Em maio de 2023, chegou ao fim uma das novelas mais interessantes ligadas ao Vale do Silício. Elizabeth Holmes chamou a atenção do mercado ao se tornar fundadora da Theranos, empresa de tecnologia ligada à saúde, que prometia realizar diversos testes com poucas quantidades de sangue coletadas. Mas por enganar investidores, Elizabeth foi condenada à cadeia.

Se tornando a bilionária mais jovem do mundo, a executiva de 39 anos recebeu em novembro de 2022 a sentença de 11 de anos de prisão por fraude e conspiração ligadas à Theranos, startup que chegou a ser avaliada em US$ 9 bilhões, mas entrou em colapso após a revelação de que a principal tecnologia oferecida pela empresa era, na verdade, uma grande mentira.

A executiva começou a chamar atenção logo a sua adolescência, quando abandonou a faculdade de Stanford aos 19 anos, em 2003, depois de alguns meses, e fundou a Theranos.

A saga de Elizabeth e o lançamento da Theranos

A jornada da healthtech surgiu das mãos de Elizabeth, que anunciou ao mercado um novo equipamento que prometia revolucionar a indústria ligada à saúde, o Edinson, equipamento do tamanho de um computador pessoal, que prometia fazer mais de 200 exames de forma rápida com apenas uma pequena quantidade de sangue.

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No final de 2004, Holmes havia levantado quase US$ 6 milhões (R$ 29,9 milhões) usando private placements, ou seja, sem registro na SEC (a CVM dos EUA). Entre os principais investidores estavam Rupert Murdoch, acionista majoritário da News Corporation, e Henry Kissinger, ex-Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA.

A promessa levou a companhia a levantar mais de US$ 700 milhões de investidores e a alcançar US$ 9 bilhões em valor de mercado, sendo que a executiva era dona de metade, o que a deu o título de bilionária mais jovem da história dos EUA.

Porém, em 2015, o “The Wall Street Journal” realizou uma série de reportagens que expuseram como a tecnologia da Theranos não funcionava e como a empresa tentou encobrir as falhas. Em 2018, o Departamento de Justiça dos EUA denunciou Holmes e sua empresa, acusando-os de promover falsamente ferramentas da Theranos, mesmo sabendo que havia problemas quanto à confiabilidade dos resultados dos exames.

Ainda durante o processo, foram levantadas por promotores questões mentirosas utilizadas por Elizabeth Holmes para alcançar novos investimentos para a empresa. A executiva divulgava que a tecnologia da Theranos havia sido aprovada com grandes companhias farmacêuticas e ainda que estava sendo usada pelo Exército americano no campo de batalha.

Elizabeth Holmes deveria ter se entregado em 27 de abril de 2023, mas conseguiu postergar a ida à prisão com uma série de recursos. Oficiais ainda chegaram a desconfiar de uma possível fuga do país, já que a executiva havia comprado uma passagem para o México apenas de ida, mas a viagem nunca aconteceu.

A fortuna de Elizabeth Holmes depois de ser desmascarada

Mesmo tendo sua liberdade caçada, Elizabeth Holmes ainda possui as ações da Theranos em seu nome. Segundo informações, não tão claras, a Forbes atualizou o patrimônio de Holmes em 2016, que passou de US$ 4,5 bilhões para US$ 0 com a derrocada da empresa. Na época, a executiva possuía metade das ações da startup.

Além do período na prisão, a executiva foi condenada a pagar US$ 452 milhões de multa para Sunny Balwani, ex-sócio da Theranos, e ao grupo de investidores que acreditaram na Healthtech. No processo, a ex-executiva alegou, porém, não ter dinheiro para sequer pagar seus advogados.

Como executiva da empresa, ela recebia um salário anual que variou de US$ 200 mil a US$ 390 mil entre 2013 e 2015, mas teve que desembolsar cerca de US$ 500 mil em um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês).


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