
* Por Sebastian Allani
As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) brasileiras não estão acompanhando as mudanças na forma do brasileiro realizar pagamentos. Enquanto menos da metade (46%) das PMEs não possuem um terminal para receber pagamentos via cartões, R$850 bilhões foram movimentados por pagamento via crédito e débito apenas no primeiro semestre de 2019. Um aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2018. Além disso, novas tecnologias também estão aparecendo e se consolidando no Brasil. Apenas na cidade de São Paulo, o pagamento por contato cresceu 600% neste ano.
Mesmo que o dinheiro ainda seja a forma preferida de pagamento para 60% dos brasileiros, estas PMEs estão perdendo um público grande por não aceitar pagamento por cartão. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) mostra que a quantidade de compras com cartões de crédito, débito e pré-pagos no primeiro semestre ultrapassou a marca de R$10,3 bilhões, o equivalente a 40 mil transações a cada minuto.
Enquanto as PMEs relutam em aderir aos terminais de pagamento por cartão, as novas tecnologias estão revolucionando o mercado de pagamentos aqui e no exterior. Um levantamento da IDC mostra que 61% dos brasileiros das classes A, B e C já tem carteira digital para realizar pagamentos pelo smartphone. Na China, um dos mercados mais avançados nesse quesito, 577 milhões de pessoas realizaram pelo menos uma compra por proximidade no primeiro semestre de 2019 – cerca de 50% da população do país. A expectativa é de que este número chegue a 60% da população em 2023.
Com esse mercado em ebulição e cheio de oportunidades, novas soluções estão aparecendo ao redor do mundo e, para a pequena e média empresa que quer atacar este público, é uma boa hora para buscar soluções inovadoras. Uma delas é adotar a solução de meio de pagamento eletrônico já integrado com um software de Ponto de Venda (PDV), inovação que despontou primeiramente nos Estados Unidos com algumas empresas disruptivas e já está disponível no Brasil. Os empreendedores brasileiros podem baixar um app gratuito em um iPad que processará todas as vendas realizadas em seu terminal de vendas.
Esse tipo de solução chamou a atenção primeiramente nos EUA devido ao seu baixo custo, disponibilizando ao empreendedor um controle maior de suas vendas, já que tudo é registrado via o app, além de oferecer taxas competitivas para o processamento das vendas, ponto determinante de escolha de uma maquininha de cartões para 78% das PMEs brasileiras. Outro ponto importante dessa solução é a sua versatilidade. Para restaurantes com atendimento no balcão, por exemplo, a portabilidade do iPad e outros dispositivos móveis auxiliam na hora do atendimento e do pagamento de contas em horários de pico.
Um outro diferencial dos PDVs integrados com um iPad é a segurança dos dados do comprador e a facilidade para gerenciar o seu negócio via aplicativo. Esses sistemas são baseados na nuvem, tendo a movimentação dos dados monitorados o tempo todo e são mais seguros do que tabelas em seu computador ou, em muitos casos, o registro na velha caderneta. Este registro na nuvem também facilita no acesso aos dados de suas vendas, controle de estoque, entre outros diferenciais de gestão, mas com uma interface fácil de usar.
Além do registro, estes aplicativos de PDVs integrados com pagamento podem auxiliar o empreendedor em suas vendas. Nele, o empresário pode incluir promoções por tempo determinado e gerenciar se ela está rendendo ou não. Caso a empresa tenha mais de uma unidade, como duas barracas de pastel, o empreendedor pode escolher o dia da semana em que a promoção deve entrar, em qual das unidades ela acontecerá (ou se será em todas) e qual o produto deve entrar. As possibilidades de personalização são infinitas.
Não é difícil de perceber que os hábitos dos consumidores estão mudando e, não acompanha-los, pode ser o ponto decisivo entre um negócio prosperar ou não. Por isso, as PMEs devem buscar soluções para pagamento que não sejam só terminais de vendas, mas ferramentas que podem ajudar na fidelização de seus clientes.
* Sebastian Allani é CEO da Kikker.
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