
O governo federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançou no dia 23 de maio de 2025 o programa “Bolsa Futuro Digital”, com meta de capacitar 10 mil profissionais na área de tecnologia da informação ao longo de 24 meses. A iniciativa conta com investimento de R$ 54,5 milhões, recursos provenientes dos Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional (PPIs) da Lei de Informática.
Destinado a jovens e adultos sem experiência prévia na área, o programa oferece formações gratuitas, presenciais e remotas, nas trilhas de Desenvolvimento Front‑end e Back‑end. “O Bolsa Futuro Digital não é apenas mais um programa de capacitação, é um passo estratégico para preparar nossos jovens para os empregos que farão a diferença nos próximos anos no setor que não para de crescer, e que vai definir os rumos do nosso desenvolvimento”, declarou a ministra Luciana Santos durante o evento de lançamento em Brasília.
Na primeira etapa, serão oferecidas 5 mil vagas em 12 estados e no Distrito Federal, priorizando candidatos da rede pública de ensino. Seis meses após o início, mais 5 mil vagas serão disponibilizadas, totalizando a meta de 10 mil inscritos nas duas fases. Os participantes receberão bolsa durante o curso e, na fase final, os melhores garantirão residência tecnológica em empresas parceiras, com bolsa maior para essa etapa.
As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas por candidatos que tenham concluído ou estejam prestes a concluir o ensino médio (desde que completem 18 anos ao final da formação). Também é exigido histórico escolar de escola pública ou bolsa integral em instituição privada e acesso à internet para atividades virtuais.
O curso terá duração total de nove meses, dividido em duas etapas. A primeira consiste em formação técnica ao longo de seis meses, com aulas presenciais duas vezes por semana (três horas cada), totalizando 144 horas, acrescidas de 56 horas em formato online. A bolsa concedida é de R$ 100 mensais nos três primeiros meses e R$ 200 nos três últimos. A segunda fase, de residência tecnológica, terá duração de três meses e bolsa de R$ 600 mensais.
As trilhas pedagógicas de Front‑end envolvem HTML, CSS/SASS, JavaScript, React e noções de UX, enquanto a vertente Back‑end contempla JavaScript, Python ou Ruby, orientação a objetos, WebServices e modelagem de dados. Metodologias como Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) e Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom) serão empregadas para estimular prática e resolução de desafios reais.
A distribuição geográfica compreende 12 unidades federativas e o Distrito Federal: Norte (Pará); Nordeste (Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia); Centro‑Oeste (Goiás e DF); Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo); Sul (Santa Catarina, Rio Grande do Sul).
A execução do programa ficará sob responsabilidade de três instituições contratadas via projetos do PPI: CEPEDI, Softex Pernambuco e Hardware BR, coordenadas pela Softex. Estarão envolvidas diversas universidades e institutos federais, como UEPA, IFMA, UEPB, UFPE, IFSE, IFBA, IFBaiano, IFMG, IFG, IFB, UFF, IFSP, UNESC e IFRS.
O processo seletivo inclui teste de raciocínio lógico, envio de vídeo de motivação e teste de Fit Cultural. A matrícula demandará documento com foto, conforme orientação das entidades executoras locais.
A Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Lucia Santos reforça ainda que o compromisso com inclusão: “Precisamos oferecer esperança e perspectiva a essa juventude. Como primeira‑ministra mulher na história do MCTI, tenho o dever de promover políticas públicas de inclusão feminina”. O programa reserva 50 % das vagas para mulheres.
Dados da Brasscom apontam que o Brasil forma 46 mil profissionais de tecnologia por ano, enquanto a demanda chega a 70 mil. O setor pode oferecer remuneração até três vezes superior à média nacional. No entanto, 21,2 % dos jovens entre 15 e 29 anos não estudam nem trabalham, dos quais mais da metade são mulheres pretas ou pardas.
O governo prevê que os 10 mil formandos estejam prontos para atuar até 2027, contribuindo para modernizar serviços públicos e fomentar surgimento de startups. A bolsa‑residência e parceria com incubadoras e aceleradoras visam fortalecer a transição dos alunos para o mercado. Após seis dias de lançamentos e início das inscrições, o programa já registra mais de 22 mil inscrições, confirmando o interesse e a substância da demanda.
Avaliações periódicas acompanharão frequência, desempenho acadêmico e inserção no mercado regional. Parcerias com empresas privadas e órgãos governamentais estão sendo articuladas para garantir estágios e inserção dos formandos. A expectativa é gerar resultado positivo na digitalização dos serviços públicos e abertura de postos de trabalho qualificados.
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