes de se formar, já estava empreendendo uma construtora – estruturou um plano do zero e captou dinheiro para sua empresa.

Uma ideia é uma semente

Depois de seis anos trabalhando em uma multinacional de engenharia, atuando no setor agropecuário, Matheus recebeu uma proposta para trabalhar nos Estados Unidos. Teve que tomar uma decisão: seguir a carreira como executivo ou criar seu próprio negócio. E sua natureza empreendedora falou mais alto.

Quando começou a pensar no que seria a Seedz, Matheus queria criar uma plataforma de fidelização, relacionamento e benefícios para o setor agrícola.

“Conversei com alguns amigos, um deles o Ofli, Empreendedor Endeavor do Méliuz, para formatar o modelo de negócio. Queria construir algo diferente, mas usando como inspiração algumas empresas que já fazem coisas similares em outros setores da economia”, explica.

A visão para o negócio estava lá, mas faltava um composto para fertilizar a nova empresa: organização. Matheus, então, chamou Daniel, um amigo de infância, para conversar. Na manhã seguinte, já estavam buscando um escritório para a Seedz.

“O Daniel não só entrou como sócio, mas também já deu um ritmo totalmente diferente para o negócio. Como ele tinha recém empreendido, sabia lidar com a burocracia de montar uma empresa e tirou muitas coisas das minhas costas para que eu pudesse conversar com clientes e entender melhor os desafios”, conta Matheus.

A união de habilidades complementares foi a semente para a Seedz nascer, em 2017.

Cultivando a Seedz

Os empreendedores enxergavam dois grandes desafios no mercado agrícola: 

  1. 1. O setor ainda estava em um processo inicial de digitalização e, com isso, empresas e pessoas agricultoras perdiam muitos recursos.
  2. 2. Havia um grande gap em dados para gerir clientes e produtos com eficiência.

“Trabalhando essas duas frentes, poderiamos criar uma base para resolver outros desafios da cadeia produtiva, como gestão financeira da fazenda, acesso a crédito e adoção de práticas ESG”, explica Matheus.

Por isso, o primeiro passo de Matheus e Daniel foi mergulhar no mundo desconhecido da tecnologia. Porém, um desafio: sem formação na área, precisavam contratar pessoas desenvolvedoras para construir a plataforma e, assim, começar a vender.

Como o digital ainda tinha muitas barreiras para ser adotado por pequenos e médios produtores, iniciaram a conversa com grandes empresas – o ciclo de vendas seria maior, mas os contratos também.

Surge, então, outro grande desafio: a resistência das corporações.

Os potenciais clientes queriam sociedade ou exclusividade, já que a solução da Seedz influenciava diretamente seus próprios negócios. Além disso, procuravam serviços e empresas mais maduros para uma parceria.

“Percebemos que havia uma distância grande entre a intenção de fechar negócio e a conclusão da venda em si. Durante um ano e meio, não conseguimos tirar nossa ideia do papel e o dinheiro estava ficando curto. Tínhamos produto, tecnologia, gente e oportunidade. Mas o cliente não virava o jogo”, comenta.

Precisavam mudar de rota. 

Depois de conversar com um amigo do setor de transportes, Matheus e Daniel perceberam desafios semelhantes. E seguiram  um caminho pouco convencional: fundaram outra empresa. A Ecobonuz tinha a mesma lógica da Seedz, mas no mercado de transporte. Com os resultados desse novo empreendimento, potenciais clientes da Seedz poderiam comprovar a capacidade de execução e entrega do time.

Além disso, o foco da Seedz passou a ser voltado para intermediários da cadeia agrícola, e não mais às grandes corporações, o que diminuiria o tempo do ciclo de vendas, reduziria o esforço da operação e facilitaria a validação da tecnologia.

Dito e feito. Depois de apenas seis meses, os resultados apareceram e as multinacionais passaram a fechar negócio.

Seedz: plantando inovação para colher impacto

Hoje, a Seedz atende mais de 1.700 empresas, 10 mil profissionais do setor e 100 mil produtoras e produtores rurais, em mais de 10 países da América Latina, além de ter um crescimento médio anual superior a 200% nos últimos quatro anos.

A scale-up oferece software CRM, gestão de campanhas comerciais, programa de incentivo e relacionamento, pesquisas, mapeamento e gestão de dados e safras, monitoramento de operações de trading, programa de fidelização e cashback, além de serviços financeiros para empresas e produtores rurais.

O Matheus e o Daniel estão ajudando produtoras e produtores rurais, principalmente de pequeno e médio porte, a ampliarem sua capacidade de planejamento, tomando decisões mais assertivas e desenvolvendo práticas mais sustentáveis.

Agora Empreendedores Endeavor, contam com a nossa rede global para continuarem semeando inovação.

“Fomos acelerados no Programa Scale-Up e nos identificamos muito com a rede e, principalmente, com o propósito do giveback. Ser Empreendedor Endeavor é um orgulho, uma inspiração e uma responsabilidade enorme. É estar comprometido com o efeito multiplicador, dar de volta ao ecossistema, e fazer com que mais pessoas acreditem no empreendedorismo como fonte de crescimento pessoal e desenvolvimento social”, Matheus finaliza.

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