* Por Exame.com

O ano de 2020 foi cheio de altos e baixos para o francês Olivier Capoulade. Até agosto, ele era responsável pelas operações do Brasil, México, China e Estados Unidos da Voom, o “Uber dos helicópteros” do grupo Airbus. Com o número de voos diminuindo drasticamente durante a pandemia, a operação da companhia se encerrou, forçando Capoulade a rever a carreira. Em vez de procurar uma nova posição como executivo, ele decidiu empreender em um ramo novo: a medicina.

Aproveitando a autorização para a prática de telemedicina no Brasil em 2020, Capoulade e seu sócio, Morgan Autret, criaram a heathtech Omens, especializada em distúrbios sexuais masculinos. A empresa oferece aos clientes consultas remotas com urologistas e também os conecta com farmácias locais.

A ideia dos sócios é facilitar o caminho para que os homens consigam ajuda profissional, contornando o tabu que ainda existe em relação a dificuldades sexuais. “Existe uma cultura entre as mulheres de se consultar rotineiramente com ginecologistas, e a oferta dessa especialidade é muito maior. Nossa ideia é diminuir o gap ligado aos urologistas fazendo com que os homens tenham acesso ao especialista”, afirma Capoulade.

Para iniciar a startup, o empreendedor conquistou um aporte de R$ 1,4 milhão com investidores-anjo brasileiros e estrangeiros que moram no país. “A inspiração veio de iniciativas que fazem muito sucesso nos Estados Unidos e na Europa. Acreditamos que existe no Brasil um mercado para libertar um pouco esses assuntos sobre os quais ninguém fala hoje em dia”, diz Capoulade.

A plataforma é um marketplace que conecta os médicos aos pacientes, cobrando uma taxa por consulta. Em média, cada atendimento custa R$ 160 e pode ser feito por vídeo, mensagem ou telefone, a depender da vontade do paciente. Depois da consulta, o relatório do médico e suas prescrições assinadas com certificado digital ficam disponíveis online para o paciente, que, se quiser, pode encomendar os remédios nas farmácias conveniadas.

Depois de sete meses de estruturação da empresa, o serviço foi lançado no começo de dezembro no Brasil. Por enquanto, há seis médicos cadastrados e uma farmácia conveniada. À medida que o número de usuários aumentar, a startup deve trazer mais participantes para o ecossistema. Em 2021, os sócios também planejam entrar na área de conteúdo, oferecendo cursos online sobre sexualidade na Omens.

“Queremos adicionar muitas funcionalidades na plataforma, como a possibilidade do paciente se consultar com outro tipo de profissional, como psicólogos e nutricionistas”, diz o fundador. Mas agora, o foco da empresa é no marketing, para garantir que seus potencias clientes estejam dispostos a enfrentar seus tabus.

* Por Carolina Ingizza, para a Exame.com.

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