Instituição apresenta histórias de educadores que estimulam o empreendedorismo na escola
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) participa, entre os dias 14 e 17 de maio, em São Paulo, do maior evento de educação e tecnologia da América Latina. O Bett Educar reúne, anualmente, empresas nacionais e estrangeiras, startups do setor e cerca de 22 mil participantes da comunidade educacional de todos os estados brasileiros, que se encontram para discutir o futuro da educação e o papel que a tecnologia e a inovação desempenham na formação de educadores e estudantes.
O objetivo do Sebrae no encontro é mostrar que educação e negócios andam de mãos dadas e apresentar projetos apoiados pela instituição que comprovam como a Educação Empreendedora já está colaborando para mudar a forma de ensinar nas escolas. Além de um estande com uma série de atividades, o Sebrae está levando para o evento as palestras dos pesquisadores Daniel Chagas e Antônio de Lisboa.
Daniel Chagas é professor, pesquisador e coordenador de IoT do Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades da Universidade de Fortaleza. Ele é o criador do Marminino, o Arduino cearense: uma placa de prototipação eletrônica de baixo custo para escolas; e do projeto Code Dominó, linguagem de programação tangível, com tecnologia IoT, para ensino de lógica de programação para crianças. Já Antônio de Lisboa é graduado em Ciência da Computação e Pós-Graduado em Desenvolvimento de Sistemas para Dispositivos Móveis e coordenador de Projetos em Tecnologia do Colégio Antares Fundamental e Pesquisador do LME – Laboratório de Mídias Educacionais do Instituto UFC Virtual.
Jovens empreendedores
Por meio da aplicação do curso Jovens Empreendedores Primeiro Passo (JEPP) na escola, as professoras Maria do Carmo Cardoso Bezerra e Patrícia Carvalho tiveram a ideia de integrar todas as turmas em um único projeto, e desenvolver um trabalho social junto à comunidade. Um hospital foi escolhido para a aplicação dos trabalhos e a ideia era fazer com que a estadia dos pacientes fosse mais agradável. O projeto conseguiu envolver a escola, os pais e os acompanhantes dos pacientes.
Como resultado, os alunos desenvolveram um trabalho de acordo com sua atividade aplicada no JEPP. Foram criados jogos para os pacientes mais fragilizados, que estimulavam a coordenação motora, memória, pensamento lógico e estratégias de cooperação e interação entre pacientes e acompanhantes. Além disso, os alunos empreendedores também ilustraram poesias e crônicas para momentos de leitura e reproduziram obras de arte para colorir os pacientes com muitas mensagens de conforto. A entrega desse trabalho incluiu um “Café da Tarde dos Acompanhantes”, com pais e familiares, tendo como convidados os próprios acompanhantes, pacientes e funcionários do hospital. Cada grupo desenvolveu atividades ligadas a um tema proposto pelo Sebrae, como relata a professora Maria do Carmo na entrevista:
Como surgiu a ideia do projeto?
Maria do Carmo – Após uma breve pesquisa, identificamos que o Hospital Estadual Eulalino Ignácio de Andrade (Hospital da Zona Sul), que atende também ao bairro da escola, necessitava de espaços mais acolhedores para adultos e idosos internados, além de seus acompanhantes. De maneira bastante natural, assim que as crianças foram apresentadas ao problema de como os pacientes passam pela internação, elas aderiram de maneira a dar respostas criando soluções.
Atualmente quantas pessoas estão envolvidas neste projeto?
Maria do Carmo – São 181 pessoas, entre alunos e seus pais.
O que isso tem mudado nos estudantes e na comunidade?
Maria do Carmo – O trabalho em equipe, com metas e planejamento, levou os alunos do 5º ano a apresentar mais iniciativas e autonomia para criar e decidir. Os depoimentos colhidos mostraram o impacto positivo do projeto. Uma acompanhante de paciente, “dona Cleonice”, ao ver a entrega dos jogos, relatou surpresa com o trabalho das crianças e o engajamento dos professores, pais e diretoria. A assistente social Ana Claudia, ressaltou a oportunidade para integrar a unidade de saúde com a comunidade – um objetivo da instituição.
O projeto chegou a influenciar no tratamento dos pacientes e funcionários?
Maria do Carmo – A mãe do aluno Mateus Costalonga (4º ano), enfermeira Carol, servidora do Hospital, relatou que, com o projeto, teve a oportunidade de olhar para os pacientes por um ângulo diferente ao se fazer presente em cada leito, por meio das cartinhas escritas pelos alunos. Na ação, ela percebeu a feição de cada um deles mudando, sentindo-se amados e acolhidos com palavras de conforto, apoio e esperança e lágrimas nos olhos. Carol ainda registrou que a sinceridade das crianças nas cartas revela que com pouco se pode muito, indo além das expectativas.
Vocês receberam algum apoio para a realização do projeto?
Maria do Carmo – Recebemos apenas apoio e colaboração dos pais. Na verdade, a ideia inicial do projeto era reformar o espaço de vivências dos hospitalizados de forma que pudessem ter o que fazer enquanto estão internados. Além disso, pretendíamos também organizar um tempo de voluntariado para atender esses pacientes com “contação” de histórias, jogos etc. Mas não conseguimos uma parceria que financiasse custos como esses. Então fizemos algumas ações pontuais e que precisariam de manutenção.
Assessoria de Imprensa Sebrae
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