No mês de março decidimos fazer uma série de ações incluindo matérias especiais, eventos e uma edição do Startupi Innovation Tour, com destaque para liderança feminina.

O Startupi Innovation Tour é uma imersão no ecossistema de startups e empresas de tecnologia e inovação que estão fazendo a diferença em seus mercados e, na última edição, um grupo formado apenas por mulheres teve a chance de visitar a sede e conversar com executivas de cinco negócios. Veja mais detalhes abaixo:

Primeira parada: Escola de Você, uma escola de habilidades comportamentais (soft skills) focada no desenvolvimento de times femininos. A própria fundadora, Natália Leite, recebeu o grupo para contar mais detalhes sobre sua trajetória empreendedora.

Formada em jornalismo, com passagem pela TV Record, ela conta que foi ali na redação que conheceu Ana Paula Padrão, hoje sua sócia. E aí é que está o primeiro ensinamento compartilhado durante a visita: construa pontes com outras mulheres.

Ao ficar frente a frente com Ana Paula Padrão, Natália conta que foi bem sincera e explicou que gostaria de marcar um café para entender e absorver todo conhecimento de Ana. “Eu queria entender toda aquela força e garra. Ela foi a primeira mulher jornalista a entrar no Afeganistão. Além disso, ela voltou com imagens inéditas e mostrou pela primeira vez no Brasil a situação das mulheres naquele país”, comenta.

Natália destaca que para os homens é muito mais fácil fazer networking e que as mulheres, quando se encontram, tendem a falar mais da vida pessoal. Para ela, “não existe a possibilidade de uma mulher ter sucesso se ela não tiver uma mentora”, e foi isso que aconteceu com Ana Paula Padrão que entrou como sócia na Escola de Você.

Com apoio técnico do BID, elas desenvolveram cursos capazes de melhorar as competências emocionais da mulher e assim aumentar suas chances de sucesso no universo do trabalho e das relações interpessoais, superando os estereótipos culturais que as limitam.

Para isso, a escola desenvolveu uma metodologia própria que atua em três pilares: autoconhecimento, empoderamento e empreendedorismo.

“Para nós a Escola oferece muito mais que cursos, somos uma rede que ensina cada mulher a descobrir seus pontos fortes, fracos e as áreas que precisam de desenvolvimento. Também ajudamos as pessoas a desenvolver a autoconfiança e, por fim, estimular a mentalidade empreendedora que leva cada um a fazer o máximo possível”, finaliza Natália Leite.

No vídeo abaixo, Natália Leite fala sobre a importância de uma ação como o Startupi Innovation Tour – Especial Mulheres Empreendedoras.

Próxima parada: Klikey, startup que tem como missão revolucionar as transações imobiliárias e desbancar os métodos tradicionais e ultrapassados do mercado imobiliário, facilitando desde o anúncio até a negociação final do imóvel. 

Sua fundadora, Cláudia Rosa Lopes, recebeu o grupo do tour e contou de que forma uniu sua experiência de mais de 20 anos do mercado imobiliário com seu expertise na área de tecnologia e enxergou nesse mercado uma necessidade ainda não atendida.

“A ideia é oferecer um ambiente 100% seguro para que as pessoas se habituem e se sintam prontas para colocar seus dados, assinar documentos e administrar seus imóveis sem medos”, afirma Cláudia. 

A plataforma possui a Certificação Digital que garante essa segurança que é um recurso importante pois uniformiza esse segmento, tornando-o, a exemplo do que acontece com o judiciário, universidades e empresas da área da saúde, muito mais seguro e com baixa perspectiva de fraude.

Além de empreendedora, Claudia atua como mentora e investidora da Anjos do Brasil, compartilhou detalhes da sua trajetória empreendedora e deu diversas dicas para o grupo.

Ela Trabalhou na PwC e IBM, o que segundo ela, garantiu uma bagagem muito grande de negócios e também como trabalhar com pessoas. No primeiro e segundo ano em que estava empreendendo, Claudia conta que se sentia muito sozinha e decidiu buscar no mercado uma solução para esse problema.

Claudia começou a participar de diversos eventos, e entrou para Rede Mulher Empreendedora, onde criou uma rede e importantes laços que podem contribuir para o seu negócio. Ela conta que foi em um evento que conheceu Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. “Queria ter a Luiza como minha mentora e apresentei minha ideia para ela”. Hoje a Klikey oferece um clube de vantagens para os proprietários, onde parceiros da plataforma oferecem produtos e serviços com descontos especiais. A Magazine Luiza já está disponível com ofertas para os usuários da plataforma.

Claudia compartilhou sua visão e explicou sobre o mercado de startups no Brasil e seus unicórnios e também sobre perfil empreendedor. A maioria dos empreendedores são mulheres, mas em startups, a presença é de apenas 20%. Os unicórnios, startups que são avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares também são, em sua maioria, fundadas por homens”.

No vídeo abaixo Claudia fala sobre a importância das mulheres entenderem a  jornada empreendedora e se inspirarem em outras mulheres:

O grupo teve a chance de conhecer a Estação Hack, iniciativa do Facebook, que funciona como centro de apoio à inovação com bolsas para cursos de programação, desenvolvimento de aplicativos e empreendedorismo digital no Brasil.

A Mastertech, escola de habilidades do século XXI, que usa uma metodologia que afirma que qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa, é uma das parceiras do Facebook nessa iniciativa.

Sua fundadora, Camila Achutti, é formada em Ciência da Computação pela USP e também mestranda pela mesma instituição, estagiou no Google na Califórnia e trabalhou para a Iridescent Learning, ONG americana de educação a distância do movimento maker. Ela decidiu voltar para o Brasil e empreender para fazer o que ama: mostrar o poder de transformação da tecnologia e do empreendedorismo.

Quem recebeu nosso grupo foi Gisele Cruz, que já foi aluna e hoje atua como Comunity Manager na Mastertech. O objetivo da iniciativa é possibilitar a inclusão tecnológica para homens e mulheres de 16 a 25 anos que se enquadrem em um recorte social específico. Hoje, 15 mil jovens já tiveram acesso aos cursos. 

Gisele contou que uma das novidades da empresa para 2019 será a participação no Estação Hack na Estrada, que tem como objetivo levar treinamento em tecnologia, mentoria e capacitação para empresas inovadoras de outras regiões do país. A Mastertech irá levar aulas gratuitas de programação para até 100 jovens. As aulas serão focadas na construção de conhecimento em programação e os alunos irão aprender a construir seus próprios sites.  

Não podíamos deixar de passar pela sede da Feira Preta, fundada por Adriana Barbosa, que é referência para muitas mulheres empreendedoras. Ela está entre os 51 negros mais influentes do mundo e foi a primeira brasileira a ganhar um prêmio no MIPAD (Most Influential People of African Descent), premiação mundial para afrodescendentes realizada em Nova York, nos Estados Unidos. 

Adriana contou que trabalhou na área de comunicação em duas rádios, mas no final de 2000 foi mandada embora e precisou se virar. Ela começou então a vender suas roupas e montou um brechó. “Eu trocava as minhas peças de roupas com outras mulheres. Fazia bijouteria, bolsas  e acessórios, vendia em portas de bares e em uma dessas tentativas de me virar, fui participar com uma amiga de um evento na Vila Madalena e teve um arrastão. Eu perdi parte das minhas peças de roupa e foi ai que decidi que não queria mais me virar ou sobreviver, por isso, junto de uma amiga, que frequentava as baladas de black music da Vila Madalena, decidimos criar uma Feira que pudesse reunir o melhor da cultura negra em um só  lugar. Foi nessa ocasião que surgiu a Feira Preta na Praça Benedito Calixto”, conta ela.

Depois de muito tempo frequentando feiras alternativas e conhecendo as noites da Vila Madalena, bairro na Zona Oeste que, em 2002, era o maior cenário da black music de São Paulo, Adriana teve outro insight. Ela percebeu que a maioria das produções artísticas saia das mãos de jovens negros, mas que nenhum deles era de fato protagonista das produções. “No final, quando acabavam os eventos, quem contava o dinheiro eram os homens brancos e aquilo me deixava intrigada. Como a gente pode produzir riqueza e o dinheiro não passar pelas nossas mãos?”, lembra.

Assim nasceu a Feira Preta, um evento exclusivo para empreendedores negros mostrarem a sua criatividade e inventividade nas áreas de moda, música, gastronomia, audiovisual, design, tecnologia e muitas outras. O Instituto Feira Preta, responsável pelo evento, realiza o mapeamento de afro-empreendedorismo no Brasil e atua como acelerador e incubador de negócios negros, dando oportunidades àqueles que são deixados à margem pela sociedade.

O afroempreendedorismo idealizado por Adriana Barbosa tem como objetivo a valorização da cultura e o fortalecimento da identidade negra. Apesar de todas as dificuldades, 60% dos jovens acreditam que o empreendedorismo é uma alternativa para a mudança social.

Fechamos o dia no Co.W. Coworking Space, unidade Berrini, um dos maiores hubs de inovação da cidade. Hoje o espaço funciona em sua máxima capacidade, comportando mais de 600 pessoas, entre startups de diversos segmentos e grandes empresas, cerca de 40 salas privativas e mais de 80 estações de trabalho.

Lá o grupo pode conhecer o case da Trustvox, primeira e maior coletora de reviews confiáveis do Brasil, adquirida no começo do ano pelo Reclame Aqui, principal plataforma global de relacionamento entre consumidores e empresas. A Trustvox nasceu em 2014, em Campinas, de uma ideia da empreendedora Tatiana Pezoa. “A principal missão é acabar com a indústria de falsos reviews, que tiram toda a credibilidade dos e-commerces. Adriana contou detalhes da sua trajetória empreendedora e com certeza inspirou o grupo. “Muitas portas se fecharam, eu fali três empresas, mas eu acredita em mim e fui atrás para fazer acontecer”. 

A ideia da Trustvox surgiu em 2013, quando ela viu uma pesquisa onde mostrava que 33% dos americanos antes de fazer uma compra pesquisavam na Amazon por conta das reviews que os clientes deixavam. Aqui no Brasil não existia um site de review, muitos usavam o Buscapé e o Reclame Aqui como fonte e foi aí que ela viu uma oportunidade de negócio. Sem muitos recursos ela foi atrás de um investidor-anjo que pediu para que ela validasse seu modelo de negócio. 

Tatiana era apaixonada por cavalos e inclusive, tinha uma página no Facebook voltada para esse público. Como tese de validação, ela procurou um amigo que fazia chinelos personalizados e montou uma estampa: EU AMO CAVALO. Depois disso, criou duas lojas, uma normal com os chinelos personalizados, e a segunda, que além dos produtos, tinha um espaço com comentários sobre o produto. Qual vendeu mais? A loja que possuía os comentários converteu 20% em vendas a mais que a primeira versão. Com essa validação, ela conseguiu investimento e também chegar em grandes donos de e-commerces prometendo aumentar sua conversão. Hoje eles possuem mais de 1200 clientes, com grandes nomes como Centauro, Electrolux e Telhanorte.

No vídeo abaixo, Tatiana fala sobre a sua participação e a importância de termos cada vez mais mulheres empreendendo:

Durante o tour, as participantes puderam conhecer mais sobre a Hisnëk, startup que desenvolveu um benefício nutricional com foco em empresas. Fundada em 2014 pela economista Carolina Dassie, ela oferece uma alternativa de alimentação saudável no mundo corporativo, reunindo produtos nutritivos e de qualidade a preços acessíveis, orientação nutricional online, com retorno em 48 horas pelo próprio site, e constantes ações de conscientização nas sedes das corporações.

As caixas, que foram disponibilizadas para o grupo durante uma visita em outra, são enviadas mensalmente aos clientes e contemplam 22 opções de lanches para todos os dias úteis de cada mês, inclusive seleções especiais para crianças ou pessoas com restrições alimentares. 

Além disso, as participantes também puderam conhecer a startup Lady Driver, aplicativo de mobilidade urbana que atende exclusivamente o público feminino, que apoiou esta edição do Startupi innovation Tour.

A ideia de criar o negócio surgiu em fevereiro de 2016, após um triste episódio: Gabryella Corrêa, fundadora da empresa, foi assediada por um taxista chamado por um app. “Fiquei com medo de denunciá-lo porque ele me buscou em casa. Após este incidente decidi que faria algo para que as mulheres não passassem mais por este constrangimento”, explica.

A startup conecta passageiras a motoristas mulheres e já possui mais de 35 mil motoristas cadastradas em sua base. Recentemente a Lady Driver recebeu um investimento da Bia Figueiredo, piloto da Stock Car.

Quer participar de uma imersão como essa e se aproximar de startups e empresas que estão revolucionando o mercado? Reserve já sua vaga para as próximas edições: Tour Comunidades e Tour Setorial.

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