A PsiQuantum anunciou a captação de US$ 1 bilhão em uma rodada Série E, que leva o valuation da companhia para US$ 7 bilhões. O objetivo é financiar a construção dos primeiros computadores quânticos tolerantes a falhas e úteis em escala comercial. Com o aporte, a empresa planeja iniciar obras de sites de computação quântica de grande porte em Brisbane (Austrália) e Chicago (EUA), além de validar protótipos em escala e avançar no desenvolvimento de seus chips fotônicos quânticos.

A rodada foi liderada por fundos e contas geridos por afiliadas da BlackRock, com participação da Temasek e da Baillie Gifford. Também entraram no cap table Macquarie Capital, Ribbit Capital, NVentures (braço de venture capital da NVIDIA), Adage Capital Management, Qatar Investment Authority (QIA), Type One Ventures, Counterpoint Global (Morgan Stanley), 1789 Capital e S Ventures (SentinelOne). Investidores já existentes, como Blackbird, Third Point Ventures e T. Rowe Price Associates, também acompanharam.

PsiQuantum aposta em qubits fotônicos

Segundo a PsiQuantum, o avanço rumo a computadores quânticos comercialmente relevantes exige correção de erros e, portanto, milhões de qubits físicos. A aposta da empresa está nos qubits fotônicos, que permitem aproveitar a cadeia de manufatura de semicondutores em grande escala e superar barreiras de produção, refrigeração e rede que limitam outras abordagens.

“Só construir a máquina real — de milhões de qubits e tolerante a falhas — vai liberar o verdadeiro potencial da computação quântica. Desde o início, encaramos isso como um desafio de engenharia em grande escala, e não um experimento científico”, disse Prof. Jeremy O’Brien, cofundador e CEO da PsiQuantum.

“Temos os chips, os switches, a tecnologia de resfriamento escalável, a capacidade de rede, os sites e o apoio comercial e governamental. Estamos prontos para construir sistemas em escala utilitária”, acrescentou Dr. Pete Shadbolt, cofundador e Chief Scientific Officer.

Além de contar com investimento do braço de VC da NVIDIA, a PsiQuantum também colabora com a empresa em algoritmos quânticos, integração GPU-QPU e desenvolvimento da plataforma de silício fotônico.

Desde sua Série D em 2021, a startup estabeleceu um processo de fabricação em larga escala de chipsets fotônicos integrados, produzidos na GlobalFoundries’ Fab 8 (Nova York), e passou a fabricar wafers de Bário Titanato (BTO) em sua planta na Califórnia. O BTO é um dos materiais eletro-ópticos mais avançados do mundo e considerado peça-chave para escalar a computação quântica óptica.

A empresa também desenvolveu um sistema de refrigeração modular, semelhante a racks de datacenter, capaz de resfriar centenas de chips em um único gabinete, evitando a dependência dos criostatos “candelabro” típicos do setor. Além disso, já demonstrou rede quântica de alta fidelidade entre gabinetes distantes via fibra óptica padrão, considerada essencial para a escalabilidade comercial.

O novo financiamento vai permitir à PsiQuantum ampliar a produção de BTO e avançar rumo a computadores quânticos capazes de resolver problemas complexos para indústrias e governos. A tecnologia também pode ser aplicada em supercomputadores de IA de próxima geração, à medida que cresce a demanda por redes ópticas de baixo consumo e alta velocidade para workloads de inteligência artificial.


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