Criado para ser o match perfeito entre donos de startups e investidores, o programa Capital Empreendedor, do Sebrae, completa cinco anos de existência, com a marca de 1.070 empresas de tecnologia e inovação atendidas, das quais 201 receberam investimentos. Em média, cada startup conseguiu captar cerca de R$ 1,4 milhão no mercado.

O programa funciona em três etapas estratégicas com lançamento de projeto, workshops e oficinas de pitch. Ao longo da participação, os donos e donas de negócios passam por seleções, enquanto identificam em qual nível está a sua empresa e qual o tipo de investidor é o mais indicado.

Um balanço feito pelo Sebrae, com base em pesquisa aprofundada com 417 startups participantes da iniciativa, mostra que há um crescimento de 65% na receita corrente mensal das empresas capacitadas, sendo R$ 178,8 milhões de incremento de receita após a passagem pelo Capital Empreendedor.

Com mais dinheiro em caixa, as startups contratam mais: 92% das empresas participantes empregaram mais pessoas após a participação. A startup mineira BuyCo. especializada em soluções para avaliar, comprar e vender empresas entrou no Capital Empreendedor em 2020, logo no início da pandemia. Uma das sócias fundadoras, Rafaella Rossi, afirma que o conhecimento adquirido foi decisivo para enfrentar o período tão desafiador.

“Nós tínhamos apenas um ano de mercado, estávamos vivendo uma pandemia, muitas incertezas. O Capital Empreendedor fez com que saíssemos maiores, mais confiantes, com uma visão ampliada do negócio. Tanto é que abrimos o capital da empresa, vendemos 15% para um investidor e hoje contamos com 70 pessoas no time”, comemora.

A jornada da BuyCo. pelo programa gerou ainda a criação de novos produtos, voltados para o mercado digital. “Recomendo demais, os mentores são muito fortes, muito netwoking, saímos mais leves e mais assertivos”, relata a empreendedora.

Para Álvaro Leal, sócio e fundador da Pague Bem Brasil, o Capital Empreendedor foi uma espécie de “degrau” para novos níveis de relacionamento com investidores e parceiros. A startup focada em soluções financeiras para pagamentos e cobranças expandiu o leque de opções em investimentos e programas de aceleração.

“Participamos em 2021, fizemos contatos, relacionamentos que serviram para alavancar em outros programas. Também estreitamos os laços com investidores de fundos especializados. Desde então, não paramos de crescer e receber investimentos”, conta o empreendedor, que tem integrado seleções de investimentos em todo país. “Em um dos processos em São Paulo, fomos a única startup de Pernambuco a pontuar entre as 50 finalistas. O programa nos auxiliou a refinar o pitch”, recorda.

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Capital Empreendedor: Investimentos por todo país

A capilaridade do Capital Empreendedor é um dos grandes destaques da iniciativa, que registra participação de startups de 22 estados brasileiros. Leonardo Carvalho, analista de capitalização e serviços financeiros do Sebrae, reforça que para a próxima temporada há expectativa de se alcançar todas as unidades da federação, além de incluir nas mentorias a importância do compromisso com as práticas de ESG.

“Estamos sempre trabalhando a questão da abrangência para beneficiar e dar oportunidades a todos. Ainda em 2023, estamos iniciando a implantação de mentorias para os investidores anjos e a inclusão da sustentabilidade na pauta das consultorias”, adianta Leonardo.

A edição 2023 do Capital Empreendedor já tem data marcada para começar. No dia 23 de março, será o pré-lançamento da iniciativa, durante o evento Bossa Summit, em São Paulo. A previsão é de que as inscrições, que são gratuitas, sejam abertas a partir do dia 26 de abril. Interessados na seleção podem se cadastrar no site.


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