QI Tech – Empreendedores Endeavor QI Tech – Empreendedores Endeavor

Publicado em: 19 de junho, 2023
Ana Cardozo

Uma pedra no meio do caminho.

Muita burocracia e falta de infraestrutura eficiente para o acesso a crédito.

Mas, pessoas empreendedoras de alto impacto são capazes de enxergar, além da cortina de fumaça da incerteza, o novo que está emergindo. Prontas para se anteciparem às mudanças e propor soluções que moldam o futuro.

O Pedro, o Marcelo e o Benti transformaram obstáculo em oportunidade ao fundarem a QI Tech.

E hoje estão impulsionando as operações financeiras de centenas de negócios, oferecendo toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento de produtos e serviços financeiros.

Conheça a scale-up que está revolucionando produtos bancários no Brasil.

A inquietação de Pedro

Pedro sempre gostou de superar desafios. Na adolescência, como jogador de tênis, colocava suas habilidades físicas e mentais à prova em diversos campeonatos. Na faculdade, trabalhava desde cedo para pagar os custos de estudar e morar em São Paulo.

Depois de uma experiência em marketing, seguiu para a área de classificação de riscos, na Standard and Poor’s. Lá, aprendeu muito sobre o mercado financeiro, mas sua inquietação pedia novos estímulos. Aos 25 anos, decidiu empreender pela primeira vez.

“Empresas muito grandes já têm processos maduros e organizados. Isso faz com que os desafios sejam menores. Nesse período, estudei alguns modelos de negócio e criei a Sorse, um fundo de investimentos focado em crédito”, ele conta.

Em 2014, depois de um ano à frente do negócio, Pedro se deparou com sua primeira grande ‘pedra no caminho’. Sem capital nem clientes, a Sorse estava prestes a quebrar. A única solução foi vender a empresa para quitar as dívidas.

Depois da venda da Sorse, a vontade de continuar caminhando pelo empreendedorismo permanecia. Então, logo fundou a Quatá Investimentos. “Trabalhei por quatro anos em uma corretora de valores e decidi empreender de novo. A Quatá era uma cópia da Sorse, mas dessa vez carregava vários aprendizados”, relembra.

Desafio superado: Pedro liderou a Quatá por 11 anos.

O empenho de Marcelo

Marcelo também testava seus limites jogando tênis, começando a competir com dez anos de idade. Na época do colegial, abriu mão do esporte para priorizar os estudos.

Passou no vestibular e se mudou de Presidente Prudente para São Paulo para estudar economia na USP. A vivência na cidade grande foi seu primeiro grande desafio. “Vim do interior e sou filho único, quando cheguei foi um baque, tomei um susto. Mas foi muito bom para meu aprendizado”, ele diz.

Por um período, achou que seguiria a carreira acadêmica, mas percebeu que desejava viver a experiência do mercado. Fez um estágio no Barclays, um banco britânico de investimentos. Logo depois, já no fim da faculdade, começou a trabalhar na Quatá, onde conheceu o Pedro.

Depois de alguns anos de experiência na companhia, Marcelo recebeu uma proposta externa. Ele queria explorar novos caminhos.

Quando levou a questão para o então CEO da Quatá, uma surpresa: Pedro queria empreender junto com Marcelo.

“Ele me convidou para ser sócio da Quatá e, depois, quando me chamou para fundarmos um novo negócio juntos, eu aceitei na hora. No início, eu não tinha um espírito empreendedor, mas a energia e a inquietação do Pedro me motivaram bastante”, Marcelo conta.

Esse novo negócio era a QI Tech.

A resiliência de Benti

Benti cresceu com pais muito jovens e viveu momentos de batalha financeira. Na escola, conseguiu uma bolsa de estudos graças às suas habilidades no xadrez e, com 13 anos, transformou seus desafios em apostas: começou a jogar pôquer.

Anos depois, o pôquer ajudou a pagar os custos extras da faculdade. “Estudava em período integral e, como era bolsista, tinha que manter notas altas. O pôquer foi uma fonte de renda, comecei a trabalhar como Croupier três vezes por semana e jogava fora do horário das aulas. Foi assim que paguei os custos de moradia e materiais de estudo”, Benti explica.

No fim da graduação, trabalhou no Goldman Sachs, fazendo transações eletrônicas na bolsa de valores. Depois de cinco anos, foi demitido e viu nesse obstáculo um incentivo para empreender.

“Passei três meses em Berlim, a cena empreendedora estava muito forte e conheci bastante gente. Naquela época, uma nova empresa estava fazendo bastante barulho no Brasil, o Nubank. Foi aí que comecei a acompanhar mais de perto as inovações no mercado financeiro”, ele relembra.

Benti decidiu digitalizar um processo até então bastante analógico: a antecipação de recebíveis. Em 2015, nascia a Banfox.

A fintech cresceu e chegou a receber investimento de venture capital, mas Benti se perguntava: como realmente escalar?

Em 2017, consultas públicas do Banco Central levaram ao surgimento de novas instituições financeiras. O empreendedor decidiu vender a Banfox e, nesse momento, viu a QI Tech nascendo, a primeira SCD (sociedade de crédito direto) do Brasil.

“Percebi que existiam pessoas que estavam pensando a mesma coisa que eu. Depois de vender a Banfox, provoquei uma conversa com o Pedro e o Marcelo, que me convidaram para co-fundar a QI Tech”, Benti conta.

QI Tech: tirando a pedra do caminho

A QI Tech nasceu de uma dor que os próprios empreendedores tinham e que atingia grande parte do mercado. Para construir um produto de crédito, gestoras de fundos, fintechs e até mesmo grandes empresas dependiam de uma infraestrutura que só grandes bancos tinham – e que não ofereciam como um serviço.

“Quando estruturávamos uma operação de crédito para os fundos, dependíamos dos bancos tradicionais para emissão do crédito para, posteriormente, comprar essas emissões nos fundos. Já fazíamos todo o trabalho de análise de crédito e compliance. No banco, esse processo era feito mais uma vez. Uma operação que deveria ser concluída em pouquíssimo tempo demorava dois meses, pois era tudo analógico e sem tecnologia”, explica Marcelo.

Os três, então, viram a oportunidade de criar uma infraestrutura que pudesse ser operada de forma independente, por meio de uma tecnologia personalizável que permite que qualquer empresa construa um produto financeiro do zero, com opções que vão de financiamento automotivo e estudantil a cartão de crédito pré ou pós-pago.

“Queremos democratizar o acesso a crédito. Provendo essa solução, processos de empréstimos e linhas de crédito chegam onde os bancos tradicionais não chegam. É muito gratificante levar crédito a quem nunca teve ou melhorar as condições desse acesso”, Pedro conta.

A scale-up já impactou milhares de pessoas, movimentando mais de R$134 bilhões em transações e mais de R$15 bilhões em crédito.

A QI Tech continua expandindo seus negócios, adquirindo outras startups com produtos complementares ao Banking as a Service e ao Lending as a Service.

Com a aquisição da Zaig, em 2021, passou a oferecer soluções antifraude, reconhecimento facial e motor de crédito. Em 2023, foi a vez do M&A da Builders Bank, trazendo uma opção white label para acelerar o go-to-market de empresas que desejam criar bancos digitais.

A inovação também acontece dentro de casa, com a criação de uma DTVM para oferecer toda a infraestrutura financeira e tecnológica para o mercado de investimentos.

“Minha ambição é deixar um legado. É olhar para trás e saber que participei da construção de um grande negócio que gera valor real para a sociedade. Temos uma operação de antecipação de saque aniversário FGTS e já fizemos mais de R$ 2 bilhões em empréstimos. Estamos, de fato, ajudando a diminuir a concentração bancária”, Marcelo conta.

Pedro, Marcelo e Benti, que antes estavam acostumados a superar desafios sozinhos, seja no tênis, no xadrez ou empreendendo pela primeira vez, agora contam com o nosso suporte para escalar a QI Tech a nível global.

Eles chegam à nossa rede como Empreendedores Endeavor Outliers e fazem parte de um grupo de apoio exclusivo para continuarem crescendo e multiplicando impacto no país e no mundo.

“A Endeavor é uma rede de inspiração e de compromisso com a inovação, com impacto positivo na sociedade. É contribuir com o ecossistema e ser modelo para as próximas gerações. Fico extremamente feliz pela oportunidade, sei o quanto é importante ser ajudado e espero que eu também possa ajudar outras pessoas empreendedoras”, Benti finaliza.

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