Hoje o Hospital das Clínicas (HC), maior complexo hospitalar da América Latina, inaugurou o Distrito InovaHC, espaço integralmente voltado à inovação e transformação na área de saúde. O hub foi idealizado pelo HC e pelo Distrito, empresa que realiza projetos de inovação aberta.

O espaço reunirá agentes de todo o ecossistema do setor, entre startups, corporações, investidores e universidades, todos com um objetivo comum: criar, testar e escalar tecnologias e soluções de saúde, que não só transformem esse mercado, mas, por consequência, acabem por impactar diretamente na qualidade dos serviços de saúde ofertados à população.

Na ocasião, o Distrito lançou ainda a segunda edição do HealthTech Mining Report, estudo que apresenta um raio-X das healthtechs brasileiras, como são chamadas as startups que se voltam para o mercado de saúde. De acordo com o levantamento, são 386 delas espalhadas pelo País, com maior concentração nas regiões Sudeste (60,6%) e Sul (28,7%).

“O setor de healthtechs é um dos mais promissores da nova economia. Além das mais de quase 400 startups espalhadas pelo Brasil, temos grandes empresas, laboratórios, clínicas e hospitais em um movimento pela maior adoção de tecnologia, com o intuito de melhorar a experiência do paciente e facilitar a vida de profissionais da saúde no país”, afirma Gustavo Araujo, cofundador do Distrito.

Distrito InovaHC

Com um investimento que deve ultrapassar a marca de R$ 3,5 milhões, o Distrito InovaHC será o primeiro hub de inovação aberta ligado diretamente a um hospital público. O espaço abrigará cerca de 150 residentes de 20 startups, em média. O espaço terá salas compartilhadas, salas privativas, auditório e sala de design, além de dois laboratórios, um de Telemedicina e outro de Hospital 4.0 – ambiente que recria situações de um hospital para o teste de tecnologias disruptivas, a exemplo de inteligência artificial, internet das coisas e impressão 3D.

Também será papel do hub conectar os mais de 2 mil pesquisadores e 65 laboratórios do complexo com o mercado, transformando o fruto da pesquisa em novos produtos e serviços para o setor.

“A inovação faz parte do DNA do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da USP. Como a maior instituição de saúde da América Latina, temos a capacidade de desenvolver soluções de impacto abrangente em todos os níveis de atenção. Temos centenas de pesquisas interessantes aqui, mas elas ficam restritas à academia. Os recursos públicos são limitados e as parcerias com o setor privado podem possibilitar a escalada dessas pesquisas para a sociedade”, afirma Marco Bego, diretor de Inovação do HC.

O hub terá entre seus mantenedores a AstraZeneca, a Alliar Médicos à Frente, além da Johnson & Johnson Medical Devices, KPMG, Cremer, Grupo Mafra, Abbott, Pixeon e Symantix. O centro de inovação ocupará uma área de 900 m², distribuídos em dois pavimentos do próprio complexo hospitalar. As tecnologias e soluções desenvolvidas pelas startups e grandes empresas no Distrito InovaHC poderão ser absorvidas pelo Hospital das Clínicas, com a possibilidade, ainda, de escala para outras instituições das redes pública e privada.

Raio-X das Healthtechs no Brasil

Realizado pelo Dataminer, braço de pesquisa do Distrito, o HealthTech Mining Report mapeou 386 startups focadas no desenvolvimento de tecnologias para a área da saúde. O levantamento traz empresas fundadas a partir de 1996. A maior parte delas, 87,1%, foi fundada desde 2010, com destaque para os últimos cinco anos, quando surgiram 252 novas healthtechs.

“Apesar do setor de saúde ter evoluído muito nos últimos anos, especialmente no âmbito privado, ainda existem oportunidades para a geração de melhorias em escala, para a ampliação do acesso a serviços de qualidade e a reversão da ineficiência de gestão responsável por longas filas em hospitais”, comenta Gustavo Araujo, do Distrito.

O mapeamento realizado classificou as empresas do setor em 9 categorias distintas, de acordo com a atuação de cada uma delas: 1. Serviços de Saúde, 2. Acesso à Informação, 3. Relacionamento com pacientes, 4. Gestão e Prontuário Eletrônico, 5. Telemedicina, 6. Farmacêutica e Diagnóstico, 7. Medical Devices (focados em dispositivos para prevenção, diagnóstico e tratamento de enfermidades), 8. Wearables & IOT (tecnologias para o monitoramento de pacientes) e 9. Inteligência Artificial & Big Data.

Encarado como um dos principais gargalos de setor da saúde no País, a área de gestão é a que apresenta maior concentração de startups dentre as mapeadas: são 92 (23,9%) delas. Em seguida, estão as empresas que fornecem soluções de Acesso à Informação (16,3%), de Marketplace (15,5%) e, ainda, as de Farmacêutica e Diagnóstico (10,9%).

No que diz respeito à distribuição por Estados, 41,4% das healthtechs estão em São Paulo. Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná aparecem em seguida, com 14%, 9,8%, 8,5% e 7,8%, respectivamente. Chama a atenção a não ocorrência de uma startup voltada para a área da saúde na região Norte do País.

Característica comum entre startups de todas as áreas, o reduzido número de funcionários é também uma constante entre as healthtechs: 94% delas têm até 50 funcionários. Dr. Consulta e Pixeon, entretanto, são duas grandes exceções em função da capilaridade dessas empresas, que têm entre 300 e 600 funcionários.

Diferentemente de áreas como finanças e varejo, onde as startups apresentam soluções B2B, no caso das startups de saúde, parece haver um equilíbrio entre os modelos B2B (47,6%) e B2C (39,5%). A adoção de ambos, no entanto, ocorre em 12,6% dos casos. Há ainda o B2G – 0,3% das empresas têm o governo como público-alvo.

Para conferir o estudo completo, acesse aqui.

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