Em novembro de 2021, o Magalu anunciou sua entrada no mercado de games. A empresa apostou em publisher, o que significa que financiaria projetos e títulos que ainda não foram lançados ou estavam em fase de desenvolvimento.

O Magalu Games escolheu a categoria de jogos para celular hipercasuais, que têm uma produção mais econômica, são fáceis de baixar, gratuitos e apresentam interfaces minimalistas.

No ano passado, apenas os jogos da categoria hipercasual registraram cerca de 13 bilhões de downloads em todo o mundo. A receita do segmento chegou a US$ 3,4 bilhões no mesmo período, com crescimento de 15% em relação a 2020.

Lançamentos

Hoje, a empresa lançou seus três primeiros títulos para smartphones. O Orbits Conqueror, da Bragi Estúdios (BA), o Speed Box, da Yellow Panda (SC) e o Death Trap Nite, da Luski Game Studios (SP) já estão disponíveis para download em iOS e Android em lojas de aplicativos. Os jogos foram vencedores de uma chamada pública, aberta pelo Magalu em parceria com o BIG Festival, com o objetivo de apoiar estúdios brasileiros com recursos financeiros e mentoria.

Estúdios do Brasil todo puderam se inscrever e tiveram a chance de receber um investimento de R$ 300 mil e ter sua criação publicada com o selo Magalu Games. Os três vencedores ainda receberam investimentos individuais para finalizarem suas produções, segundo Thiago Catoto, diretor do Luizalabs, área de tecnologia do Magalu.

De acordo com o diretor, o selo Magalu Games tem sinergia com vários segmentos de negócios do grupo. “Podemos aproveitar os jogos para levar mais audiência para o SuperApp, por exemplo, assim como podemos explorar o potencial de publicidade deles”. A estratégia também é conquistar um novo público através dos jogos lançados.

Próximos passos

O Magalu teve uma decisão certeira ao investir em games, uma vez que esse mercado movimentou US$ 2,3 bilhões no Brasil em 2021, segundo a Newzoo, consultoria especializada no setor.

Hoje, o investimento está no mobile, setor menos complicado de lançar produtos digitais e com maior potencial de monetização, ótimo para quem está começando nesse mercado. Os games são freemium, onde o produto é oferecido gratuitamente, mas usuários premium – que pagam alguma quantia em dinheiro – podem obter recursos adicionais.

“Começamos com games freemium, que podemos monetizar com ads, compras dentro do app e outras integrações com produtos do grupo”, explica Thiago, quando diz que o Magalu Ads será incluído dentro dos jogos, junto com propagandas que monetizam o produto.

Outra estratégia é incluir um espaço para games em seu SuperApp – aplicativo de vendas da empresa que oferece uma série de vantagens para clientes e varejistas, que futuramente terão lançamentos de jogos mais elaborados e para outras plataformas, como computadores e consoles. O faturamento será sobre a venda dos títulos.

Expansão

Desde 2021, o Magalu vem entrando com força no mundo gamer. A compra do Jovem Nerd, produtora brasileira de conteúdo para o público geek, foi um dos principais movimentos nessa área. Ao adquirir o JN, em abril de 2021, a companhia também se tornou proprietária de itens de propriedade intelectual que devem se transformar em um jogo eletrônico a ser lançado até 2023.

O maior movimento da empresa no mercado gamer foi a aquisição, em julho do ano passado, do KaBuM!, o principal e-commerce de tecnologia. A plataforma é também um dos precursores dos esportes eletrônicos (e-sports) no Brasil. Criou uma das maiores equipes de League of Legends do país, sendo tetracampeã nacional e a primeira representante brasileira no campeonato mundial.

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