Diversidade de recursos naturais e grandes demandas por serviços de biotecnologia são fatores que contribuem para expansão dos negócios inovadores no território

O incentivo ao crescimento econômico e desenvolvimento sustentável por meio da inovação foi tema do Inova Amazônia, evento realizado pelo Sebrae, nesta quarta-feira (30/6). O painel mediado pela analista de inovação do Sebrae, Valéria Schneider, contou com a presença do coordenador do Programa Prioritário do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Carlos Koury e do sócio-fundador da Harpia Capital, empresa de finanças corporativas, consultoria estratégica e investimentos no Brasil, EUA e Israel que apóia empreendedores, investidores e corporações que constroem o futuro por meio da tecnologia.

Os painelistas iniciaram o encontro destacando o potencial de expansão da inovação presente no território do norte do país. “Há uma série de oportunidades de crescimento para empresas na Amazônia. A região, por si só, é um selo para o mundo, existe muita demanda para os produtos de lá. Nós da Idesam começamos a fomentar projetos em 2019. Na primeira fase, fizemos um mapeamento e apresentamos as opções para as empresas. Em seguida, veio o ciclo de investimentos. Nosso foco são empresas de base tecnológica, ligadas à bioeconomia e sustentabilidade, que sejam credenciadas na Superintendência da Zona Franca de Manaus”, observou Koury.

Para o coordenador, é fundamental que as empresas que queiram crescer na Amazônia se atentem aos recursos e aos problemas da região. “É importante lembrar que os tipos de negócios, muitas vezes, se integram. Você pode criar um produto ou serviço que complementa algo já existente. O importante é trazer soluções para agregar ao ecossistema da Amazônia. Esse território precisa de soluções de logística, de comunicação, de relacionamento com o mercado, entre outras. Quem resolver um problema local, pode oferecer o serviço para o mundo. Se olharmos para a nossa diversidade, ainda representamos muito pouco no mercado do setor extrativista. Já impulsionamos um negócio que tinha quatro produtos cosméticos com toda uma cadeia constituída para entrar no mercado indiano, árabe e europeu. Também temos trabalhado com produtos ligados à inteligência de combate aos incêndios, cultivo de peixes, entre outros de impacto socioambiental”, explicou.

De acordo com Ric Scheinkman, para atrair investimentos a empresa deve se preocupar, sobretudo, com a sustentabilidade. “A realidade é que hoje o mercado financeiro está muito voltado para empresas sustentáveis. Não adianta simplesmente ter uma ideia, um conceito. A empresa precisa ter equipe que consiga executar a proposta, tem que ter uma liderança equilibrada, possibilidade de se tornar escalonável e, o principal: ter compromisso com a sustentabilidade”, indica o especialista.

“Já movimentamos mais de 500 milhões de dólares em investimentos na última década. Na Amazônia temos um caso muito interessante, de uma empresa engarrafadora de bebidas que passou por uma reestruturação e melhorou muito seu faturamento. Com investimento de R$ 30 milhões, o empreendimento faturou mais de R$ 100 milhões, por ano. Essa mesma empresa injetou parte do dinheiro em uma extração contínua e sustentável de água. Hoje o negócio tem uma das melhores águas do mundo, de maneira ecologicamente correta, comprovada cientificamente. Conseguiu atrelar o uso sustentável de um de seus recursos prioritários com aumento do lucro”, exemplifica Scheinkman.

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