O ranking mundial de bilionários registrou uma mudança nesta quarta-feira (10). Larry Ellison, fundador da Oracle, superou Elon Musk e tornou-se a pessoa mais rica do planeta. O patrimônio do executivo atingiu US$ 393 bilhões (cerca de R$ 2 trilhões), após alta expressiva nas ações da empresa de tecnologia.
O avanço decorre dos resultados financeiros divulgados pela companhia um dia antes. Os números impulsionaram a valorização dos papéis em Nova York, elevando a fortuna de Ellison em US$ 101 bilhões (R$ 546 bilhões) em apenas uma manhã, segundo a Bloomberg. Trata-se do maior aumento diário já registrado pelo índice de monitoramento de grandes fortunas.
Até então, a liderança pertencia a Musk, dono da Tesla e da SpaceX, com US$ 385 bilhões (aproximadamente R$ 2 trilhões). O empresário sul-africano naturalizado americano havia recuperado a posição em 2024, após ser superado em anos anteriores por Jeff Bezos, da Amazon, e Bernard Arnault, do grupo francês LVMH.
Mercado reage à demanda por nuvem e inteligência artificial
As ações da Oracle já acumulavam alta de 45% em 2025. Nesta quarta, registraram salto adicional de 41%, refletindo a procura crescente por infraestrutura de nuvem associada ao desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial.
Esse tipo de serviço oferece capacidade de processamento e armazenamento sob demanda, permitindo que organizações treinem modelos complexos, lidem com grandes volumes de dados e ampliem operações sem depender de instalações próprias.
Empresas como OpenAI e xAI ampliaram investimentos para garantir competitividade nesse setor, impulsionando a procura por serviços de companhias de tecnologia, entre elas a Oracle. Durante o trimestre encerrado em agosto, a empresa fechou quatro contratos bilionários com clientes de grande porte, reforçando perspectivas de crescimento.
Resultados financeiros
O balanço da Oracle apontou lucro ajustado de US$ 1,47 por ação no período, ligeiramente abaixo da previsão de US$ 1,48 de analistas consultados pela LSEG. A receita alcançou US$ 14,93 bilhões (R$ 80 bilhões), representando aumento de 12% em relação aos US$ 13,3 bilhões (R$ 71 bilhões) do mesmo trimestre do ano anterior.
O lucro líquido ficou em US$ 2,93 bilhões, valor praticamente estável em comparação com igual período de 2024. Mesmo assim, a expectativa do mercado sobre a capacidade de crescimento no setor de nuvem sustentou a valorização dos papéis.
Recorde na bolsa americana
Na Nasdaq, índice que reúne companhias de tecnologia, as ações da Oracle abriram em alta e chegaram a US$ 325,90 (R$ 1.761), maior patamar da história da empresa. Por volta das 14h, os papéis eram negociados a US$ 335,43 (R$ 1.812), em alta de 38,89%.
O desempenho positivo refletiu também em fornecedoras de semicondutores, como Nvidia, Broadcom e AMD, que subiram entre 2,8% e 4,6% no início do dia. A concorrente CoreWeave avançou 17% no mesmo período.
Musk assumiu o posto de pessoa mais rica do mundo em 2021, impulsionado pela valorização da Tesla. Desde então, alternou a liderança com Bezos e Arnault. Em 2024, recuperou a dianteira e a manteve por pouco mais de 300 dias.
As ações da Tesla, no entanto, recuaram 13% em 2025, refletindo desafios de mercado. Paralelamente, o conselho da empresa propôs um pacote de remuneração a Musk que pode levá-lo a se tornar o primeiro trilionário caso atinja metas de expansão e lucratividade.
Perfil de Larry Ellison
Aos 81 anos, Ellison ocupa atualmente a presidência do conselho e o cargo de diretor de tecnologia da Oracle, companhia que fundou em 1977. A maior parte de seu patrimônio está vinculada às ações da empresa, especializada em software de banco de dados e serviços de nuvem.
Com a disparada dos papéis, Ellison assumiu a liderança do ranking da Bloomberg, superando Musk. A movimentação reflete não apenas resultados de curto prazo, mas também expectativas em torno da corrida global por infraestrutura de inteligência artificial.
O setor de tecnologia segue concentrando parte relevante da riqueza mundial. A valorização das companhias ligadas à inteligência artificial e à nuvem projeta novos movimentos nos índices de grandes fortunas.
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