*Por Bruno Perin
Esse não é mais um daqueles conteúdos motivacionais que você clica e fica esperando algumas dicas bacanas ou, somente ler um bom relato, de alguém que conseguiu “chegar lá”. Bem, na realidade, tais conteúdos apenas te provocam para capturar a venda de um curso maldito que você provavelmente nunca vai olhar.
A verdade é que aconteceu isso comigo e gostaria de compartilhar um pouco da experiência e lhe inspirar a tentar fazer algo que te auxilie no mesmo objetivo. Quero deixar claro que não sou nenhum expert em gestão do tempo, sou mais um atrapalhado do tempo, rs.
Caso queira realmente uma ajuda profissional, indico com confiança, minha amiga Tathiane Deandhela.
O fato
Há alguns anos eu era um workaholic terrível, completamente viciado em trabalho, daqueles que almoçava trabalhando. Passava o dia pensando em como usar mais do meu tempo para trabalhar, cada minuto dele, desde deslocamentos de uber ou ônibus, até mesmo na ida ao dentista, mercado e afins. Eu mantinha uma fissura totalmente insana em querer ocupar todo o tempo que eu tinha disponível com trabalho.
Sendo bem direto, no estilo papo de mãe quando fazíamos alguma besteira, exagerar no uso absoluto de todo o tempo disponível com trabalho é insustentável e idiota! O cérebro e o corpo não podem e não suportam lidar com essa loucura. Em alguns períodos, como na finalização de projetos, até com o famoso TCC, há momentos que precisamos dedicar mais tempo, sim, mas não somos máquinas.
Mais tempo não significa necessariamente mais trabalho
Talvez o fato mais difícil de lidar seja de você entender que nos momentos em que não estiver trabalhando, é importante descansar e pensar em outras coisas, talvez isso seja tão importante quanto exercer com eficiência seu trabalho rotineiro. Antes, eu realmente queria ter aquela sensação de que estava batalhando muito, como se fosse um grande sacrifício, e só assim o que eu conquistasse, receberia por mérito de esforço. Muito se falava sobre isso, que o trabalho árduo e a batalha geravam excelentes gratificações no final.
Quando passei um tempo fora do país, vi como as pessoas trabalhavam muito menos que eu e ainda assim sentiam-se bem. Entendiam que tinham feito coisas bacanas e aquele tempo dedicado havia sido justo e suficiente. Elas trabalharam e aproveitavam… E ao ver aquilo me senti provocado, eu também queria ser assim.
Compreender a razão e efeito disso demorou pois, ao mesmo tempo que eu alimentava esse desejo tímido, a minha principal resposta ao fato era: “Exatamente por isso que vou conquistar mais, eu trabalho mais tempo que eles.” Até que um dia comecei a considerar o quanto de fato eu estava rendendo a mais que eles.
O que você entrega de relevante?
Ao trabalhar enlouquecidamente, as vezes começamos a fazer muitas coisas que não precisávamos para sentir que continuamos preenchendo aquela carga monstruosa de horas, e outras vezes, nos permitimos enrolar mais, porque temos bastante tempo para a execução do trabalho (isso geralmente acontece de forma inconsciente).
Quando parei e comecei a prestar atenção de verdade, vi que aquelas pessoas estavam fazendo coisas bem legais e conseguindo evoluir, muitas vezes até mais rápido do que eu, foi aí que ligou um sinal de alerta em mim.
A sociedade te cobra, mas não vive a sua vida
Confesso que o sinal de alerta foi bom, mas não o suficiente para gerar mudança. Eu cedia a sociedade, aquela velha máxima de que as pessoas querem saber o que você está conquistando, fazendo… Mas, o quanto trabalhar te coloca num patamar acima?
Essa maldição me manteve preso por mais um tempo nessa vida insana de workaholic, até que o corpo e a mente cobraram seu preço. Minha saúde, apesar de jovem, bem antes dos 30, estava prejudicada e eu não podia acreditar. O que estava havendo? Eu era refém de um ciclo insustentável.
E ao ver que estava bem prejudicado, comecei a me dar conta disso: Daquelas cobranças, daquelas histórias, quem está aqui para me ajudar? Preocupado pela minha saúde? Algum mérito por essa situação? Esse período me fez perceber, a minha vida era minha, e ninguém tinha poder de julgar.
Momento de parar
Não é fácil e eu acredito que grande parte das pessoas ainda estão presas nisso: “preciso render mais, para merecer mais e ganhar dinheiro”. Mas por questões de saúde e desgaste, comecei a forçar essas pausas maiores e descobri algumas pepitas de ouro para minha vida. Sorte a minha!
Boas pausas
Ter mais momentos de parar totalmente, ler um livro, comer adequadamente, tomar um café sem pensar em nada, ligar para um amigo, tirar uma foto, jogar um joguinho, planejar uma surpresa, tudo isso me aliviava e quando eu voltava ao trabalho parecia que resolvia as coisas mais habilidade.
No início, parecia que não fazia sentido, mas depois eu percebi que as boas pausas ativaram minha mente e em consequência disso eu tinha mais energia para agir.
O que gera mais impacto
Quando se tem menos tempo, você precisa aprender a fazer melhores escolhas de como aproveitá-lo. Isso foi ótimo, pois comecei a perceber uma quantidade imensa de coisas que não precisavam de serem feitas.
Além de conseguir tirar bom proveito do meu dia e não ficar tão imerso apenas em trabalho, agora eu me tornei mais assertivo naquilo que finalizo.
Valor
Este é o mais difícil de se dar conta. Ao começar a trabalhar menos, passei a questionar o motivo de realizar algumas atividades, de estar envolvido em determinados projetos, e até mesmo o motivo em dar atenção a certas pessoas. É controverso, mas você sempre acaba percebendo que ao ter mais tempo para você, mais aumenta seu valor.
Fiquei impressionado como passei a apreciar as pequenas coisas do meu dia, no trabalho e fora dele. Passei a dar mais valor a tudo em que estava envolvido e construindo, e conquistar essa noção do melhor aproveitamento do tempo, realmente dá uma sensação de estar um pouco mais pleno.
Pare ou continue morrendo
Se você já me acompanha, sabe que eu gosto de fazer provocações fortes, mas escolhi esse subtítulo para finalizar, pois acredito muito que se você estiver apenas no piloto automático, naquela busca desenfreada, você não está vivendo de verdade, não tem como.
A vida não são férias de apenas uma vez por ano, não importa o lugar que você for. A vida não é o grande negócio que você construiu, ela é muito mais que isso. E, sinceramente, o mais legal disso é que você pode construir muito legado, sem essa doidera que tanto lhe falaram.
O que estou dizendo se resume em você diminuir um bocado e ganhar muito mais com isso, em vida e rendimento.
*Bruno Perin, um cara Free LifeStyle, empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Autor do livro – A Revolução das Startups. Pioneiro na combinação dos conhecimentos em Startup, Empreendedorismo, Marketing e Comportamento Jovem alinhado a Neurociência. Busca das formas mais diferentes, malucas e inusitadas possíveis desenvolver pessoas e negócios que façam a diferença no mundo, de jeito divertido, valorizando a vida e o agora.
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