* Por Henrique Volpi

“É muito difícil fazer uma previsão, especialmente do futuro”, Niels Bohr*

Muitos artigos falam que os dados hoje são muito valiosos. Para as empresas que sabem trabalhar com eles, seriam uma mina de ouro. Seriam como um novo petróleo. Além da referência pouco ecológica, uma produção massiva de dados e o seu devido armazenamento não são garantia de sucesso algum. O fato é que dados, por óbvio, são apenas dados. O efeito realmente transformador está na sua análise e entendimento. A partir daí então a produção de “insights”,  que podem representar ferramentas poderosas das empresas digitais.

Ainda me lembro muito bem de um professor de universidade que dizia que dados não é informação. Eles sozinhos implicam em um “cluster” ou “data set” de informações em seu estado ainda bruto e não necessariamente indicam uma informação e ações a serem tomadas.

Os dados da acumulação de dados são impressionantes. Uma pesquisa da Camâra de Comércio Americana (2019), indica que 90% dos dados globais foram produzidos nos últimos dois anos. Como ainda estamos nos passos iniciais da conectividade 5G e da utilização de dispositivos de IoT imagina-se que este ritmo será ainda mais acelerado. Em 10 anos, teremos dados mensais sendo produzidos em um ritmo maior do que todos os outros anos anteriores juntos.

Como devemos trabalhar com esta montanha de dados sendo produzida minuto a minuto? Inicialmente, recomenda-se uma estratégia definida de dados. Pode-se criar inclusive uma área de dados ou ciência de dados. Isto vale até para empresas que achem que, por ventura, ainda não têm tantos dados assim. Procure ajuda de craques: AWS, IBM, Microsoft, EMC Dell e Veritas, empresas que podem ajudar no momento inicial de estruturação e organização dos dados. Crie uma cultura contemplativa com relações aos dados, todas as diversas áreas da empresa devem ter contato e analisar os dados. Comece pequeno.

A última dica é relevante para todo o processo. Imagine um exemplo: todas as suas vendas no varejo online foram para mulheres da região sul. O que isto significa? Foi uma intenção da empresa? O resultado era esperado? Este é o “fit” do produto vendido? Foi uma dispersão estatística.

Principalmente, teste, erre, aprenda e repita. Trata-se uma jornada de entendimento. Qual a sua estratégia para dados?

*Niels Henrick David Bohr (Copenhague, 7 de outubro de 1885 — Copenhague, 18 de novembro de 1962) foi um físico dinamarquês cujos trabalhos contribuíram decisivamente para a compreensão da estrutura atômica e da física quântica.


Henrique Volpi é sócio-fundador da Kakau Seguros, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi co-autor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.

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