


Selecione três fatores-chave na estratégia de crescimento da sua empresa. Se a diversidade não for um deles, sugiro uma reflexão urgente.
Mais do que um compromisso ético e moral, compor times verdadeiramente diversos nas empresas gera excelentes resultados. O relatório “Diversity Matters”, divulgado pela McKinsey em 2020, mostra que empresas com maior diversidade racial, por exemplo, têm 36% mais chances de apresentar resultados mais consistentes. E isso acontece por um motivo simples: quanto mais representativa uma empresa for em relação à composição real da nossa sociedade, mais assertiva ela será em sua comunicação, no desenvolvimento de produtos e soluções e na tomada de decisão.
Na Cogna, trabalhamos com um dos eixos fundamentais para compor uma sociedade mais diversa: a educação. E a diversidade que está nas nossas salas de aula, com os milhões de alunos que atendemos em todas as regiões do Brasil, precisa estar refletida, também, na nossa organização. O caminho para nos tornarmos uma companhia mais diversa e inclusiva, certamente, passa por uma gestão que priorize as pessoas. Hoje, mais do que nunca, profissionais sentem mais a necessidade de trabalhar em empresas nas quais possam confiar e que valorizem suas singularidades.
E diversidade é, justamente, sobre eliminar as desigualdades que não permitem que tenhamos grupos verdadeiramente representativos. É sobre enaltecer as diferenças e colocar as melhores competências e vivências dos profissionais a favor da sobrevivência dos negócios.
Na Cogna, temos pensado muito em ser consistentes em nossas iniciativas. Por isso, optamos por iniciar nosso programa de diversidade consultando especialistas e promovendo um diagnóstico aprofundado. Conhecer as pessoas e ter acesso a dados que apoiem a tomada de decisão nos parece crucial para desenvolver ações que, de fato, mantenham as pessoas no centro das organizações. Contar com experts que conheçam boas práticas de maneira aprofundada e que possam apoiar o processo, também. Sem dúvidas, temos que nos capacitar.
Por isso, sob a liderança do nosso time de Gente, Cultura e Inovação, desenhamos objetivos de diversidade em conjunto com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e outros parceiros. Realizamos também um Censo de Diversidade, que está nos ajudando a definir caminhos e prioridades com precisão.
Sabemos, contudo, que as políticas só se tornam ações quando são impulsionadas por lideranças verdadeiramente inclusivas. E precisamos formá-las para que o privilégio que, a maioria de nós, líderes brasileiros, temos (considerando, por exemplo, que apenas 4,7% dos líderes das 500 maiores empresas brasileiras são negros), se transforme em senso de responsabilidade – e não em culpa. Logo, estamos investindo em ações de educação – como uma palestra inspiradora e provocativa para nossos líderes, ministrada há cerca de um mês pelo Reinaldo Bulgarelli, Secretário Executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+, que nos marcou significativamente.
Já disponibilizamos treze cursos em nossa Universidade Corporativa a respeito do assunto. Criamos comunidades em nossos canais internos, grupos de afinidade para tratar de questões como a inclusão de profissionais LGBTQIA+ e, em breve, teremos novos grupos para discutir questões raciais e relacionadas ao protagonismo feminino.
Temos organizado meetups com especialistas e organizações parceiras em nossa jornada de diversidade. Um time capacitado, certamente, será um time mais aberto à inclusão e, sobretudo, capaz de traçar metas e planos de ação claros para estimular a construção e a manutenção de uma companhia mais diversa.
Nosso percurso, seguramente, ainda é longo. Mas temos dado passos constantes, mantendo os pés no chão e avançando para garantir o direito de que todos sejam contemplados nas organizações para que exerçam, na diversidade, o seu máximo potencial. Ouvimos, aprendemos, nos transformamos e agimos. Todos os dias. É a nossa contribuição para que o cenário empresarial brasileiro se transforme definitivamente.
Queremos compartilhar nossas experiências e avanços, assim como aprender com os avanços de outras companhias. Só assim faremos a diferença. Só assim vamos viver as diferenças na rotina de nossas organizações.
O ativista gay norte-americano, Harvey Milk, certa vez disse que “direitos são concedidos apenas àqueles que fazem suas vozes serem ouvidas”. Essa frase sintetiza nossa missão em uma liderança inclusiva: dar voz e oportunidade a todos e todas em nossas organizações, para construirmos empresas culturalmente inteligentes, mais eficazes, comprometidas e, principalmente, corajosas no enfrentamento aos desafios atuais e futuros da sociedade.
É pela voz da diferença que sustentamos a equidade.
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