O Mentor Endeavor Paulo Veras é um dos fundadores do primeiro unicórnio brasileiro: a 99. Mas a sua jornada empreendedora começou muito antes. Antes dela, aprendeu como empreender em outras 5 startups e também como diretor-geral da Endeavor no Brasil de 2004 a 2008. 

Hoje, a partir do sucesso da 99, ele assume novos papéis no ecossistema por meio do investimento-anjo, da doação de horas em mentorias e do compartilhamento das suas experiências em livros, lives e conteúdos.

Somente em 2021, ele fez a volta ao mundo em mentorias online pela Endeavor: mentorou e avaliou empresas da Colômbia, Estados Unidos, Espanha, México, Arábia Saudita, Chile, Itália, Egito e, claro, do Brasil. Por isso, foi reconhecido como o Mentor do Ano 2021 por ter sido quem mais doou horas para as scale-ups da nossa rede.

5 perguntas para Paulo Veras

Para aprender ainda mais com ele e escalar esse conhecimento, fizemos 5 perguntas em um bate bola com o Mentor do Ano 2021 na Endeavor. Confira!

O que você mais aprendeu empreendendo o primeiro unicórnio do Brasil?

PV: Muita coisa, pela intensidade da jornada e por navegar em mares desconhecidos. A importância de recrutar talentos cedo, de ter uma ambição grande, de construir uma organização sob valores sólidos para trafegar por momentos bem difíceis e sair junto do outro lado.

Aprendi também a ter uma postura mais proativa no campo regulatório. Muitas startups trazem modelos novos, que não encaixam no arcabouço legal existente. Então, para atingir os objetivos não basta seguir as regras do jogo, é preciso buscar ativamente como melhorá-las. Acredito que conseguimos isto na 99, trabalhando para uma regulamentação moderna que atendeu aos interesses de passageiros, motoristas e também do poder público. Entendo que cada vez mais as startups vão ter que se envolver cedo com legislação. E estão construindo uma forma honesta e transparente de trabalhar por uma legislação melhor e mais moderna.

Por fim, um time excepcional e foco no cliente pode ser uma combinação vencedora mesmo diante de concorrentes diretos muito fortes e com bem mais capital para investir. Importante manter sempre o foco em conquistar e encantar o cliente, não na guerra contra o concorrente.

Como você fez para manter a motivação em momentos difíceis?

PV: Muita calma, pragmatismo e foco na ambição maior, que seguia viva. Focando toda a energia no que estava ao nosso alcance, construindo novos caminhos e soluções, ao invés de ficar remoendo pelas dificuldades ou falta de sorte em diversas situações. Quem ocupa a mente com o problema se deprime, quem ocupa com a solução se enche de energia para buscar saídas.

Por outro lado, só é possível fazer em equipe, e daí a importância de bons valores e uma liga forte entre as pessoas. Todos com espírito de união dando tudo para superar as dificuldades. Todos nós crescemos muito neste processo, exigiu e reforçou muita resiliência. Mas dá uma sensação incrível de conquista quando sai do outro lado.

Qual o papel do CEO em uma empresa de alto crescimento?

PV: Manter o time engajado e o ritmo de crescimento e proteger os valores. Esta combinação é muito poderosa se sustentada ao longo de anos. Os problemas em si vão mudando, uns são resolvidos, outros surgem. A complexidade vai aumentando. A comunicação fica mais difícil. Os gargalos são empurrados para mais adiante. Então requer uma abertura ao aprendizado constante, uma reinvenção da forma de fazer, uma evolução contínua em ciclos curtos. Startups em alto crescimento também exigem muitas contratações, e gastávamos bastante tempo e energia para trazer pessoas incríveis, mesmo diante de tanta urgência para preencher as vagas.

O que você faria diferente se estivesse começando a 99 hoje? 

PV: Trabalharia mais continuamente o fundraising. Demoramos um pouco para entender esta dinâmica. Achávamos que cada rodada era uma coisa pontual. Mas fundraising é fundamental para ir financiando o plano de negócios, a construção do sonho, a competitividade.

Também acho que teria adotado uma postura mais ativa em regulatório mais cedo. Entramos tarde neste jogo, ainda assim deu tempo de obter excelentes resultados.

Conta pra gente um aprendizado que já teve com uma scale-up durante uma mentoria?

PV: Hoje em dia estamos repletos de startups muito bacanas, construindo modelos novos e desafiando os incumbentes com uma força inédita. Gosto muito de aprender sobre os modelos de negócio, principalmente aqueles que à primeira vista não parecem promissores, mas que durante a mentoria ficam muito interessantes. Fazer mentorias ajuda a me manter atualizado e com o escopo mais aberto, conhecendo mais setores e modelos de gestão e negócios.


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O post Bate bola com o Paulo Veras aparece em Endeavor Brasil.

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