Pesquisa realizada pelo Sebrae e FGV mostra que as perdas no faturamento aumentaram e atingiram 46%. Confira dicas para enfrentar a crise nesse segmento
Ao longo do avanço da pandemia da Covid-19 no país, os empreendedores que vivem do artesanato têm se esforçado para manter os negócios e não desanimar diante da crise. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a FGV, entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março, o segmento entrou para o grupo dos cinco setores mais afetados pela crise. As perdas no faturamento aumentaram de 33%, no final de novembro, para atuais 46%, considerando uma semana normal de trabalho anterior à crise. A média de queda está agora em torno de 40%, significando que o movimento de recuperação das vendas dos pequenos negócios foi interrompido. O dia 19 de março é dedicado a essa categoria.
A coordenadora nacional de negócios de artesanato do Sebrae, Durcelice Mascêne, explica que os artesãos foram muito prejudicados pela pandemia, principalmente pelo cancelamento de muitos eventos importantes, como grandes feiras, onde eles costumam comercializar os produtos. Mesmo assim, ela garante que os empreendedores não desanimaram. “A queda do faturamento já era esperada diante da realidade da pandemia. As incertezas e ansiedade pela vacina impactam os negócios do segmento, mas observamos que os artesãos e as artesãs continuam muito abertos em buscar conhecimento e novas formas de vender os produtos”, disse.
Apesar da pandemia, dados da Receita Federal apontam que a diferença entre empresas abertas e fechadas foi mais positiva em 2020 do que em 2019. O único mês em que houve um pico de fechamento foi março de 2020, com 92 mil empresas baixadas. Mas no geral, o segmento apresentou um aumento de 13% de empresas abertas quando se compara ao mês de julho de 2019 e o número de empresas fechadas em 2020 manteve-se na proporção do período pré-pandemia.
A coordenadora do Sebrae acredita que 2021 será o ano que o artesanato vai se fortalecer ainda mais no mercado digital, se posicionando com produtos de valor agregado que trazem aconchego e representação cultural. “A orientação do Sebrae é que os artesãos e artesãs busquem capacitação para atuar no comércio online e se fortaleçam nos canais digitais como um negócio e isso requer uma organização dos processos produtivos. É preciso que a gestão seja bem administrada para cumprir as exigências, “porque a abertura de novos mercados deverá estar atrelada a capacidade de entrega”, alertou.
Confira abaixo dicas para manter um negócio artesanal e enfrentar a pandemia
1. Fique atento às necessidades dos seus clientes
Aproveite o momento para descobrir e pensar soluções úteis para o dia a dia do seu cliente. Lembre-se que muitos hábitos estão mudando neste período de pandemia e que as pessoas vão precisar de produtos práticos, desde um suporte para sapatos a recipientes para guardar alimentos de forma segura. Com criatividade e alguns insumos podem surgir novas ideias. Observe seu cotidiano e pergunte às pessoas com quem tem contato quais as dificuldades que elas têm enfrentado e como você poderia contribuir com um artefato útil ou um adorno que inspire coisas boas neste momento de confinamento.
2. Busque fazer parcerias “casadas”
Procure estabelecer parcerias para a venda casada com outros produtos de empreendedores de sua região ou até mesmo com rede de lojas conhecidas na área de decoração ou cama, mesa e banho, por exemplo. Para isso, mostre que o seu produto pode agregar valor à marca que valoriza a produção artesanal, seja como forma de fidelizar clientes com mimos e presentinhos que podem ser produzidos especialmente para os clientes do parceiro. Você também pode sugerir a criação de um display exclusivo para produtos artesanais dentro de lojas parceiras.
3. Se posicione nas redes sociais com um negócio
Não misture seu perfil pessoal com o perfil do seu negócio. Apesar da humanização das marcas estar em alta, saiba valorizar o seu produto de forma profissional, destacando aspectos que o diferenciem dos outros, encantando e mostrando a riqueza do seu ofício. Por outro lado, não deixe seu cliente sem resposta e não negocie uma entrega que não terá capacidade produtiva para cumprir. O Sebrae oferece diversos cursos online gratuitos para os empreendedores dominarem as ferramentas de venda online. Saiba mais clicando aqui.
4. Seja a vitrine do seu negócio
Todo empreendedor que se preza deve ter orgulho do seu negócio e você, como artesão ou artesã, deve fazer o mesmo. Se você faz acessórios, aproveite para usá-lo e não perca oportunidades de mostrar o seu talento. O processo de venda exige o encantamento dos seus clientes. Também incentive que seus clientes mais fiéis se mostrem nas redes sociais com seus produtos para atrair o interesse de outras pessoas.
5. Não esqueça dos protocolos de segurança e higiene para prevenção da Covid-19
Com a permanência da pandemia, os cuidados com a segurança e a higiene devem continuar sendo prioridade no seu ambiente de trabalho, seja em casa ou em outro lugar. O uso de máscara, higienização das mãos e objetos de trabalho com álcool e distanciamento social são as principais recomendações dos órgãos de saúde. As peças também devem ser higienizadas e guardadas com cuidado para evitar a contaminação.
6. Aproveite as datas comemorativas para conquistar novos clientes e fazer parcerias
Use os meses de março, abril e maio para desenvolver produtos para a Páscoa, Semana Santa e Dia das Mães. Invista no marketing digital, crie nas redes sociais campanhas de sensibilização para encantar seus clientes e potencializar suas vendas neste período. Para esse público, ofereça produtos voltados para vestuário, adornos, decorativos e religiosos. Procure parceiros com produtos e serviços para oferecer sua peça como um diferencial (mimo) para divulgar sua arte.
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