A Migo (antiga Mines.io), startup que tem reinventado as formas que as pessoas acessam o crédito em mercados emergentes, completou sua Série B de investimento com US$20 milhões liderada pela Valor Capital Group, um fundo de venture capital focado no Brasil.

Investidores já presentes anteriormente como a The Rise Fund (gerido pela TPG Growth) e Velocity Capital, também se juntaram a essa rodada. O aporte irá dar suporte a aquisição de talentos, ao lançamento da plataforma no mercado brasileiro, assim como ao crescimento da operação na Nigéria.

A Migo é uma plataforma hospedada em nuvem que permite a empresas oferecer crédito para seus clientes, ampliando a infraestrutura de bancos tradicionais e pagamento com cartão. Empresas como bancos, operadoras de comunicação e varejistas integram a Migo em seu aplicativo, e então, a sua plataforma acessa o risco de crédito do consumidor e oferece a ele uma conta digital e linha de crédito.

O cliente pode usar esta linha de crédito para fazer compras de um comerciante ou para sacar o dinheiro sem a necessidade de ter um cartão ou máquinas de cartão (POS – Point of Sale). A plataforma também atende clientes que não possuem acesso aos bancos e que, tipicamente, não são cobertos por agências de crédito, tendo mais de 7 milhões de clientes neste perfil até o momento. Estima-se que 90 milhões de adultos na Nigéria e 100 milhões no Brasil não tenham acesso ao crédito, o que representa uma enorme área inexplorada de crescimento para o ecossistema bancário em mercados emergentes.

“Nossa missão é conduzir negócios ao redor do mundo, introduzindo a liquidez de ponta a ponta no setor de varejo” explica Ekechi Nwokah, CEO da Migo. “Acreditamos que o melhor caminho para atingir essa meta seja construindo uma infraestrutura digital, que fortaleça as companhias locais, que já atendem milhões de consumidores e pequenas empresas”.

A Migo oferece uma Interface de Programação de Aplicações (API, sigla em inglês) simples, para que seus parceiros possam oferecer um serviço de crédito co-branded em seu aplicativo e/ou site, aumentando o engajamento do consumidor e permitindo atender segmento de clientes que não eram capazes anteriormente de servir. A Migo é particularmente atrativa para lojistas gateways de pagamento já que aumenta o poder de compra do consumidor e aumenta a taxa de transações efetivadas.

Como parte do investimento, Antoine Colaco, da Valor Capital passa a integrar o conselho de administração da Migo. “A Migo combina a sua tecnologia de ponta com seu profundo conhecimento das necessidades do consumidor e pequenos negócios em mercados emergentes. Estamos otimistas com a parceria no Brasil e além”, diz Colaco.

A Migo já capacita algumas das maiores empresas de varejo na África, desde as operadoras de celulares 9mobile e MTN, as empresas de pagamento Interswitch Flutterwave, até bancos como o Bank of Industry e o Fidelity Bank. A Migo está agora expandindo sua atuação para o Brasil e tem firmado parcerias com algumas das maiores empresas do varejo da América Latina. “A abordagem tipicamente conhecida no Vale do Silício de “Mova-se rapidamente e quebre as coisas” não funciona tão bem em mercados emergentes. Para criarmos soluções duráveis é importante combinar a audácia da tecnologia inovadora com a modéstia das nuances do mercado local” diz Nwokah.

A Migo começou como um projeto de pesquisa de Inteligência Artificial de alta performance liderada pelo Cientista chefe da Migo, Kunle Olukotun, professor de engenharia da computação na Universidade de Stanford. A plataforma ganhou vida depois de um encontro fortuito entre Kunle e Nwokah, cientista da computação que trabalhava em grandes projetos de big data na Amazon Web Services (AWS), que se juntou ao time a fim de direcionar esta tecnologia para soluções de crédito em mercados emergentes. O enfoque em big data é uma das vantagens chave da empresa, uma vez que combina uma enorme quantidade de dados entre todos seus parceiros para melhorar a cobertura de crédito da população e a tomada de decisão ao longo do tempo.

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