Combate à fome, melhoria da qualidade dos alimentos, enfrentamento ao aquecimento global entram em pauta no evento
O Instituto Fórum do Futuro realiza nesta terça-feira (15) e na quarta (16) o Seminário Internacional para lançar o projeto “Biomas Tropicais”, com o tema “Desafios da Ciência em um Novo Pacto Global do Alimento – Como Transitar de uma Economia Industrial para uma Bioeconomia Tropical do Conhecimento?”. A iniciativa, que conta com a parceria do Sebrae, é aberta a toda comunidade. As palestras podem ser acompanhadas em tempo real na sala de transmissão on-line.
Ao debater os principais avanços alcançados pela ciência e as tendências que conduzem ao cenário econômico, social e ambiental de 2040, o seminário discute as agendas de combate à fome, de melhoria da qualidade dos alimentos, do enfrentamento ao aquecimento global e da promoção da inclusão social e tecnológica dos povos tropicais.
Ciência e sociedade
Durante o evento online, uma das agendas incluiu a provocação de intensificar o protagonismo da ciência nos processos de desenvolvimento sustentável. “Temos a necessidade de alinhar todo o conhecimento científico tecnológico. Este fórum representa muito bem a reforma do conhecimento aplicável”, ressaltou o gerente de competitividade do Sebrae, Cesar Rissete. Neste contexto, uma das estratégias é a ampliação dos serviços prestados pelo conhecimento à sociedade.
“O conhecimento que aterrissa gera mais riqueza, mais condições de empregabilidade para as pessoas e maior produtividade. No contexto das iniciativas do Sebrae, vemos que os produtores têm a necessidade de aplicar o conhecimento conectado às tendências de mercado. Sempre estamos fazendo esse processo de agregar valor aos produtos deles, sem deixar de perceber as tendências”, acrescentou Cesar Rissete.
Inclusão
Para o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, presidente do Fórum do Futuro, torna-se indispensável vencer algumas etapas para que haja oportunidade para todos. “Ainda temos no Brasil algumas propriedades que são extrativas, com agricultura de subsistência parcial. Elas não conseguem alimentar nem a família como prioridade, com renda muito baixa. Precisamos estabelecer a possibilidade de inclusão no segmento, que é tão grande no país. É uma grande tarefa”, disse.
De acordo com ele, é essencial apostar em políticas públicas para que o panorama seja favorável. “Se os recursos destinados ao pequeno e médio produtor continuarem sendo administrados pelos bancos, não teremos resultado. Os recursos devem ser efetivamente planejados previamente, permitindo não só transferir as tecnologias aos produtores, mas a obrigação de educação deles, que é absolutamente necessária”, complementou Alysson Paulinelli.
Programação
Com o tema do terceiro salto da bioeconomia tropical sustentável, o primeiro debate incluiu apontamentos de como o Brasil e os povos tropicais podem dobrar a produção de alimentos, até 2040, sem promover novos desmatamentos. Neste contexto, entrou em pauta o princípio do impacto mínimo da produção de alimentos sobre a natureza.
Na sequência, o segundo debate refletiu o combate à fome e a redução da desigualdade nos povos tropicais, incluindo o papel da agricultura tropical sustentável na mitigação da fome, que afeta 815 milhões de pessoas atualmente, e na contenção da ampliação do déficit alimentar da população global.
O evento conta com a parceria do Sebrae, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), entre outras instituições.
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