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Publicado em: 02 de março, 2023
Ana Cardozo Ana Cardozo

Antes mesmo de chegar ao parque, você a vê: curvas sinuosas, subidas e descidas imponentes. Olhar para aquele gigante de aço já dá frio na barriga. É preciso ter coragem para embarcar e apertar o cinto. 

Como uma montanha-russa, empreender é uma jornada de altos e baixos em alta velocidade. É assim que podemos descrever a história da Daniela, do Ricardo, da Juliana e do Marcelo à frente da Pismo.

Com a missão de revolucionar o setor de serviços financeiros em todo o mundo, são exemplo de que liderar uma scale-up é uma viagem cheia de adrenalina – e comprovam que todo o trajeto vale a pena.

Computação: o ponto de partida

Desde os 14 anos, Daniela já sabia que caminho seguir. Depois de fazer um curso de computação, se apaixonou pela área e começou sua carreira como desenvolvedora em uma software house, estagiando no time do Marcelo.

Juliana, sua irmã mais nova, seguiu na mesma direção. Inspirando-se em Daniela, cursou processamento de dados na faculdade e, logo no primeiro semestre, iniciou um estágio. Foi uma vivência real, que a ajudou a entender o mercado e custear as despesas do curso. 

Marcelo trabalhou por seis anos na mesma software house em que atuava Daniela, desenvolvendo um ERP (sistema integrado de gestão empresarial) próprio. Liderava um time pequeno de desenvolvimento. 

Ricardo, por sua vez, mergulhou no mundo das finanças. Passou pelo Banco Garantia e pelo Credit Suisse antes de trabalhar na empresa do pai. Lá, havia um pequeno grupo desenvolvendo uma plataforma de processamento de pagamentos.

O projeto cresceu e tornou-se um negócio separado, a Conductor.

Esse também foi o início do trajeto da montanha-russa para os quatro, sentados no mesmo vagão: Ricardo era CEO da empresa enquanto Daniela, Marcelo e Juliana faziam parte da equipe de desenvolvimento.

“A gente começou fazendo mais ou menos a mesma coisa, mas nos direcionamos a carreiras diferentes. O Marcelo continuou com engenharia de desenvolvimento de software. A Juliana foi para produtos. E eu segui o caminho da infraestrutura”, conta Daniela. 

Depois de muitos anos na Conductor, que se tornou uma grande empresa, era hora de encerrar o ciclo. O Ricardo saiu em 2012, quando o negócio estava sendo preparado para ser vendido. A Daniela deixou a empresa em 2014, com a intenção de estudar e empreender. No ano seguinte, a Juliana e o Marcelo saíram para ajudar a construir o que seria a Pismo.

A ideia: o looping decisivo

Em seus estudos, a Daniela entrou em contato com novas tecnologias, como computação em nuvem e big data – e percebeu a oportunidade de fazer algo diferente.

“Havia um grande atraso na indústria financeira em comparação com outros setores. Na época, acompanhávamos o lançamento de muitos bancos digitais e víamos que a renovação estava só na camada de apresentação. Tinha muita coisa que ainda precisava ser refeita embaixo do capô”, ela explica.

Então, ela convenceu Ricardo de que existia espaço para criar algo novo em infraestrutura, escalável e operacionalizado no modelo SaaS, de software como serviço. Seria uma solução em nuvem pilotada pelos próprios clientes. 

Para entender o que seria esse produto, Daniela e Ricardo conversaram com alguns líderes de empresas de serviços financeiros, como a Ju Freitas, Empreendedora Endeavor da FortBrasil.

Meses depois, a Juliana e o Marcelo embarcaram no projeto e a Pismo começou a ser construída – partindo de uma folha em branco e muitas reuniões na sala de jantar.

“Tenho lembranças muito boas dessa época, desenhando os primeiros protótipos, as primeiras rotinas. A gente vibrava com cada conquista. Depois do primeiro ano é que vieram as primeiras tensões. Quando o crescimento chega, vem também a pressão”, Juliana relembra.

No final de 2016, com o MVP pronto e alguns pequenos clientes, a Pismo conseguiu sua primeira captação de recursos, com a Redpoint Ventures.

Esse foi o ponto de virada. Ou melhor, foi o looping que mudou tudo.

Pismo: subindo em alta velocidade

Depois da captação, a proposta da Pismo passou por algumas mudanças. “Logo depois que a Redpoint entrou, tivemos um crescimento relevante no negócio. Mudamos a ideia original, que era oferecer uma espécie de carteira digital, para focar em grandes empresas”, explica Ricardo.

Com o tempo, a Pismo passou a fornecer uma plataforma de processamento completa para serviços bancários e pagamentos, oferecendo flexibilidade e agilidade a bancos, fintechs e outras instituições financeiras.

“Ao longo dos quatro primeiros anos, havia muita repetição do que a gente tinha feito na Conductor, mas era como se fosse a primeira vez. Tínhamos um time muito jovem. Muitos não sabiam nada sobre cartões e a gente foi fazendo o time crescer, passando informações. Era uma troca muito intensa”, conta Marcelo.

De lá para cá, a scale-up cresceu em alta velocidade. Em março de 2020, tinha 40 pessoas no time e, hoje, conta com 450. A experiência na Conductor foi importante para guiar os passos da Juliana, da Daniela, do Marcelo e do Ricardo, principalmente em relação ao tipo de empresa que queriam construir.

“Temos orgulho dos diferenciais da plataforma, mas também de como a gente construiu o time. Contratamos centenas de pessoas durante a pandemia e sempre procuramos criar um ambiente onde essas pessoas podem ser elas mesmas. Discutimos diversidade e saúde mental; e consolidamos uma cultura forte, centrada nos indivíduos”, Daniela pontua.

A diversidade estava presente desde a criação da Pismo, com duas empreendedoras inseridas em um ambiente predominantemente masculino.

“Não foi fácil, pela educação que a gente recebeu e pelo lugar onde estávamos inseridas. Normalmente, estou com o Ricardo em conversas com investidores; e confesso que já me ocorreu que talvez fosse diferente se eu estivesse sozinha. Mas encontramos gente muito boa pelo caminho”, conta Daniela.

“Sendo mulher e trabalhando com pagamentos, sempre ouvi piadinhas em relação a cartões de crédito. De alguma forma, eu sinalizava o incômodo. Fico feliz em construir um ambiente dentro da Pismo onde as pessoas não passem por essas situações desconfortáveis”, complementa Juliana.

Impacto: a viagem sem destino final

Hoje, a Pismo está revolucionando o mercado com uma plataforma que moderniza sistemas financeiros e agiliza o desenvolvimento de novos produtos e soluções. São mais de 70 milhões de contas gerenciadas, 2,2 bilhões de transações financeiras por ano e 200 bilhões de dólares em transações anuais. A empresa tem clientes como os bancos Itaú e BTG Pactual, a B3 e a rede chilena de lojas Falabella.

“Nosso sonho é construir algo tão grande que vai se espalhar pelo mundo e fazer história, que vai tocar as pessoas e permanecer quando não estivermos mais aqui”, conta Daniela.

As Empreendedoras e Empreendedores Endeavor são exemplos de que sempre é possível sonhar mais alto – e agora têm o apoio da nossa rede global para continuar crescendo.

Saiba como apoiamos os grandes exemplos

“Empreender é andar de montanha-russa todos os dias. Ser Empreendedor Endeavor é andar acompanhado nessa montanha-russa. É ter suporte, aprender e compartilhar com um grupo de pessoas que passou por experiências parecidas”, finaliza Ricardo. 

E assim, o trajeto continua – cheio de subidas, descidas e loopings em alta velocidade. Crescer e multiplicar impacto é uma viagem sem destino final.

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