Durante a última semana, o STARTUPI desembarcou no Rio de Janeiro a convite da Cisco, para conhecer de perto o COI (Centro de Co-Inovação) da companhia no Brasil. Laércio Albuquerque, presidente da companhia no Brasil, bateu um papo com jornalistas de toda a América Latina, por videoconferência, para falar sobre o papel dos Centros de Co-Inovação da empresa pelo mundo.
“Hoje já são 14 Centros em 12 países”, conta. Hoje, cidades como Paris, Berlim, Sidney, Roma e Dubai contam com um espaço como este. Até o fim do ano, mais três centros serão inaugurados. Para ele, um dos principais desafios do Brasil hoje é o baixo investimento em startups e educação que prepare a sociedade hoje para os empregos do futuro. Por isso, a importância de um espaço como o COI.
O presidente diz ainda que as soluções apresentadas no espaço são uma demonstração do que a Cisco faz, em sua missão de reinventar a comunicação através da tecnologia. “Hoje já não trabalhamos mais com o conceito de ‘home office’, mas com o conceito de ‘anywhere office’, pois já é possível trabalhar de qualquer lugar, porque o escritório está na palma das suas mãos. Muitas vezes, não há mais a obrigatoriedade de estar fisicamente presente em algum lugar, mas sim estar conectado a ele”, diz.
Quem apresentou o espaço foi Eugenio Pimenta, líder do COI, que falou sobre as atividades do Centro, que recebe mais de 1,5 mil empresas anualmente. “Aqui, nós criamos soluções, muitas vezes em parcerias com startups, para desenvolvermos o que há de melhor em tecnologias Cisco. Não trazemos só a tecnologia, mas sim um novo modelo de negócio para nossos clientes e parceiros”, explica. O Centro de Co-Inovação da Cisco, localizado na capital carioca, trabalha com tecnologias desenvolvidas para seis setores: educação, saúde, varejo, smart grid, centros de comando e indústria.
Eugenio apresentou também uma novidade da companhia: lançado em março, o Decibel é o novo venture capital da Cisco, focado exclusivamente em startups em estágio inicial. Um dos diferenciais deste novo VC é que o board da empresa é formado por fundadores e executivos de empresas adquiridas pela Cisco ao longo de sua história. “A fundação do Decibel ainda é muito recente, mas temos certeza de que os COIs pelo mundo terão um papel fundamental, tornando-se uma espécie de ‘Tinder’, conectando o venture capital com startups que estejam no radar da Cisco”, explica Eugenio. Até hoje, os investimentos da Cisco em startups eram realizados por outros VCs dos quais a companhia participa, como Monashees e Redpoint.
Soluções
Educação
Um dos destaques apresentados durante a visita ao Centro foram as soluções da Cisco voltadas para Educação. Por meio do Webex – empresa Cisco que fornece soluções para reunião online, web conferência e aplicações de vídeo conferência -, é possível que aulas sejam completamente ministradas online. Por meio de um aplicativo, alunos e professores podem fazer anotações em um white board em tempo real, comentarem atividades e salvarem materiais extras, por exemplo, assim como pode ser feito presencialmente. “O Webex Teams é uma poderosa ferramenta, e queremos que ele seja um centralizador de conteúdo a custo zero para os alunos”, diz o diretor do Centro.
Além disso, a inteligência das soluções também cria um banco de dados com as ações dos alunos, prevendo inclusive a possibilidade de abandono do curso.”O principal problema do Ensino a Distância hoje é a evasão. Há cursos que registram, nos primeiros semestres, 40% de evasão. Se eu tenho as informações das ações dos alunos, eu consigo prever a possibilidade de evasão e posso tomar ações proativas para evitar que esta pessoa deixe de estudar”, explica Eugenio.
Saúde
“Hoje, em média, os profissionais de saúde perdem uma hora por turno procurando alguma coisa. Em termos de produtividade, isso significa a perda de milhões de reais por mês”, diz Eugenio. Além de soluções para telemedicina, o COI também apresenta tecnologias para o mundo físico. Uma delas, por exemplo, é a identificação de todos os aparatos necessários para o profissional de saúde, em que, em um clique, ele consiga identificar a localização de todas as ferramentas necessárias para uma consulta ou de necessidade para um paciente, como uma cadeira de rodas, por exemplo.
O segmento da saúde é cercado por desafios, sejam eles voltados à execução das atividades pelos profissionais, seja na gestão de clínicas e hospitais, em que há inúmeros protocolos a serem seguidos à risca, e o não cumprimento de um deles pode significar graves consequências. Para auxiliar nestes casos, a Cisco desenvolveu um sistema de identificação de crachá que aponta com precisão quantas vezes um médico ou enfermeiro realizam assepsia diariamente, e criam relatórios detalhados de cada profissional, garantindo que estes seguem os protocolos e não colocam em risco a saúde de pacientes e outros profissionais.
Indústria
As áreas de Indústria e centros de comando foram apresentadas por Ana Lúcia de Faria, arquiteta e engenheira de soluções da Cisco. “Este ambiente abre a cabeça dos nossos clientes para novas possibilidades da inovação”, diz. Em parceria com startups, o Centro apresenta soluções para sistemas de automação. “As máquinas nas fábricas têm que lidar com poeira, temperatura desregulada, água… E é preciso um tempo de convergência quase zero para que tudo continue rodando”, explica Ana.
As startups que apresentaram suas soluções em cocriação com a Cisco foram Phygitall (de soluções LoRaWAN e Internet da Coisas), Eyllo (óculos inteligentes e aplicações para Indústria 4.0), OneGrid(soluções inteligentes para energia) e Instale(soluções inteligentes para transportes).
Foram apresentadas soluções inteligentes com sensores que enviam, em tempo real, as condições das indústrias são fundamentais para as companhias. A Cisco, com parceiros, também desenvolveu uma interface intuitiva que “conversa” com a pessoa, dando informações sobre os sistemas. Em parceria também com uma startup, um óculos de realidade mista é utilizado para que qualquer pessoa possa resolver um problema urgente em uma operação, com o auxílio de um especialista à distância.
DevNet
Durante a apresentação, Ana Lúcia também explicou sobre o DevNet, programa de desenvolvimento da Cisco para ajudar desenvolvedores e profissionais de TI que desejam criar aplicativos e desenvolver integrações com produtos, plataformas e APIs da companhi. O DevNet inclui os produtos da Cisco em rede definida por software, segurança, nuvem, data center, internet das coisas, colaboração e desenvolvimento de software de código aberto.
Para conhecer mais detalhes sobre o espaço, acesse aqui.
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