De 2000 para 2023, o número de startups na América Latina aumentou de 558 para 33.489, representando um crescimento de 60 vezes, segundo o relatório “Panorama Tech na América Latina 2023″ do Distrito.

Ao longo do período entre 2013 e 2023, o Brasil se sobressaiu como o país com o maior número de startups abertas e ativas na região. Com mais de 13 mil startups ativas, o que representa 62,9% do total, o Brasil lidera como um centro de startups na América Latina. Ele é seguido pelo México (11,7%), Argentina (7,1%), Colômbia (6,2%) e Chile (5,1%).

Brasil é o país da América Latina com maior número de startups abertas e ativas, afirma estudo

No que se refere aos setores, fintech é o segmento mais proeminente na América Latina. O setor não está concentrado apenas em alguns países específicos da região. Ao contrário, ele desempenha um papel relevante em quase todos os países latino-americanos. Esse mesmo panorama se estende a retailtech, que ocupa a segunda posição em número de startups, e a martech, que se destaca como o terceiro maior setor na América Latina.

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Já o modelo de negócios predominante na América Latina é o Software as a Service (SaaS). “Essa dominância é justificada não apenas pela maior facilidade de escalar negócios baseados em SaaS, mas também pelo fato de que essas empresas têm mais oportunidades de se conectar com potenciais clientes e até mesmo investidores”, explica Gustavo Gierun, CEO do Distrito.

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Quando consideramos as startups que atuam no segmento B2B, foi percebido que mais de 66% de todas as startups existentes na América Latina oferecem produtos e serviços direcionados a esse público. Além disso, as startups que focam exclusivamente no mercado B2B, sem atingir outros públicos, representam 50,6% do total. Os principais mercados da região possuem uma distribuição semelhante. A proporção de startups voltadas exclusivamente para o público B2B não varia mais do que 10% entre os diferentes países, demonstrando um padrão claro de preferência e estabilidade na região.

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Hoje, a América Latina conta com um total de 45 unicórnios. Nesse contexto, o Brasil, como a maior economia da região, abriga 24 deles, o que representa mais da metade de todas as startups que alcançaram esse status na América Latina. Em seguida, vêm Argentina e México ambos com 7 empresas que atingiram uma avaliação de US$ 1 bilhão enquanto ainda estavam em fase de capital fechado.

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As 45 startups da América Latina que alcançaram o status de unicórnio levaram, em média, 8,5 anos para atingir esse marco. A startup que demorou mais para chegar a essa posição levou 36 anos, enquanto aquela que precisou de menos tempo levou cerca de um ano para atingir uma avaliação de US$ 1 bilhão. A maioria significativa dessas empresas foi fundada a partir de 2011.

Se olharmos apenas para a média dessas startups, elas alcançaram o status de unicórnio em aproximadamente 5,8 anos. Ao considerar apenas as startups fundadas a partir de 2015, a média cai para exatos quatro anos. “Isso evidencia que as startups estão demorando cada vez menos tempo para atingir o status de unicórnio, graças ao aprendizado com casos de sucesso anteriores, ao aumento do investimento disponível para esse tipo de empresa e ao crescimento geral do mercado de tecnologia na região”, explica Gierun.

Cenário de Venture Capital e M&A

Referente ao cenário de Venture Capital (VC) e fusões e aquisições (M&As), as startups da América Latina receberam um total de mais de US$ 37 bilhões desde 2019. Esse montante foi investido por meio de 5.464 rodadas de financiamento. O ano de maior atividade foi 2021, quando mais de US$ 16 bilhões foram investidos em 1.633 rodadas de financiamento.

“Os números evidenciam como a América Latina abriga países com um notável potencial de crescimento. Circunstâncias desafiadoras incentivam o surgimento de startups inovadoras. No SoftBank estamos extremamente satisfeitos em fazer parte dessa trajetória e contribuir para o desenvolvimento das startups de tecnologia na região”, afirma Alex Szapiro, Head para o Brasil e Managing Partner do SoftBank na América Latina. “Iniciamos nossa trajetória na região em 2019 com um fundo de US$ 5 bilhões – um montante consideravelmente maior do que todos os recursos disponíveis até então – e em 2021 dobramos o investimento. Atualmente, temos quase US$ 8 bilhões alocados em 91 empresas e continuamos otimistas, monitorando oportunidades e investindo de forma sólida na região”, diz ele.

Brasil é o país da América Latina com maior número de startups abertas e ativas, afirma estudo

O mercado de tecnologia experimentou um período de notável crescimento entre 2019 e 2021, impulsionado pela crescente demanda por digitalização durante a pandemia. Recentemente, com o aumento da taxa de juros e da inflação em diversos países, juntamente com o colapso repentino do Silicon Valley Bank, ocorreu uma desaceleração no mercado de Venture Capital na região. Ao comparar o segundo trimestre de 2021 com o segundo trimestre de 2023, observa-se uma queda de 84,7% no volume de investimentos e uma redução de 50,8% no número de rodadas.

A redução no ritmo afetou todas as fases de investimento, porém teve um efeito mais significativo nas avançadas. Como resultado, a diminuição do late-stage provocou uma diminuição na quantidade de rodadas de grandes valores de investimento. Além disso, o número de investidores em late stage caiu proporcionalmente muito mais do que em seed e early stage.

“Estamos vivendo uma nova fase. Fundos passam por um momento desafiador para angariar capital. Isso dificultará a consolidação dos que estavam no início de suas jornadas”, analisa Rodrigo Baer, sócio-fundador e managing partner da Upload Ventures. “Enquanto isso, os fundos estabelecidos, embora possuam capital, adotarão uma abordagem mais criteriosa na alocação de recursos. Essa conjuntura já demanda empresas com maior disciplina de gestão e, por consequência, maior eficiência”, diz ele.

Para o CEO do Distrito, o amadurecimento natural do ecossistema foi um dos fatores que colaborou para esta ascensão no número de startups na região. Isso se evidencia através do surgimento e consolidação de investidores regionais, seja em estruturas de Venture Capital tradicionais ou até mesmo Corporate Venture Capital, e grupos de anjos. ” O ecossistema de inovação foi enriquecido e fortalecido pela entrada de investidores internacionais, os quais injetaram quantias substanciais na região, acelerando o crescimento de muito empreendimentos e estimulando a inovação de maneira global”, conclui Gierun.


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