A Softex lançou o estudo “O Panorama da Inovação Aberta nas Empresas do Brasil” que envolveu 63 organizações de todos os portes, mercados e regiões do país. É importante destacar a participação significativa de empresas de grande porte, que representaram 42,9% dos entrevistados.
As micro, pequenas e médias responderam por 19% cada uma. Em relação ao perfil dos respondentes, 41,3% são executivos (C-level), 23,8% são gerentes ou coordenadores da área de inovação, 15,9% analistas ou assistentes de inovação e 9,5% analistas, coordenadores ou gerentes de outras áreas.
Tendo como público-alvo profissionais que atuam com inovação, especialmente gestores em posições estratégicas, bem como os que trabalham no ecossistema de inovação de uma forma geral, seu objetivo foi mapear o panorama geral das ações e os resultados obtidos com inovação aberta nas organizações brasileiras.
Segundo apurou o estudo, as startups (67%) são o principal perfil de parceiros em ações de inovação aberta. Entre as respondentes, 88% já desenvolvem ações de open innovation, 76% vêm realizando investimentos em inovação com recursos próprios e 62,5% possuem programa de intraempreendedorismo.
Foi também identificada uma crescente participação e engajamento da alta liderança na estratégia (89,3%). O levantamento constatou, ainda, que o desenvolvimento de provas de conceito é o principal modelo de relacionamento em inovação aberta com startups para 91,9% dos participantes.
Mulheres no negócio
Em relação à formação do conselho de inovação das empresas, 35,7% de organizações possuem Conselho de inovação e 17,9% estão em desenvolvimento, o que mostra uma aderência significativa a esse formato de gestão. Vale ressaltar que 25% dos respondentes informaram ter ao menos 3 pessoas presentes nos conselhos já instituídos.
Em relação à estrutura dos conselhos de inovação, foi possível observar uma participação feminina relevante junto ao movimento de diversidade e inclusão que as organizações vêm realizando. Destaca-se a região Sudeste, como região que apresenta a maior concentração de mulheres (28%), seguido da região Sul (16%) e Nordeste e Norte com 1%.
Inovação
Segundo o estudo, organizações que possuem objetivos claros e bem definidos em relação à inovação, demonstram um entendimento de que a inovação é de fato uma prioridade estratégica. Segundo dados da Ace Innovation Survey (2021), 84,8% das empresas afirmaram que a inovação é totalmente ou parcialmente uma prioridade em suas ações.
Ao analisar os objetivos mais citados, ainda há uma busca prioritária pela inovação como fonte de novos produtos e melhoria da produtividade, mas há uma crescente quanto aos novos modelos de negócio (13,9%), de novo posicionamento no mercado (14,9%) e melhoria na produtividade (16,8%).
Recursos para inovação
Quando perguntados quanto à fonte de recursos financeiros que financiam as ações de inovação na corporação, 76% dos respondentes destacaram que a principal fonte é o financiamento da própria empresa. As organizações ainda buscam instrumentos de apoio para fomentar inovação internamente, as Leis de incentivo (27%) e o financiamento público (19%) aparecem em destaque como fontes de recursos financeiros.
Embora se tenha percebido uma tendência de uso de recursos próprios, para 12,5% das entrevistas isso não se configura uma realidade, essas organizações não realizaram disponibilização de recursos financeiros para projetos de inovação. Em contrapartida, 37,5% das respondentes já investiram em 1 a 10 projetos e 19% das organizações disponibilizaram recursos em 10 a 50 projetos de inovação.
Corporate Venture Capital
Nas empresas participantes do estudo, apenas 26,8% destas afirmaram possuir ou estar em desenvolvimento uma unidade de Corporate Venture Capital (CVC).
Entre as empresas que possuem uma unidade de CVC constituída, 42,9% disseram ter um relacionamento superior a três anos, 28,6% afirmam ter um relacionamento superior a três anos e 14,3% de três a seis meses ou de seis meses a um ano.
As ações de Inovação Aberta promoveram melhoria substancial na qualidade dos produtos ou serviços ofertados ao consumidor para 80% das organizações que relataram possuir uma unidade de CVC.
Tendências para inovação aberta em 2022
Segundo o estudo, terão seis novas tendências:
Amadurecimento do Corporate Venture Capital nas organizações brasileiras: “Após estabelecer os primeiros contatos e parcerias com startups, as organizações partem para ações mais “arriscadas”, olhando para o mercado com o objetivo de realizar investimentos estratégicos em startups, o Corporate Venture Capital”, diz o estudo.
M&A como estratégia de alavancagem de negócio: “O fortalecimento do CVC cria novas oportunidades para corporações e startups na geração de novos negócios, a estratégia de M&A passa a figurar nas teses de inovação e ganha espaço no cenário dos investimentos corporativos.”
Corporate Venture Building: “O CVB passa a figurar como uma alternativa de conceber novos negócios para organizações, tal como uma estratégia de gerar novos mercados e receitas a partir dos recursos e talentos internos. Configura-se como a estratégia de construir startups internas usando recursos próprios da corporação para validar ideias e testar novos modelos de negócios e/ou produtos.”
Joint Ventures: “Passada a onda inicial de adoção da Inovação Aberta, que resultou no ganho de maturidade das organizações em relação ao tema, elas ganham uma confiança e uma capacidade maior para dar o próximo passo: realizar ações de parceria com outras organizações de porte semelhante, visando desenvolver novos negócios, as chamadas Joint Ventures.”
Organizações apostando e participando de Hub de inovação: “Em um cenário onde as organizações adquirem uma estrutura de inovação mais robusta e experiência por conta do processo de tentativa e erro, percebe-se a maior adesão à criação ou participação efetiva em hubs de inovação, muitos deles com presença física.”
Amadurecimento de processos internos: “Com o passar do tempo, o ‘sistema operacional’ organizacional vai ganhando uma atualização e assim os processos e práticas de governança vão se adaptando a essas novas demandas. Contratos e relações comerciais vão sendo flexibilizados, autorização e abertura a novos sistemas vão sendo feitos pela equipe de tecnologia e a organização vai deixando de ver as startups e demais parceiros externos como ‘corpos estranhos ameaçadores’.”
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