A Divibank surgiu para atender a demanda de pequenas e médias empresas por financiamento e serviços financeiros adaptados à realidade do setor. Criada por Rebecca Fischer e Jaime Taboada, a empresa iniciou suas atividades em um momento de instabilidade econômica e digitalização acelerada.

A ideia para a fintech surgiu a partir da percepção dos fundadores sobre os desafios enfrentados por empresas de menor porte. Taboada, com experiência no mercado financeiro, identificou que parte significativa dos recursos captados por startups era direcionada para marketing digital. Fischer, atuando na gestão de campanhas online, observou que grandes companhias cresciam rapidamente com acesso a investidores, enquanto negócios menores tinham dificuldades.

“A ideia de criar a empresa surgiu de um incômodo do meu sócio de quanto o investimento em equity das empresas ia para campanhas em marketing digital, enquanto eu, que fazia a gestão de grandes campanhas de marketing digital para grandes empresas, me incomodava com o fato de que essas empresas maiores com acesso a VC cresciam de forma muito rápida enquanto as empresas menores enfrentavam mais dificuldades”, explica Fischer.

O modelo desenvolvido buscou oferecer crédito de forma ágil, sem as barreiras comuns do setor tradicional. Com base na análise de métricas de desempenho, a fintech propôs soluções adaptadas às necessidades do empreendedor.

Expansão e desafios da Divibank

Nos primeiros anos, a fintech focou na compreensão das demandas específicas do mercado. Inicialmente voltada para crédito, ampliou sua atuação para meios de pagamento, oferecendo serviços que melhorassem a previsibilidade financeira dos clientes.

A transição exigiu investimentos em tecnologia e a integração com diferentes sistemas. “Nosso grande desafio foi entender as dores específicas das pequenas e médias empresas e desenvolver soluções que realmente ajudassem a otimizar sua gestão financeira”, afirma Fischer. O objetivo era facilitar a gestão financeira e reduzir custos operacionais para os usuários.

Colaboração entre os fundadores

A combinação de conhecimentos de Fischer e Taboada foi um dos fatores para a estruturação do negócio. Enquanto Taboada trouxe experiência em gestão de risco e mercado de capitais, Fischer aplicou sua vivência no e-commerce para criar soluções alinhadas às necessidades dos clientes. “Essa combinação de expertise nos permitiu abordar o problema de forma holística, unindo estratégia financeira e entendimento prático do dia a dia dos clientes”, destaca Fischer.

A diversidade de origens dos fundadores também contribuiu para a visão da fintech. “Embora atuemos exclusivamente no Brasil, a experiência multicultural nos dá um olhar ampliado sobre o ecossistema de negócios na América Latina”, diz Fischer. “No Brasil, vemos um número crescente de grandes empreendedores colombianos que estão construindo negócios de sucesso, e essa conexão nos permite entender diferentes perfis de gestão e inovação.”

A fintech foi criada em meio às mudanças impulsionadas pela pandemia de COVID-19. Durante esse período, muitas empresas encontraram dificuldades para obter crédito, ao mesmo tempo em que precisavam investir no digital. O modelo desenvolvido pela Divibank permitiu a concessão de financiamento baseada em dados, eliminando processos burocráticos.

“Durante a pandemia, muitas empresas enfrentaram dificuldades de acesso a crédito nos bancos tradicionais, ao mesmo tempo em que precisavam investir mais no digital para crescer”, diz Fischer. “Para atender a essa demanda, estruturamos um modelo de crédito inovador, baseado em dados e performance, permitindo que negócios de e-commerce e marketing digital acessassem capital de forma mais ágil e flexível.”

O foco foi possibilitar que pequenos e médios empreendimentos acessassem capital sem comprometer suas operações, garantindo continuidade no mercado digital.

Apoio às PMEs e futuro do setor

Para que pequenas e médias empresas prosperem financeiramente, é essencial que tenham uma gestão eficiente de fluxo de caixa, diversificação de canais de venda e acesso a soluções financeiras que facilitem suas operações. “A digitalização também se tornou um fator determinante, permitindo que negócios se adaptem rapidamente às mudanças do mercado”, afirma Fischer.

A fintech busca se consolidar como parceira estratégica de empreendedores, oferecendo soluções que ajudem empresas a vender mais e administrar seus recebíveis de forma eficiente. “Nosso foco continuará sendo o desenvolvimento de soluções que aumentem taxas de conversão e reduzam custos para os negócios”, explica Fischer. “Estamos sempre atentos às inovações do mercado, e o Pix é um dos produtos nos quais acreditamos muito. Vemos um enorme potencial nas evoluções desse sistema e queremos continuar explorando novas formas de gerar mais eficiência e conveniência para nossos clientes.”

No ambiente de startups e tecnologia, a diversidade de gênero tem sido um tema recorrente. Para Fischer, a presença feminina no setor não é apenas uma questão social, mas um fator essencial para a inovação. “As mulheres têm desempenhado um papel cada vez mais relevante, liderando empresas, impulsionando novas ideias e trazendo perspectivas que enriquecem a tomada de decisão”, pontua.

Apesar dos avanços, desafios como a desigualdade no acesso a investimentos e a baixa representatividade em cargos de liderança ainda existem. “No Brasil e na América Latina, vemos um movimento crescente de mulheres empreendedoras que estão conquistando espaço e transformando mercados”, diz Fischer. “Com o aumento do apoio por meio de redes de mentoria, fundos de investimento voltados para diversidade e políticas de inclusão, o futuro tende a ser mais equilibrado e promissor.”

Dicas para empreendedores

Para quem está começando a empreender, Fischer recomenda atenção à gestão do fluxo de caixa e planejamento financeiro. “O primeiro passo é ter controle total sobre receitas e despesas, acompanhando regularmente os números para evitar surpresas”, diz. “Separar as finanças pessoais das empresariais e utilizar ferramentas que automatizam esse acompanhamento também pode fazer toda a diferença.”

No acesso a crédito, a estratégia deve ser analisada com cautela. “Muitos negócios quebram não por falta de vendas, mas por dificuldades em equilibrar os prazos de pagamento e recebimento”, alerta Fischer. “Negociar melhores condições com fornecedores e diversificar os meios de pagamento pode acelerar o fluxo de entrada, garantindo mais previsibilidade financeira.”

A tendência do setor aponta para o fortalecimento de fintechs que oferecem soluções flexíveis e alinhadas ao crescimento dos negócios. A Divibank segue acompanhando essas mudanças e investindo no desenvolvimento de produtos que atendam às necessidades das PMEs, garantindo eficiência e previsibilidade no cenário econômico atual.


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