


A Endeavor é a organização líder no apoio a empreendedores de alto impacto ao redor do mundo. Presente em mais de 30 países, e com 8 escritórios em diversas regiões do Brasil.
Por atuar em um mercado de capital intensivo, como o de real estate, as captações da Loft foram decisivas para o crescimento do negócio. Conheça a jornada de capital da scale-up e saiba como isso impacta o ecossistema empreendedor brasileiro.
Se 15 anos atrás, o capital de risco se concentrava em grandes eixos como Vale do Silício, Londres e Tel Aviv, hoje os novos unicórnios estão nascendo na Colômbia, México e no Brasil. Isso porque uma nova geração de scale-ups tem chamado a atenção dos maiores fundos do mundo, tanto pela qualificação de suas empreendedoras e empreendedores, como pelo potencial de crescimento de suas empresas em mercados pouco atendidos e explorados.
No Brasil, a Loft é um grande exemplo disso.
Fundada em 2018 pelos Empreendedores Endeavor Florian Hagenbuch, João Vianna e Mate Pencz, a Loft usa a tecnologia e dados para transformar o setor imobiliário. Eles fazem isso comprando, reformando e revendendo apartamentos em uma plataforma digital que agrega serviços e conveniência.
Porém, o setor imobiliário ainda é ineficiente e burocrático. Em toda América Latina, existe uma oportunidade de 6 trilhões de dólares, que ainda é pouco explorada por causa da pulverização e da baixa gestão de dados imobiliários.
Diante desse cenário, os empreendedores da Loft levaram o mercado imobiliário para o e-commerce. E provaram para todo o mundo quanto o setor precisava ser disruptado. Tanto que, em menos de dois anos desde sua fundação, a scale-up passou a ter um valuation maior do que US$ 1 bilhão, foi reconhecida como unicórnio e, neste ano, realizou a maior rodada da Venture Capital no Brasil, de US$ 525 milhões, liderada pelo fundo norte-americano D1 Capital.
Dessa forma, acessar capital de forma estratégica foi fundamental para a Loft crescer exponencialmente, atingir marcos tão importantes para o ecossistema e revolucionar o mercado imobiliário no Brasil. Conheça a trajetória, os objetivos e resultados das captações da scale-up.
Investimento anjo
Florian, João e Mate são empreendedores em segunda jornada. Eles começaram a Loft internalizando todos os aprendizados das suas empresas anteriores e sabiam que era preciso começar com capital no caixa.
Por isso, acionaram a rede de empreendedores que faziam parte e conseguiram um investimento anjo de US$ 1,2 milhões para iniciar a operação da scale-up.
“É fundamental pensar em capital para a sobrevivência de uma scale-up. Por isso, esteja sempre dois anos à frente no futuro da sua empresa na hora de fazer o planejamento estratégico.” — Florian Hagenbuch, Empreendedor Endeavor e CEO da Loft
Além disso, Florian acredita que a possibilidade de levantar capital está muito relacionada à reputação da empreendedora e empreendedor no ecossistema e sua rede de networking. Dessa forma, uma captação pode ser uma oportunidade de mostrar para o mercado uma imagem positiva – para isso, as rodadas precisam ser saudáveis em termos de governança e diluição para que as captações futuras sejam mais fáceis.
Series A
Poucos meses depois da sua fundação, em 2018, sabiam que precisavam de capital para, cada vez mais, expandir o crescimento da empresa que estava apenas começando. Partiram para o Series A de US$ 18 milhões, em uma rodada liderada pela Andreesen Horowitz (A16Z).
“Captação é um dos pilares da Loft, seja em equity ou fundos imobiliários. No final das contas, nós somos uma empresa que junta tecnologia, tijolo e capital, e fazemos esse negócio acontecer com uma base muito sólida de pessoas.” — Florian para a Distrito
Series B
No primeiro ano, a Loft cresceu mais de 10x, chegando a mais de US$ 150 milhões em receita anual através de mais de 1.000 transações. Nesse mercado, crescer é preciso. E para crescer com consistência, é preciso capital.
Em março de 2019 partiram para o Series B, e realizaram uma rodada de US$ 70 milhões, liderada por Fifth Wall e Andreessen Horowitz (A16Z). Neste ano, após a captação, a Loft foi avaliada em US$ 370 milhões e mais que quadruplicou o time – indo de 100 para 450 pessoas.
Series C
Os empreendedores começaram 2020 com planos de expansão audaciosos. Queriam ir além de São Paulo, atuando no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e na América Latina, na Cidade do México. Também tinham planos de impulsionar a comercialização de produtos extras, como crédito imobiliário e home equity.
Para isso, começaram a se movimentar para o Series C que impactaria o ecossistema empreendedor de vez. Foram US$ 175 milhões aportados em uma rodada liderada pelos fundos Andreessen Horowitz (A16Z), Fifth Wall Ventures e Vulcan Capital, que fez da Loft não só o 11º unicórnio brasileiro, como também a scale-up que alcançou esse patamar em menor tempo.
Em menos de dois anos, a Loft já valia US$ 1,5 bilhões.
O tamanho do aporte e do valuation é um reflexo do track record e do crescimento acelerado e rentável da Loft, assim como das projeções e ambições dos empreendedores.
Series D
Depois da captação que transformou a Loft em unicórnio, os empreendedores planejaram novos vôos para a Loft em quatro pontos específicos:
1) Investimento em ferramentas de digitalização da operação;
2) Expansão do portfólio da empresa, principalmente nos locais que já opera;
3) Expansão para outras capitais e para outros países;
4) Ampliação das aquisições para além das startups: Decorati, InvestMais, Nomah.
Para atingir esses objetivos e sustentar o crescimento acelerado da scale-up de três anos, Florian, João e Mate realizaram um Series D de US$ 525 milhões, liderado pela D1 Capital Partners.
Depois desse round, a empresa passou a valer US$ 2,9 bilhões e também conquistou mais um marco importante para o ecossistema: realizou a maior rodada da Venture Capital no Brasil, entrando para a lista das 10 empresas mais bem avaliadas do setor imobiliário ao redor do mundo.
Com essas captações, a Loft estabeleceu uma governança consolidada do negócio, que permitiu que os fundadores executassem a estratégia de crescimento. Junto a isso, os empreendedores também priorizaram um cap table saudável, chegando no Series D com cerca de 40% da empresa em suas mãos, diluindo em torno de 15%.
Outro grande aprendizado dessa história é saber mapear quais fundos fazem mais sentido para a scale-up. É preciso priorizar aqueles que agregam para além do capital investido, se preocupam com a sustentabilidade do negócio e sabem da importância da liderança dos empreendedores na gestão da empresa.
“Hoje, nós temos fundos que se complementam. Temos dois dos maiores fundos soberanos e de pensão, bem como alguns dos maiores fundos de capital privado e de capital aberto do mundo.” — Mate Pencz, Empreendedor Endeavor e co- CEO da Loft
A trajetória da Loft é apenas um exemplo da nova era do Venture Capital que está surgindo ao redor do mundo e impulsionando o crescimento das scale-ups e da economia global. Já que, quando uma empresa se torna um unicórnio, se torna símbolo da evolução e da maturidade de sua economia local. É um marco que mostra ao mundo como o ecossistema empreendedor brasileiro é capaz de transformar as realidades do país.
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