O programa está em fase de capacitação, na qual participantes são orientados a montar um plano de inovação. Os alunos também fazem curso sobre proteção de ativos de propriedade industrial
O programa Catalisa ICT, iniciativa do Sebrae voltada para fomentar a criação de negócios de base tecnológica inovadores a partir de pesquisas acadêmicas, está avançando na fase de capacitação dos selecionados. Nesta fase de qualificação com duração de dois meses, 1,8 mil pesquisadores estão participando dos treinamentos, aprendendo a estruturar um plano de inovação que será submetido ao edital específico do programa. Além disso, foi disponibilizado aos pesquisadores um curso sobre a importância da proteção da tecnologia, por meio de patentes, desenho industrial e marcas.
O curso de Nivelamento em Propriedade Intelectual é oferecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) aos pesquisadores do Catalisa ICT. O conteúdo programático prevê módulos sobre registros de marcas e desenhos industriais, patentes e uso de informação tecnológica. Victor Azevedo, um dos selecionados para o Catalisa ICT, diz que já se inscreveu no curso do INPI e pretende iniciar as aulas o quanto antes. “Eu faço registro de marcas há um tempo, inclusive já precisei judicializar um caso de uso indevido de uma marca minha. Faz todo sentido esse tipo de conhecimento para os pesquisadores porque o Catalisa ICT tem objetivo de colocar em funcionamento negócios inovadores. Então, é importante que os empreendedores conheçam sobre propriedade intelectual. Me inscrevi e vou começar a assistir às aulas”, afirma.
A analista de inovação do Sebrae, Hulda Giesbrecht, observa que, em muitos casos, as pesquisas produzem ativos intangíveis, ideias, soluções que precisam ser protegidos. “O conteúdo de propriedade intelectual que está sendo aportado pelo INPI no Catalisa ICT é fundamental para que os pesquisadores possam conhecer e entender sobre as possibilidades de proteção dos ativos intangíveis dos resultados de suas pesquisas. E a partir dessa proteção, por meio de patentes, desenho industrial e marcas, fazer negócios com esses ativos na forma de contratos de tecnologia”, pontua.
Catalisa ICT na prática
A Wiglo é uma startup em fase pré-operacional criada por Victor Azevedo, doutor em engenharia da computação na área de geomática. A principal solução tecnológica oferecida pela empresa é o Foursafe, software de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para tomada de decisão em riscos ambientais. O programa foi criado para informar sobre possíveis incidentes climáticos, tais como chuvas intensas, deslizamentos e alagamentos. De acordo com Azevedo, a expectativa é que com o Catalisa ICT ele possa impulsionar seu negócio no mercado.
“Para mim o grande diferencial do Catalisa ICT é criar essa aproximação entre os pesquisadores e o mundo dos negócios. Quando estamos na academia somos, em geral, estimulados a publicar artigos. O programa tem a inovação de propor que os estudos sejam aplicados em negócios que gerem impacto social. Eu nunca tinha visto algo desse tipo no nosso país. O Sebrae está de parabéns pela iniciativa. É um apoio metodológico que pode impactar diretamente na atuação dos negócios no mercado”, analisa o doutor.
Catalisa ICT Talks
Além dos cursos, os alunos do Catalisa ICT estão tendo a oportunidade de ouvir especialistas para falarem de assuntos do interesse dos pesquisadores. Os próximos Talks estão previstos para os dias 21 e 28 de maio. “Desenvolvendo negócios de base tecnológica” e “Inovações conectadas com desafios do mercado” são os temas que contarão com a presença de figuras como Patrick Teyssonneyre, desenvolvedor de negócios inovadores em Cingapura; Daniel Pimentel, diretor da Emerge; Thadeu Junqueira, gerente de inovação da Natura; Ricardo Ramos, consultor de inovação da Petrobras, entre outros.
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