
A startup Pluvi surgiu como resultado de uma pesquisa para mestrado realizada pelas professoras do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade UFPE, Sávia Gavazza e Sylvana Santos. Durante a visita a algumas regiões do sertão, ambas perceberam a questão crítica enfrentada pelo setor hidráulico nessas áreas.
“Não apenas o sertão, mas também as regiões periféricas enfrentam escassez de água e lidam com a situação crítica de altos índices de chuvas, o que dificulta muito o saneamento básico. Para resolver esse problema, decidimos utilizar fontes alternativas de água para proporcionar qualidade de vida a pessoas de todas as classes sociais”, comenta Sávia.
A água da chuva, em seu estado natural e sem tratamento, não pode ser consumida, pois contém uma série de substâncias contaminantes absorvidas da atmosfera durante o processo de evaporação, incluindo toxinas provenientes de áreas urbanas e indústrias.
No entanto, as professoras decidiram desenvolver um sistema de tubulações com um material que separasse a água da chuva antes que ela se tornasse inadequada para consumo, utilizando uma tecnologia própria. Inicialmente, a tecnologia utilizada pela startup permitia o uso da água da chuva apenas para fins de limpeza, mas ao longo do tempo o produto foi aprimorado.
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Água potável para todos: como funciona o dispositivo da Pluvi
Atualmente, a tecnologia patenteada pela startup capta a água da chuva, separando o primeiro milímetro e armazenando-a. Quando um morador abre a torneira de sua casa, a água passa por um sistema de tratamento, fornecendo água potável pronta para consumo.
Com o dispositivo chamado “PluGow”, a startup utiliza a Internet das Coisas (IoT) para monitorar em tempo real a qualidade da água, garantindo a segurança sanitária a todos os usuários e seguindo os padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
“Entendemos que a separação do primeiro milímetro da chuva é essencial para torná-la potável. Além disso, acreditamos que podemos utilizá-la não apenas para limpeza, mas também para cozinhar e consumo”, diz Sávia.
A Pluvi é apoiada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco (Secti/PE), através da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe/PE), e é incubada no PoloTec da Universidade Federal de Pernambuco.
Reconhecimento e próximos passos da Pluvi
Atualmente, a startup possui uma equipe de nove pessoas, incluindo as sócias Sávia Gavazza e Sylvana Santos, além dos sócios-fundadores Júlio Luz e Isabelle Câmara. No momento, a startup ainda não comercializa seu produto. “Ainda estamos na fase de desenvolvimento, por isso nosso produto está disponível apenas para programas voltados à inovação e sustentabilidade dentro das universidades”, afirma Sávia, que também atua como mentora científica da Pluvi.
Em 2013, a startup foi reconhecida como uma tecnologia social pelo Banco do Brasil e recebeu o prêmio Mandacaru na categoria Pesquisa Aplicada. Em 2014, a Pluvi foi agraciada com o mais importante prêmio relacionado à água no Brasil, concedido pela Agência Nacional de Águas (ANA), na categoria Pesquisa e Inovação Tecnológica.
Agora, em 2023, Sávia Gavazza recebeu o prêmio Women Empowerment Award (Prêmio de Empoderamento Feminino), organizado pela Fundação Bayer. A solução coordenada pela professora, que torna a água potável, foi uma das cinco premiadas na América Latina, dentre um total de 981 inscrições.
O prêmio tem como objetivo fornecer suporte e reconhecimento a mulheres empreendedoras de todo o hemisfério Sul, cujos negócios tenham impacto socioambiental. “O prêmio serve como reconhecimento ao trabalho que estamos realizando. Além disso, também nos ajuda financeiramente, pois recebemos 26 mil euros”, destaca Gavazza.
De acordo com a professora, os próximos passos da startup incluem ajudar mais de 70 famílias ainda este ano. Além disso, eles pretendem iniciar a comercialização do produto em todas as regiões do Brasil, a fim de permitir que mais pessoas tenham acesso a água potável e de qualidade.
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