


Qual o impacto de criar regras para um processo criativo? Novas ideias em série, porém, com baixo potencial disruptivo, o que é contraproducente para a evolução do negócio. É como pensam os gestores que optaram pela inovação aberta, ou, Open Innovation para quem curte usar os termos estrangeiros.
Já reparou na oferta de informações, em quantos dados e conhecimentos estão disponíveis para todo mundo? Esse compartilhamento faz com que surjam centenas de milhares de especialistas criativos pelos quatro cantos do planeta.
Então, porque usar apenas seu time para encontrar soluções fabulosas? Se nem mesmo o clube europeu mais rico tem todos os craques da atualidade, porque limitar seu potencial criativo nas quatro paredes do seu negócio? Vamos bater um papo virtual sobre Open Innovation.
Quais os benefícios da inovação aberta?
Se a união faz a força, o esforço conjunto promove a inovação. É bem assim que funciona o Open Innovation, que, fique claro, não está relacionado ao código aberto ou disrupção conduzida pelo usuário.
Ao adotar a inovação aberta, o negócio está buscando o potencial inovador externo e, ao mesmo tempo, oferecendo o seu com o intuito de otimizar os resultados do desenvolvimento e criação da empresa.
Uma relação de ganha-ganha, certo? Mas os benefícios não param por aí.
Networking relevante
Ainda na vibe do “unidos venceremos”, é importante considerar que a inovação aberta aproxima empresas com o mesmo perfil e objetivos de desenvolvimento, ou seja, ótimas companhias para crescerem juntos.
Além de unirem forças criativas, talentos e competências, essa colaboração também fortalece o networking dos profissionais envolvidos, cria uma associação de marca relevante para o mercado e potencializa a capacidade de divulgação das novas ideais.
Outra união que também é fundamental para o Open Innovation está relacionada aos acadêmicos do setor.
Quando Henry Chesbrough culminou o termo e a ideia em seu livro Open Innovation de 2013, também tinha como alvo a aproximação das universidades com o mercado de trabalho. Uma conexão que, certamente, poderia trazer bons resultados para os dois lados.
Aumento da eficiência
O cálculo da eficiência da inovação é simples: menores custos produtivos, somados a agilidade no desenvolvimento e potencial da solução criada é igual a sucesso.
Nesse sentido, contar com colaborações externas na inovação aberta garante que os melhores especialistas atuem no processo sem o investimento que isso implicaria em uma eventual contratação.
Melhoria no desenvolvimento do produto
A agilidade na descoberta da solução ideal também otimiza o desenvolvimento do produto, o que, aliás, também reduz os custos operacionais.
Mas, o principal é que essa antecipação permite que o negócio teste seu produto e coloque no mercado antes da concorrência, trazendo, entre outros benefícios:
- maior quantidade de vendas com a exclusividade do mercado;
- identificação de melhorias que podem ser incorporadas;
- conquista da autoridade da marca por seu pioneirismo e inovação;
Muito bem, os benefícios são mais que convincentes, mas, existem aspectos legais e até mesmo da filosofia de alguns negócios que podem ser barreiras para a adoção da inovação aberta. Então, como garantir que ela aconteça?
Como acontece o processo de implantação da Open Innovation?
Para Henry Chesbroungh, existem dois caminhos possíveis para a Open Innovation. O primeiro, é quando o capital inovador externo é integrado ao projeto em desenvolvimento pelo negócio, e o segundo, na situação inversa, ou seja, quando as ideias e tecnologias desenvolvidas internamente são oferecidas às empresas colaboradoras.
Seja qual for o caminho, é indiscutível que a inovação aberta engaja os talentos internos, pois permite que eles se envolvam com projetos de grandes proporções e ampliem, absurdamente, suas soft skills relacionadas a inventividade e criatividade pela troca de experiências com outros especialistas.
Então, algumas ações contribuem para a implantação da Open Innovation em uma empresa.
Hackathons
São verdadeiras maratonas para a inovação que envolvem a formação de times multidisciplinares, brainstormings, programação, criação de protótipo e muita colaboração.
O modelo une desenvolvedores, empreendedores, designers e outros entusiastas inovadores para, juntos, criarem soluções para determinado desafio. A Rede Globo já realizou, pelo menos, 4 edições de Hackathons que envolvem temas sobre o futuro do mercado de mídias, por exemplo, entre elas, uma que teve como palco a casa do Big Brother Brasil.
Programa de Ideias
Eles podem ser desenvolvidos internamente ou de forma ampla, para toda a rede de conexões do negócio, ou seja, clientes, colaboradores, fornecedores e até mesmo entidades públicas.
É importante, porém, que se tenha uma estratégia bem definida. Direcionar o tema das ideias, por exemplo, permite que os participantes façam contribuições relevantes para o negócio.
Além disso, é fundamental que as ideias sejam analisadas quanto a sua viabilidade, melhoradas e colocadas em produção, demonstrando que não se trata apenas de uma “caixinha de sugestões”, mas, sim, um canal valorizado pela gestão do negócio.
E nem é preciso dizer que o reconhecimento dos participantes é crucial para seu sucesso, não é mesmo? Essa é a melhor forma de validar os esforços criativos e a cultura da inovação aberta que o negócio deseja firmar.
Crowdsourcing
Muito similar ao Programa de Ideias, o crowdsourcing lança ao mercado um tema ou desafio para colher insights e ideias inovadoras que podem ser usadas em sua solução.
Nesse caso, no entanto, pode envolver premiações estabelecidas previamente, e, o que conta não é a proposta de uma solução idealizada por único indivíduo, mas, a soma das ideias que permite que a empresa desenvolva uma inovação mais abrangente.
A Coca-cola Brasil, por exemplo, lançou um programa chamado Open Up que promove desafios online e oferece premiações para as melhores ideias recebidas. Entre uma de suas propostas, estava a procura por maneiras de melhorar a logística de entrega do refrigerante.
Relacionamentos comerciais
Aqui, podemos citar a obtenção ou injeção de investimentos em projetos inovadores, criação ou participação de projetos de aceleração e, claro, a procura por parcerias com outras empresas e startups que estejam desenvolvendo tecnologias e ideias complementares ao do negócio.
Nesse caso, tudo dependerá do porte da empresa e em qual momento de sua jornada no mercado. Se ela já está consolidada, pode criar um programa de aceleração e abraçar projetos de startups que podem ser absorvidos pelo negócio.
Também na condição de apadrinhamento, é possível ceder tecnologias e estruturas que, em outras situações, estariam inacessíveis para as startups que estão iniciando sua jornada.
Cocriação
A cocriação também é um exemplo de Open Innovation resultante de um relacionamento comercial, mas, vale ser destacada individualmente.
Isso porque, no seu caso, uma empresa convida um especialista, parceiro ou até mesmo cliente para desenvolver uma solução em conjunto, e, a partir disso, dividem os méritos e até mesmo os resultados financeiros.
0 comentário