Metade dos brasileiros (48%) afirmou que não aceitaria um emprego que não oferecesse treinamento para garantir o futuro de suas habilidades, enquanto o marco global foi de 36%, afirmou o estudo Workmonitor realizando globalmente há mais de 20 anos pela Randstad, consultoria líder em soluções completas de recursos humanos.

Nesta edição de 2024, com mais de 27 mil profissionais entrevistados em 34 países diferentes, o desenvolvimento de competências emerge como uma prioridade significativa para esses talentos. Neste contexto, a IA é o principal tema de interesse na aprendizagem para 45% dos brasileiros, superando a média global de 29%, o que reafirma o interesse local e a fama de brasileiros de serem early adopters, principalmente em tecnologia.

O Workmonitor mostra que cerca de 60% das empresas brasileiras já estão auxiliando ativamente seus colaboradores no desenvolvimento de habilidades necessárias para suas carreiras, incluindo IA, assim como 52% observados globalmente. “Essa tendência reflete a conscientização das empresas sobre a importância crucial de se preparar para o que está por vir, garantindo não apenas a sustentabilidade de suas operações, mas também o desenvolvimento contínuo de uma força de trabalho resiliente e adaptável no futuro”, diz Lucas Crepaldi – Head de Marketing da Randstad Brasil.

Motivação e ambição

No quesito motivacional, 56% dos respondentes declaram ter ambição em relação às suas carreiras, destacando-se a Geração Z globalmente (38%) e os Millennials no Brasil (40%). Quase 61% dos profissionais brasileiros expressam o desejo de assumir mais responsabilidades gerenciais (em comparação com 47% a nível global).

Contudo, os dados indicam que o significado de ambição transcende a ascensão na escalada profissional, e a motivação dos talentos nem sempre está vinculada a promoções formais, como aproximadamente um terço (30%) dos brasileiros que revelou não buscar ativamente uma progressão na carreira, expressando contentamento com sua posição atual – índice inferior à média global, que é de 39%.

“Essa dinâmica evidencia que, para uma parcela significativa, a ambição vai além dos típicos avanços hierárquicos, variando também conforme as aspirações individuais, com uma grande parte menos interessada na progressão na carreira e, muitas vezes, mais preocupada com a satisfação no trabalho ou na vida pessoal. Por exemplo, globalmente, 60% das pessoas afirmaram que suas vidas pessoais são mais importantes do que as profissionais, enquanto no Brasil há uma redução para 50%. Esses dados apontam para uma conscientização crescente sobre a importância de harmonizar esses aspectos no dia a dia, e que as empresas devem procurar garantir esse equilíbrio de forma estável. As organizações que reconhecerem e apoiarem seus colaboradores de acordo com seus interesses, terão mais chances de atrair e reter profissionais motivados e engajados”, conclui Lucas.

O estudo da Randstad ainda revela outras mudanças de paradigmas em relação aos anos anteriores. Apesar de a busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional continuar unânime, quase metade dos profissionais em todo o mundo (45%) e no Brasil (47%) estão preocupados em perder seus empregos neste ano, o que os motiva a ter mais cautela em suas decisões.


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