* Por Hans-Holger Albrecht
Graças aos avanços tecnológicos, estamos vivendo o melhor momento para experimentar, inovar e pensar fora da caixa na hora de resolver problemas antigos e novos de clientes em uma ampla gama de setores. Essa conjuntura permitiu ao ecossistema de empreendedorismo registrar um crescimento sem precedentes nos últimos anos. De acordo com um relatório da organização Startup Genome, desde 2017 a economia global de startups cresceu 20% e atualmente está avaliada em quase três trilhões de dólares.
A inovação trouxe oportunidades, mas também criou desafios complexos para os empreendedores que estão quebrando os paradigmas atuais. A concorrência se mantém tão acirrada hoje quanto era há uma década, porém, a disruptura adicionou desafios sociais e humanos ao processo.
Pequenas empresas com grandes ideias são forçadas a pensar e repensar suas estratégias de inovação a fim de encontrar a receita perfeita para uma diferenciação que também contribua para objetivos mais significativos. Embora isso muitas vezes tenha beneficiado historicamente o usuário final em termos de escolha, também pressionou enormemente os provedores de serviços: enquanto eles lutam por share of voice, liderança de mercado e lealdade do cliente, ao mesmo tempo enfrentam o risco de comoditização.
Então, o que as startups podem fazer para se diferenciar? O primeiro passo é procurar constantemente maneiras inovadoras e criativas de oferecer experiências humanas positivas que não apenas abordem os principais pontos problemáticos dos clientes, mas também atendam às suas necessidades e desejos.
A tecnologia tem armado as startups com ferramentas avançadas que podem gerar dados para ajudar a atingir os clientes certos pelos canais certos. Mas, no final das contas, é importante lembrar que o usuário final é uma pessoa real com emoções reais. Portanto, se essas ideias não ajudarem as empresas a obterem uma resposta emocional positiva de pessoas reais que usam seus produtos ou serviços, elas provavelmente falharão em sua missão.
Desde o início, as startups devem se perguntar o que representam e qual é a história da marca. Garantir uma voz forte da marca que possa se comunicar com os clientes primeiro como seres humanos, ajudará bastante a construir essas conexões profundas e significativas – especialmente em um mundo inundado por ruídos artificiais.
Portanto, a chave para o sucesso em um mundo altamente comoditizado e competitivo, em poucas palavras, é permanecer humano, tanto do ponto de vista organizacional quanto do produto. Para mim, esse é o cuidado essencial que as startups devem ter em todos os seus processos enquanto estão desenvolvendo a próxima inovação.
* Hans-Holger Albrecht é CEO global da Deezer
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