Na última segunda-feira (28), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em pronunciamento, pediu que a população poupe energia e água, para que possamos enfrentar a crise hídrica. E uma semana antes, o próprio Ministério de Minas e Energia (MME), em nota, reafirmou que “não estão sendo tomadas quaisquer medidas objetivando o racionamento de energia elétrica”.

Para Rodrigo Lagreca, CEO e idealizador do Energia das Coisas, estamos vivendo uma das maiores crises hidrológica e energética que o País já passou desde 2001. “Quando imaginávamos nos recompor de uma crise sanitária sem precedentes, voltamos a ser assombrado por um provável racionamento, mesmo sendo um País que ostenta um dos maiores parques de geração hidrelétrica do mundo”, avalia. “Alguns acreditam também, que justamente por essa capacidade de produzir tanta energia, acabamos reforçando o mal hábito no consumo, e a falta crença que a energia é infindável e que não existe a necessidade de preservá-la”, pontua.

“É fato que, mesmo não havendo medidas de racionamento de energia elétrica pelo Ministério de Minas e Energia, precisaremos estabelecer novos padrões e principalmente passar a gerir e controlar o consumo de energia, algo que já é prioritário nas grandes empresas do país e que deverá assumir um papel importante nas pequenas e médias empresas, e influenciando o consumidor residencial”, afirma Rodrigo.

O desenvolvimento de tecnologias disruptivas para facilitar o controle da energia baseadas em internet das coisas e inteligência no tratamento de dados podem transformar radicalmente a forma como a energia é percebida nas empresas e na sociedade. “Imagine poder acompanhar em tempo real seu consumo, ter projeções de fechamento de contas mensais, antever necessidades de paradas de equipamentos e maquinários, automatizar funcionamento de sistemas e aparelhos, poder projetar novas e variadas formas de gerar ganhos e direcionar investimentos”, pondera.

Tecnologia como aliada

O uso correto da energia elétrica, ou seja, de forma inteligente e eficiente, além do seu tratamento e controle podem influenciar num melhor aproveitamento das instalações comerciais e industriais, nos equipamentos elétricos e com o controle do consumo, consequentemente no aumento da produtividade. Uma das soluções disponíveis no mercado é o Energia das Coisas (EdC), idealizado pela startup HomeCarbon Energy Solutions. O EdC vem sendo desenvolvido desde 2017, quando o sistema de monitoramento foi instalado em fase de pré-testes em mais de 50 domicílios distribuídos em 06 concessionárias pelas cinco regiões do país.

Monitoramento

Inicialmente idealizado para o controle e monitoramento da conta de luz residencial, a solução foi adaptada para o uso comercial e industrial. Rodrigo explica que a ferramenta busca trabalhar o comportamento das pessoas, o que conduz naturalmente a uma diminuição dos gastos com luz e a possibilidade de poderem ainda avaliar ineficiências em seus equipamentos, a partir do monitoramento em tempo real, readequar suas operações e ainda usufruir das funções de liga e desliga remoto, eliminando o risco de luzes e aparelhos de ar-condicionado deixados ligados por esquecimento. Sobre isso, Lagreca destaca “ser um problema recorrente nas empresas, esquecer equipamentos ligados”, avalia.

“É uma ferramenta que possibilita o engajamento do consumidor, pois a cada ato que o usuário faz, como por exemplo ligar o ar-condicionado, o monitor acusa esse aumento de carga. Essa resposta rápida que o equipamento proporciona permite o envolvimento e o entendimento que os impactos que isso causa, gerando assim o consumo consciente e o menor desperdício de energia elétrica”, explica.

Essas possibilidades, há pouco tempo tidas como um futuro intangível, já são realidade, e chegaram em um momento que não poderia ser mais providencial. Segundo o empresário, as tecnologias desfarão o último mito da energia: a invisibilidade. “A partir de agora, ela poderá ser visualizada, rastreada e controlada. É necessário que reinventemos nossos próprios conceitos e crenças não só sobre energia, mas sobre a água também”, ressalta. Segundo ele as contas de energia irão aumentar, e junto os custos das empresas, nossa competitividade será ameaçada. “Há caminhos para mitigar esses riscos e quem primeiro se movimentar, terá vantagem nessa disputa. A hora de mudar é agora!”, finaliza.


Foto de destaque: Rodrigo Lagreca, CEO e idealizador do Energia das Coisas.

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