O segredo do sucesso de grandes marcas muitas vezes está associado à capacidade de reunir fornecedores de qualidade, estabelecendo com eles uma relação duradoura e efetivamente benéfica para ambas as partes.

Para desenvolver esse potencial no contexto dos prejuízos causados pela pandemia do coronavírus, o Sebrae fez uma parceria com a C&A, uma das maiores empresas varejistas do setor de vestuário e tradicional rede de lojas de departamento do país, onde atua desde 1976. Já na primeira rodada de pesquisas realizadas pelo Sebrae para monitorar o impacto negativo da Covid-19, em março, o setor da moda despontou entre os mais afetados, tendo 80% dos pequenos negócios registrado queda no faturamento.

A parceria com a C&A rendeu apoio a um conjunto de mais de 100 pequenas empresas, que revendem para a rede de lojas em áreas como costura, estamparia e acabamento. O objetivo consiste na manutenção de mais de quatro mil empregos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. O projeto tem o nome de Retomada com Impacto Positivo e dá acesso a consultorias personalizadas com equipes especializadas do Sebrae. O tema central é o gerenciamento pós-crise, focado na construção de um plano para o momento.

Este trabalho é um bom exemplo das ações do Sistema Sebrae de Moda no âmbito da sua Estratégia Nacional da Cadeia Produtiva da Moda, que trabalha para aumentar a produtividade e a competitividade do segmento. Três pilares são considerados. No primeiro, o empresarial, busca-se a melhoria de indicadores como custo, faturamento e desperdício. Em seguida, vem o estrutural, mediante elaboração de estudos para o setor e formação de parcerias com associações e entidades. Finalmente, há o pilar sistêmico, no qual se trabalham políticas públicas que favorecem o ambiente de negócios e o setor em níveis municipal, estadual e nacional.

A cadeia produtiva da moda contempla os segmentos têxtil e de confecção, de couro e calçados, gemas e joias. Compõe-se de complexa rede de indústrias, serviços e comércio, com elevado potencial de geração de renda e de postos de trabalho em todo o Brasil. Estima-se um total de 1,5 milhão de empregos diretos e oito milhões se adicionarmos os indiretos e o efeito renda, dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 2019. Ao mesmo tempo, o setor enfrenta adversidades como concorrência estrangeira, baixa produtividade, maquinário defasado e mão de obra pouco qualificada e alta taxa de rotatividade.

Ao longo dos anos, o Sebrae tem municiado os empresários com conhecimento e ferramentas modernas de gestão, bem como de capacitação e profissionalização dos recursos humanos. Procuramos viabilizar a adesão da moda à transformação digital e à economia 4.0 mediante automação e inovação e incentivamos a entrada ou a expansão no universo do comércio eletrônico – principalmente, agora, que há pelo menos 5,7 milhões de novos consumidores fazendo compras pela internet, segundo dados da Neotrust/Compre&Confie, referentes ao período de abril a junho de 2020, em plena pandemia.

A ideia desses projetos de moda é robustecer toda a cadeia de valor do segmento e potencializar os acessos a diferentes mercados, ampliando o alcance a clientes finais. A atuação se volta para o fortalecimento econômico, social e sustentável, o que traz benefícios relevantes para comunidades e territórios, uma vez que desenvolve o ambiente empresarial e proporciona trabalho, emprego e renda.

Em 2019, foram executados 76 projetos de moda, com mais de 15.700 empresas atendidas. Este ano, no período da pandemia, houve continuidade no atendimento de projetos por meio digital, bem como se realizaram rodadas de negócios para prospecção de novos compradores e acesso a mercados. Entre as iniciativas, destacam-se as alianças com plataformas de venda on-line e marketplace e a geração de conteúdo (artigos, e-books, vídeos), além dos esforços para facilitar o acesso das empresas ao crédito bancário.

Pouco a pouco, o comércio tem reaberto as suas portas e retomado as atividades, depois de um duro período fechado, em razão da pandemia. Entre os diversos segmentos, o varejo de moda enfrenta uma série de novos desafios para conquistar a confiança dos clientes, em circunstâncias que exigem o distanciamento físico.

Para ajudar, o Sebrae divulgou um protocolo de retomada destinado aos pequenos negócios do varejo da moda, com orientações práticas para aplicação adequada de procedimentos de segurança e higiene pelos próprios empreendedores, por seus colaboradores e fornecedores e pelo público em geral. Há novos hábitos de consumo gestados no período de isolamento social, para os quais todos precisam estar atentos e comprometidos em incorporar as mudanças necessárias para um atendimento seguro e saudável a todos.

Publicação Original


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder