O número de investidores-anjo cresceu 2% em 2022 em comparação ao ano anterior, hoje são mais de 7 mil investidores no Brasil. Por outro lado, com um cenário de muitas incertezas pela guerra da Ucrânia, alta da inflação, eleições no Brasil, entre outros motivos, o volume desse tipo de investimento recuou 2%. No ano passado foram aportados R$ 984 milhões em startups.
Os dados são da pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento-anjo e apoia o empreendedorismo inovador no país.
O estudo também levantou a perspectiva dos investidores para os aportes em 2023: haverá uma redução de pelo menos 4%, a pior expectativa desde 2011, sendo a primeira vez que projetam uma redução nos seus investimentos. “O investimento em startups precisa de estímulo e apoio para crescer e atingir todo seu potencial, que deveria ser R$ 10 bilhões ao ano”, afirma Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil, durante o Congresso de Investimento-Anjo.
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Importante observar que o volume de investimento no Brasil hoje é apenas 0,7% do que é investido em startups nos Estados Unidos, que somam aproximadamente US$ 29 bilhões anualmente. Apesar da evolução que o Brasil teve na última década em relação ao volume de investimento-anjo, o país ainda está aquém do seu potencial – R$ 10 bilhões, como menciona Spina.
Segundo ele, embora nenhum investidor-anjo faça esse tipo de aporte apenas pelo retorno financeiro e tenham sempre um proposito maior ao investir, é certo que o impacto da macroeconomia e volatilidade de ativos tem um efeito no volume aportado nas startups ao longo do ano.
Como o Brasil chega no seu potencial de investimentos-anjo?
De acordo com a Anjos do Brasil, para que o Brasil atinja todo seu potencial de investimentos-anjo é necessário a criação de políticas públicas para a área, conforme recomendação da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, organização econômica intergovernamental com 38 países membros, incluindo todos os BRICS, exceto pelo Brasil.
Durante o evento, Cassio cita o Marco Legal das Startups, que teve o artigo 7º retirado pelo Governo e previa a compensação de perdas com ganhos, como é feito em investimentos em ações de empresas listadas na Bolsa. “O investimento em startups é penalizado enquanto outros investimentos em empresas bem maiores, como as listas em Bolsa e emissoras de Debentures incentivadas, é isento. Isso cria um desestimulo para as startups”, explica.
Perfil dos investidores-anjo no Brasil
A pesquisa da Anjos do Brasil incluiu uma análise do perfil dos investidores-anjo brasileiros pela raça ou cor e gênero. Cerca de 86% são brancos, 6,6% se declaram pretos, pardos ou indígenas e 5% amarelos. Em relação a mulheres no setor, o número aumentou para 18%, comparado com 16% em 2021.
“A diversidade é um requisito para a inovação, é fundamental que todas as pessoas se envolvam em ações para aumentar a participação dos mais diversos perfis no universo de startups e investimento. A ação individual e coletiva precisa estar no sentido de estímulo a diversidade”, afirma Maria Rita Spina Bueno, conselheira da Anjos do Brasil.
Em relação aos setores de maior interesse dos investidores-anjo, as agritechs se destacam, com 58% de interesse, seguida por SaaS (Software-as-a-Service), com 49%, tecnologias para saúde e educação, com 48% e 45%, acima das fintechs com 42%.
Neste ano, se destacou também o crescimento pelo interesse nas startups de tecnologias como inteligência artificial, big data, realidade virtual/aumentada, as chamadas deeptechs, indicada por 41% dos respondentes.
Para ver o estudo completo, entre no site da Anjos do Brasil.
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