* Por Leandro Vieira

Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) se consolidou como uma força transformadora em diversas áreas, desde a automação industrial até a medicina personalizada. No entanto, à medida que os modelos de IA se tornam mais sofisticados e exigem recursos computacionais massivos e elevados consumos de energia, uma nova tendência começa a ganhar força: o uso de agentes de IA.

Agentes de IA são modelos projetados para executar tarefas complexas de maneira eficiente, otimizando o uso de recursos. Eles interagem com o ambiente para coletar dados, identificar as etapas necessárias para atingir um objetivo, e podem elaborar planos estratégicos, utilizar ferramentas e diversas fontes de dados. Além disso, possuem autonomia na tomada de decisões fundamentadas e de alta qualidade, e são capazes de colaborar com outros agentes para realizar suas atividades de forma integrada

Ao contrário dos supermodelos que demandam vastos conjuntos de dados e potentes unidades de processamento, esses modelos são projetados para atuar reduzindo significativamente o tempo de processamento e o consumo energético. Essa abordagem descentralizada democratiza o acesso à tecnologia, permitindo que mais indivíduos e organizações utilizem IA sem precisar de infraestrutura massiva.

Além disso, é possível tornar os agentes ainda mais úteis, incorporando a geração aumentada de recuperação, ou RAG , técnica que permite que grandes modelos de linguagem usem fontes de dados externas específicas para a organização ou função do agente. O RAG possibilita que os agentes acessem e integrem informações recentes e pertinentes de fontes externas ou internas como: sistemas corporativos como um ERP, um CRM, base de dados ou documentos em suas respostas, enriquecendo-as com mais informações, precisão e relevância para o público.

A Oracle está na vanguarda do desenvolvimento e da integração de agentes de IA em sua suíte de aplicativos em nuvem (já são mais de 100 dentro do Oracle Fusion Cloud Applications), garantindo controle rigoroso sobre a segurança e a governança de dados. Com essa abordagem, estamos capacitando nossos clientes a otimizarem suas operações, oferecendo soluções que elevam a eficiência, a escalabilidade e a consistência de seus negócios.

Como a Energia Nuclear Pode Apoiar o Crescimento Sustentável da Inteligência Artificial?

A demanda crescente por poder computacional associado a IA resulta em um aumento no consumo de energia, o que levanta preocupações sobre a emissão de carbono das tecnologias emergentes. Para que a revolução da IA seja verdadeiramente sustentável, é fundamental que adotemos fontes de energia limpas e renováveis.

O crescimento da demanda energética impulsionado pelas novas ferramentas de IA pode representar um desafio para as metas climáticas, que visam alcançar emissões líquidas zero de dióxido de carbono. Nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia têm registrado um aumento nas emissões de gases de efeito estufa, e uma alternativa que podem considerar para mitigar esse impacto é o uso de eletricidade proveniente de reatores nucleares, uma fonte de energia com baixas emissões de carbono.

Nesse contexto, a energia nuclear tem se destacado como uma solução viável. Considerada uma fonte de energia limpa e de alta capacidade, ela pode fornecer a eletricidade necessária para sustentar grandes data centers, ao mesmo tempo em que minimiza a emissão de gases. Os novos data centers de IA consomem uma quantidade significativa de eletricidade, o que tem sido um desafio para que as empresas alcancem suas metas climáticas, já que suas emissões de carbono têm aumentado. Sendo assim, os reatores nucleares podem oferecer uma solução para ambos os problemas.

Dados do relatório Renewables 2024, da Agência Internacional de Energia (IEA), o mundo deve adicionar mais de 5.500 gigawatts (GW) de capacidade de energia renovável até 2030, três vezes mais do que observado entre 2017-2023 e um potência que representa 27 vezes a capacidade total de geração instalada no Brasil, cerca de 200 GW.

A Oracle já se comprometeu a alimentar todas as suas Cloud Regions com 100% de energia renovável até 2025, incluindo as duas regiões de nuvem no Brasil. Várias Oracle Cloud Regions já são alimentadas por 100% de energia renovável, o que permite que as organizações executem seus serviços de computação de maneira mais sustentável e com uma pegada de carbono reduzida. Recentemente a Oracle também obteve licenças para construir três pequenos reatores atômicos modulares (SMRs – Small Modular Reactors) para gerar energia a um de nossos data centers voltado à inteligência artificial.

O crescimento da diversidade de modelos de IA pode ser visto como uma resposta à necessidade de tornar a Inteligência Artificial mais acessível e sustentável. A tendência é a formação de um ecossistema de modelos menores que, coletivamente, possam oferecer soluções inovadoras sem sobrecarregar os sistemas energéticos. No entanto, é importante destacar que o uso responsável da IA ainda exige monitoramento e supervisão humanos contínuos.

* Leandro Vieira é VP de ‘AI & HighTech Companies’ da Oracle para a América Latina


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