Gina Gotthilf reconhece que teve muitos privilégios durante a sua vida, estudou em boas escolas, teve contato com o inglês desde criança e nunca faltou material para os estudos. Porém a empresária não se acomodou em seus privilégios e resolveu olhar para a sociedade como um todo, o que fez com que percebesse que a grande maioria dos brasileiros não tinham condições financeiras iguais a sua. “A escola que eu estudava ficava do outro lado da rua de uma comunidade muito grande em São Paulo. Então, sempre foi muito claro para mim essa disparidade social”, comenta.

Empenhada em mudar o mundo, quando adolescente Gina decidiu participar de um programa disponibilizado pela escola em que estudava para ajudar crianças e adultos a terem acesso ao inglês, já que este recurso não é de fácil acesso para todos.

Gina mora fora do Brasil desde os 18 anos, mais especificamente em Miami, onde na última semana conseguiu o visto de cidadã norte-americana. Sobre essa experiência ela comenta que “foram altos e baixos, tive depressão na faculdade, onde tranquei o curso e voltei posteriormente, passei por muitos perrengues mas não tenho pretensão de voltar para o Brasil, porque aqui é o meu lar e porque me sinto mais segura”.

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Duolingo e Barack Obama: Gina precisou improvisar

Segundo uma pesquisa da Catho, mais de 50% das vagas disponíveis em todos os setores do mercado exigem pelo menos um nível médio de inglês, e a fluência no idioma pode aumentar o salário em 60%.

Pensando em democratizar o acesso ao ensino da língua inglesa, a empresária ajudou a plataforma de ensino de idiomas Duolingo a se popularizar na América Latina, o que fez com que o aplicativo saltasse de 3 milhões para 200 milhões de usuários.

Além de melhorar o acesso da plataforma, Gina precisou apresentar um pitch para o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre essa experiência. “Literalmente não estava esperando por isso, quando fomos convidados para ir até a Casa Branca e apresentar nosso pitch, não passava pela minha cabeça que iria conhecer o Barack Obama”, relembra. “Fiquei tão feliz, e acredito que a única coisa que faltou foi conhecer a Michelle Obama, também”, brinca.

Além de Obama, Gina ajudou no engajamento da campanha do ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg na indicação do Partido Democrata para enfrentar Donald Trump nas urnas. Mas a empresária deixa claro que não é aliada de nenhum partido político e que esses trabalhos ocorreram de forma esporádica. “Não gosto muito de politica e na verdade, como feminista, acho que as escolhas que temos tanto no Brasil, quanto nos EUA são ruins. Mas particularmente não gosto da política de Donald Trump, por isso fiz o que estava ao meu alcance para ele não ser reeleito”, comentou.

Além do Duolingo, Gina possui passagem pela Global Ginga, agência boutique de marketing digital, e pelo Tumblr.

Latitud

Desde 2020, Gina é cofundadora e COO da Latitud, fundo de investimento focado em startups latino-americanas. Além da empresária, os fundadores da empresa incluem Brian Requarth, (ex- VivaReal) e Yuri Danilchenko (ex-Escale) .

Além de ser um fundo de investimentos, a Latitude também é uma plataforma de empreendedorismo. Os aportes oferecidos pela empresa são de nível pré-seed, com cheques de até US$ 250 mil.

A plataforma de empreendedorismo já auxiliou mais de 800 fundadores a levantarem US$ 250 milhões em uma avaliação coletiva de US$ 1,5 bilhão. Em março deste ano, a Latitud, recebeu um aporte de US$ 11,5 milhões para ajudar empreendedores na fase inicial.

Bate-Bola com Gina Gotthilf

1- Maior desafio?

São tantos desafios, mas a minha autocrítica sem dúvidas é a maior. Sempre me senti inferior às outras pessoas e tive muita dificuldade de me achar capaz de conquistar algo.

2 – Maior conquista?

Conseguir ajudar o Duolingo a conquistar mais de 200 milhões de usuários. Além disso, uma outra conquista muito importante para mim é chegar em um momento em que me sinto segura e sei que tenho muito a oferecer ao mundo.

3 – O que te inspira?

Pessoas que lutam pelo que acreditam e que ajudam a melhorar a vida de outras pessoas de forma escalável.

4 – Quem é a sua maior inspiração?

É meio clichê, mas Bill Gates é a minha maior inspiração por causa do trabalho que ele tem feito contra a malária. Ele tem todo o dinheiro do mundo e poderia ter ficado na dele, mas ele e sua ex-esposa Melinda se empenham muito em ajudar causas importantes.

5 – Como é ser mulher dentro do ecossistema de startups?

É complicado, tem vantagens, porém mais desvantagens. Hoje, sem dúvidas temos mais oportunidades do que tínhamos antes. É claro, que é difícil se impor como mulher, porque a sociedade não espera isso de nós, mas estamos mudando isso, e as empresas estão percebendo que ter um time diversificado é bom para os negócios.

6 – Qual dica você dá para mulheres que pretendem começar empreender?

Ninguém nunca está preparado para tomar o próximo passo, por isso enquanto você espera para estar pronta, o tempo vai passando. Você precisa lutar pelo o seu lugar, porque ninguém mais vai fazer isso por você.


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