* Por Sérgio Roque

“O Brasil não é para principiantes”, já dizia Tom Jobim. Hoje canso de ler que o Brasil não é para amadores e acredito que não é mesmo. Empreender na nossa terra desenvolve outros sentidos, além dos já conhecidos.

Mais um ano difícil está terminando. O ano que vem será um ano bom e os próximos melhores ainda, e todos que procuram o tempo todo serem melhores executivos e gestores e buscam o melhor para o negócio e para seus colaboradores, irão crescer muito.

Problemas sempre vamos ter e sem eles não crescemos. Hoje acredito que os momentos de mercado em alta e crescimento, nos fazem muitas vezes tomar péssimas decisões e nos forçam a erros grotescos e ainda e não nos preparam para quando as crises chegam.

Empreendendo, eu passei por todos os planos que o governo tentou emplacar para diminuir uma inflação que chegou a mais de 40% ao mês. Sarney I e II, Plano Color e finalmente o Real.

Cada plano era uma esperança e ao mesmo tempo minavam o negócio, mercado e nossa saúde com suas derrocadas. Mesmo o Plano Real, que no começo era apenas mais um plano, teve um mês de dolarização e uma greve de mais de trinta dias dos Correios (quando os Correios eram importantes para qualquer negócio) e todos esperavam o pior, já escolados pelos planos anteriores. Contudo, em todos escutei de vários empresários o mesmo que meu tio Alonso falava: se for para arrumar o País vale a pena.

Em 2001, como diretor comercial de uma multinacional gráfica de grandes formatos, com seu principal negócio relacionado às grandes campanhas de mídia outdoor, a maioria apoiada em painéis iluminados, veio a crise de energia e o apagão na cidade.

Até 2006, todo o mercado me sondava diariamente e me mandava propostas para ir trabalhar com eles. Em 2007, com a Lei Cidade Limpa, meu curriculum valia menos que o papel que ele estava impresso.

No final de 2007, abri uma agência de comunicação e tinha apenas dois clientes: americanos! Em 2008, começa a crise na América. No final de 2014, contratei vários executivos para incrementar as vendas e o conteúdo, mas não contava com a Petrobrás.

Também, em todos estes momentos de crise, cometi erros enormes e tomei decisões horríveis que acreditei terem sido forçados pelo momento.

Olhando assim, parece que não tive nenhum sucesso, porém ao mesmo tempo tive grandes vitórias, superei Himalaias de desafios, conheci grandes profissionais e tive a honra de trabalhar e aprender com alguns deles. Aprendi tanto sobre mim mesmo. Acredito que desenvolvi, mesmo, outros sentidos.

O ano que vem será um ano bom e os próximos melhores ainda. Então, não se esqueça de investir em você. Primeiro, em se conhecer melhor (aparentemente você não verá nenhum lucro nisso).

Não invista seu tempo somente na vida profissional. Procure equilibrar com a família e principalmente doando aquilo que você tem de bom à sociedade (o retorno sobre o investimento é gigante e garantido). Tenha um tempo para si mesmo todos os dias e verá que as melhores ideias geralmente aparecem neste momento.

O ano que vem será um ano bom e os próximos melhores ainda. Sempre.

Porém antes disso comemoremos este ano. Estamos vivos.

Boas festas.


Sergio Eduardo Roque é coach executivo e de vida com foco em processos de autoconhecimento na SerOQue Desenvolvendo Pessoas. Com formação em engenharia (FAAP) e marketing (ESPM) atua há mais de 25 anos no mercado como executivo e empreendedor.

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