O G10 das Favelas, bloco de líderes e empreendedores de Impacto Social das favelas, acaba de criar o Fundo para Desenvolvimento do Empreendedorismo de Impacto Social, em parceria com a eSolidar, plataforma que oferece às instituições sem fins lucrativos ferramentas fáceis para atrair recursos e aumentar a visibilidade, e para as empresas uma nova forma de gerenciar e comunicar a responsabilidade social.
O lançamento aconteceu durante o Slum Summit 2019 – 1° Encontro do G10 Favelas, em Paraisópolis, no mês passado, quando foi aberto o crowdfunding com o intuito de arrecadar R$ 2 milhões para incentivar negócios locais em favelas brasileiras. O objetivo da iniciativa é estimular a união de forças em prol de desenvolvimento econômico e protagonismo das maiores comunidades.
“O fundo pretende apoiar empreendedores, gerando emprego e atraindo investimentos para as favelas. É uma iniciativa modelo que vai mudar a forma como realizamos captação de recursos, fazendo o processo mais eficiente, colaborativo e conectado a uma rede de apoio”, afirma Gilson Rodrigues, do G10 e líder comunitário da favela de Paraisópolis.
As principais comunidades do país participam da iniciativa: Rocinha e Rio das Pedras (RJ), Heliópolis e Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor e da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF). Segundo dados da empresa de comunicação Outdoor Social, juntas, elas contam com um potencial de consumo de mais de R$ 7 bilhões até o final de 2019.
Como funciona o Fundo criado pelo G10 das favelas?
Dividida em ações específicas, a iniciativa terá duas frentes. A primeira delas é a escolha dos projetos dentre todos os inscritos até o dia 31 de janeiro de 2020 no link. Já no mês de fevereiro serão escolhidos os 20 projetos que mais se destacaram e em março, os apoiadores do fundo que realizaram a sua contribuição pelo crowdfunding poderão escolher qual irá apoiar.
A partir disso, serão selecionados os 10 negócios que serão apoiados pelo G10 das Favelas. Qualquer integrante de uma das comunidades pertencentes ao bloco pode se inscrever para pleitear o auxílio do fundo.
A outra será o lançamento em março de 2020 de um aplicativo em que moradores poderão sacar um valor diário – que vai depender do montante arrecadado no crowdfunding aberto no site, para usar em coisas básicas como comprar comida, fraldas e gás. O app que contará com o uso da tecnologia blockchain (rede descentralizada de dados para a realização de transações financeiras de maneira segura), também desenvolvida pela eSolidar, fica disponível na fase de testes em Paraisópolis e depois será estendido para as demais comunidades.
“Vamos implementar uma das mais ousadas abordagens para contribuir com a erradicação da pobreza por meio da tecnologia de blockchain. A ideia é oferecer uma renda mínima garantida, junto a um grupo de pessoas pré-selecionadas que vivem em favelas e em situação de alta vulnerabilidade”, explica Marco Barbosa, fundador e CEO da eSolidar.
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