
O Google saiu com uma vitória parcial em seu maior processo antitruste nos Estados Unidos desde os anos 1990. O juiz federal Amit Mehta decidiu que a empresa não precisará se desfazer do navegador Chrome nem do sistema operacional Android, como defendia o Departamento de Justiça (DoJ), mas determinou mudanças para reduzir o poder de mercado da gigante de tecnologia.
A decisão obriga o Google a compartilhar parte de seus dados de buscas e interações de usuários com concorrentes “qualificados”, permitindo que rivais desenvolvam seus próprios buscadores e plataformas de publicidade. Além disso, a companhia não poderá mais condicionar acordos de licenciamento e distribuição de aplicativos a contratos exclusivos que prejudiquem competidores.
Um dos pontos mais sensíveis para o mercado também foi mantido: os pagamentos bilionários que o Google faz à Apple para ser o buscador padrão no iPhone. Segundo analistas, a empresa gasta cerca de US$ 20 bilhões por ano apenas com esse contrato. O juiz entendeu que, diante da ascensão da inteligência artificial, não há necessidade imediata de proibir os repasses.
O alívio para investidores se refletiu nas bolsas. As ações da Alphabet, controladora do Google, subiram mais de 7% após o anúncio, enquanto os papéis da Apple avançaram 3%.
Google não aceitará vitória parcial
A decisão representa um equilíbrio: preserva os principais produtos e receitas do Google, mas impõe ajustes para evitar práticas de exclusão de concorrentes. “Aqui o tribunal é convidado a olhar para uma bola de cristal e prever o futuro. Não exatamente o forte de um juiz”, escreveu Mehta, ao citar o avanço das ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT da OpenAI, que já ameaçam a primazia da busca tradicional.
O Google já afirmou que recorrerá da decisão, o que pode levar o caso até a Suprema Corte e prolongar a disputa até 2027 ou 2028. Enquanto isso, o processo marca um novo capítulo no cerco regulatório às Big Techs nos Estados Unidos, que também envolve ações contra Meta, Amazon e Apple.
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