Trabalho para a obtenção da IG foi articulado pelo Sebrae/PR e contou com as parcerias da Adetur e Associação dos Produtores de Bala de Banana Antonina e Morretes
Quem visitou o litoral do Paraná, provavelmente, provou a famosa bala de banana de Antonina, típica da região. Agora, a fama, o sabor e a sua história ganharam um novo patamar, pois no dia 29 de dezembro de 2020, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu o registro de Indicação Geográfica, na modalidade Indicação de Procedência. A produção respeita tradições familiares e possui características únicas que asseguram seu diferencial. Hoje, o volume de produção alcança mais de 15 toneladas por mês.
Conforme o INPI, os documentos apresentados pela Associação dos Produtores de Bala de Banana de Antonina e Morretes (Aprobam) demonstram a importância da produção para a região, incluindo a promoção ao turismo. Antonina é reconhecida no Brasil também pelas balas de banana, produto típico que ajuda a valorizar a cultura da região e é considerado patrimônio cultural da cidade.
O processo para a obtenção do registro de IG começou a ser articulado pelo Sebrae/PR, em 2014, quando foi realizado um levantamento sobre potenciais produtos que poderia pleitear a IG. Entre os 35 indicados, 10 foram selecionados, sendo quatro deles no litoral do Estado, incluindo a bala de banana.
A coordenadora estadual de Agronegócios do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, relembra que,
em 2016, a Agência de Desenvolvimento do Turismo (Adetur) deu entrada na documentação solicitando o registro de IG para a bala de banana de Antonina, conforme exigência da Instrução Normativa do INPI.
“Realizamos um levantamento com dados e informações sobre o produto e as empresas, incluindo mais de 800 citações na imprensa, além de relatos de diversos moradores sobre importância das balas para a cidade, aspectos econômicos, culturais e históricos”, diz a coordenadora.
Porém, em 2018, uma nova Instrução Normativa, publicada pelo INPI, exigia, que o órgão responsável pelo registro da documentação fosse diretamente ligado ao produto. Com isso, houve a necessidade de criar Aprobam.
“A obtenção do registro de Indicação Geográfica é uma proteção para os produtores e representa a valorização do produto. Antonina ganha mais visibilidade, como também as empresas, os fornecedores de matéria-prima e o turismo”, considera. A chancela abre ainda a oportunidade de exportação do produto.
Expandir o mercado e agregar novos fornecedores de matéria-prima estão entre as expectativas da empresária Bárbara Krenk, proprietária da Bananina, empresa fundada em 1973, em Antonina, e que produz balas de banana desde 1986.
“Ficamos honrados em contribuir com o desenvolvimento do nosso litoral e do Paraná. Sabemos que com a obtenção da IG o produto passa a ser reconhecido como legítimo de Antonina e abre portas para a comercialização em vários cantos do País”, considera.
Com um quadro de oito colaboradores e 30 fornecedores de banana, a expectativa é de avançar as vendas para outras regiões do país. Atualmente, a empresa produz por mês 8 toneladas de bala de banana, com a projeção de expandir para 12 toneladas/mês.
A empresária acredita ainda que novos produtores de banana podem ser ‘abraçados’ pela fábrica e que os atuais fornecedores também poderão ampliar a produção para atender a demanda.
A empresária Rafaela Takasaki Correa, sócia-diretora da Antonina, fundada há 41 anos, em Antonina, diz que o registro de IG reforça o reconhecimento dos clientes, moradores e turistas com relação à bala de banana.
“As pessoas já tinham essa percepção que a bala de banana é um produto típico de Antonina. Com a IG podemos trabalhar ainda mais o desenvolvimento do território e atrair ainda mais turistas para conhecer a cidade onde as balas são produzidas”, projeta.
Atualmente, a Antonina emprega 15 funcionários e conta com uma rede de 30 fornecedores. A produção é de 10 toneladas por mês, com a expectativa de incremento de 30%. A maioria dos clientes está no Paraná, mas atende todo o país através do e-commerce.
Organização da cadeia produtiva
Organizar a cadeia produtiva, identificar os pontos fortes e fracos e buscar todo o suporte necessário para o setor estão entre os planos da presidente da Aprobam, Maristela Mendes.
“A ideia é agregar novos associados e dar andamento nos trabalhos que foram paralisados com a pandemia da Covid-19”, diz. Segundo ela, foi elaborado o caderno de especificações, com o objetivo de manter a qualidade do produto, a padronização e suas características.
Produtos com IG no Paraná
Além da bala de banana, outros oito produtos possuem o registro de IG no Paraná. São eles o melado de Capanema, a goiaba de Carlópolis, o queijo de Witmarsum, a uva de Marialva, a erva-mate de São Mateus do sul, o mel do Oeste do Paraná, o mel de Ortigueira e o café do Norte Pioneiro.
O Estado tem ainda quatro produtos que estão aguardando o registro da IG pelo INPI, como o barreado e a farinha de mandioca do litoral do Paraná; a cachaça e aguardente de Morretes, e os morangos do Norte Pioneiro.
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