* Por Arthur Braga Nascimento
Muitas vezes é difícil aceitar, mas o seu negócio pode estar no sentido contrário da maré do que podemos chamar de “vento em popa”, inclusive quando falamos das startups, que em sua maioria são conhecidas por serem empresas de pequeno porte e em fase inicial, ou seja, estão há pouco tempo no mercado com o objetivo de levarem ideias inovadoras sem saber se começaram corretamente.
Mas, o que poucas pessoas sabem é que a maior característica de uma startup é a rapidez de seu crescimento. Por isso, se o empreendimento não apresenta uma taxa de aceleração acelerada mensal, já é hora de se preocupar, pois sua startup pode estar apresentando sinais de que não está indo bem.
Mesmo com esse número acelerado de crescimento que as startups precisam apresentar para estarem bem posicionadas, hoje já existem mais de 12 mil startups espalhadas pelo Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Porém, esse número frenético muda a todo instante com idas e vindas de ideias inovadoras que surgem no mercado. Mas exponho aqui a dúvida da maioria dos empreendedores: Como fazer para saber se uma startup tem potencial e está indo bem?
O que é importante levar em consideração, é que toda empresa precisa avaliar frequentemente se está no caminho certo. A validação de hipóteses, por exemplo, te dá a possibilidade de tomar atitudes que passam por alterar a rota, desistir ou tentar um novo trajeto antes de acabar com os recursos financeiros. Pensando nisso, listei aqui algumas dicas de como iniciar uma startup e não correr o risco de ir à falência:
De olho no jurídico: o jurídico é um item muito relevante para o empreendedor ao criar seu próprio negócio, pois é a partir de uma boa assistência de um advogado que sua startup vai criar uma governança que depois terá um impacto positivo na captação de investimentos. Além disso, o advogado é relevante para evitar prejuízos financeiros, decorrentes de aspectos trabalhistas, tributários, contratuais, societários e de propriedade intelectual, que no fim podem acabar com a empresa;
Ter um sócio referência no mercado de atuação: o sócio é quem criará as diretrizes do negócio e ficará responsável pela operação da startup em fase inicial. Assim, ter um parceiro que conhece muito bem o mercado que será explorado é fundamental;
Dê oportunidade para que seu colaborador vire sócio: dar a oportunidade de um colaborador ou funcionário virar sócio da sua startup é fundamental, desde que isto esteja atrelado a metas e/ou prazos. Essa prática, que surgiu nos EUA para segurar os melhores funcionários é muito bem vinda no ambiente empreendedor e é uma forma de testar se a pessoa escolhida possui perfil de sócio no negócio, considerando que já colocar alguém nessa posição logo de cara tem um alto risco e pode ser um grande transtorno depois para retira-lo;
Proteção de marca e software: a startup em muitos casos depende de um software para o seu resultado e, não só isso, depende também de uma marca que cause um impacto positivo no mercado de atuação. Desta forma, é relevante o empreendedor estar ciente de que certa hora é importante realizar os devidos registros no INPI;
Proteção de dados: o assunto já era importante antes e agora, com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), virou um assunto de alto impacto para o empreendedor. Por isso, é imprescindível ter a política de privacidade bem feita de acordo com a nova norma com o acompanhamento de uma governança interna no caso de qualquer problema que venha a surgir no andar da operação, pois são documentos muito relevantes. Além disso, os termos de uso de cada empresa, devem estar de acordo com as normas exigidas pela lei e assim, para empresa ter uma relação transparente e que de conforto aos usuários.
Arthur Braga Nascimento é sócio do BNZ e coordenador da Bonuz. Especializado em Ventures e Startups. Presidente da Comissão de Startups da OAB/SP e coordenador do Legal Talks do IBMEC/SP.
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