* Por Yago Almeida
Já falamos aqui, em outros materiais, do crescimento, expansão e consolidação das chamadas Autotechs, startups que, de alguma forma, estão ligadas ao setor automotivo. Em um setor tão amplo e repleto de recortes, podemos ver iniciativas que são ligadas principalmente a mobilidade urbana, transporte de cargas e modais de delivery. Essas são as áreas que mais ganham atenção de empreendedores e investidores, afinal, são as que geram mais ‘dores’ para a sociedade de grandes metrópoles.
Em um país com dimensões continentais como o nosso, os desafios das autotechs são proporcionais ao tamanho de mercado e possibilidade que temos em mãos. Sabemos também que ao menos 60% da economia do país roda em cima de rodas pelas estradas brasileiras, ou seja, caminhões ainda são de grande importância para o impacto econômico no Brasil.
De acordo com o último levantamento realizado pela Liga Ventures, uma das maiores aceleradoras do país, temos 193 autotechs espalhadas pelo país, sendo 51% delas fundadas a partir de 2015, período em que adeptos de tecnologias passaram a olhar com mais cuidado para o setor automotivo. Falando das peculiaridades do ecossistema de startups do setor automotivo no Brasil, temos uma característica interessante que tem se destacado, a tentativa de aproximação de grandes montadoras com as startups.
Em fevereiro desse ano, tivemos a triste notícia do fechamento da fábrica da Ford em São Paulo. Será que se ela tivesse investido em inovações e se aberto às novas gestões (que são amplamente aplicadas às startups), ela teria fechado?! Por isso, será cada vez mais frequente vermos o engajamento de nomes como Mercedes-Benz, Caoa, Hyundai, entre outras, com esse ecossistema.
Se no Brasil ainda estamos bem focados (e com razão) em resolver problemas ‘simples’ de transporte de cargas e mobilidade urbana nos grandes centros, vemos que as autotechs nos Estados Unidos, por exemplo, têm apostado em Inteligência Artificial para gerar mais eficiência aos processos que envolvem o setor automotivo.
A recém-chegada dos carros autônomos, ainda que de forma bem restrita, tem sido a aposta de muitos empresários. Segundo estudo da consultoria McKinsey, em 2017, a aplicação de recursos de inteligência artificial podem render lucros de até 7,5% para o setor automotivo.
Durante a CES de 2018, realizada nos EUA, vimos a confirmação da Intel sobre uma cooperação com a BMW, Nissan e Volkswagen para testes tecnológicos em uma frota de 100 carros. Outra iniciativa que caracteriza bem a aposta dos norte-americanos em inteligência e dados é que a Qualcomm apostará em ações para destacar a conexão 5G para carros, transformando-os em computadores sobre sobre rodas.
Enfim, como pudemos ver, o Brasil ainda é um país bem focado em solucionar os problemas cotidianos de transportes (sejam urbanos ou de de cargas), enquanto que o Estados unidos estão um passo a frente, gerando dados e conexões entre diferentes objetos, para otimização das atividades de modo geral. Porém, com os últimos investimentos e empolgação dos players do setor automotivo no Brasil, acredito que logo logo estaremos lado a lado com os norte-americanos em termos de inovações nas autotechs.
Yago Almeida é Diretor Comercial da Olho no Carro, uma startup que oferece segurança para transações de compra de veículos. Oprimeiro aplicativo web de consultas veiculares do país, analisa em poucos segundos, mais de dez variáveis, como Decodificador de Chassi, Base Nacional – Dados Cadastrais do veículo com base no Renavam, Restrições e Impedimentos do veículo, Histórico de Roubo e Furto, Acidentes (sinistro de perda total), Indício de Sinistro, Leilão, Gravames (SNG), Histórico de Proprietários e Histórico de KM.
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