O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) apontou nova retração na movimentação financeira média real das pequenas e médias empresas brasileiras, com queda de 2,1% em maio de 2025, após recuo de 4,9% em abril. O resultado reflete o persistente desempenho fraco da indústria e o enfraquecimento das empresas de serviços. Na comparação dessazonalizada com abril, o índice teve recuo de 1,3%, interrompendo a sequência de recuperação moderada registrada entre fevereiro e abril, quando a média mensal foi de alta de 0,8%. No acumulado do ano, o índice registra retração de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024.

No setor de Serviços, o faturamento real das PMEs caiu 3,0% em maio, após redução de 1,6% em abril. A retração foi ampla entre as atividades monitoradas, com destaque negativo para agências de viagens, educação e alimentação. Áreas como informação e comunicação e saúde conseguiram crescer e suavizar a queda geral. Segundo Felipe Beraldi, economista da Omie, a queda contínua no faturamento revela um ambiente desafiador, especialmente para os setores mais sensíveis, como serviços e indústria. “Os pequenos empreendedores enfrentam dificuldades não apenas para alavancar suas vendas, mas também lidam com o aumento das pressões de custo, o que torna a recuperação ainda mais complexa”.

A Indústria, por sua vez, registrou o sétimo mês consecutivo de retração, com queda de 3,8% em relação a maio de 2024. Dos 23 subsetores da indústria de transformação, 12 apresentaram desempenho negativo, com os segmentos de alimentos, bebidas e produtos de madeira entre os mais afetados. Por outro lado, produtos químicos e de papel tiveram crescimento expressivo, o que mostra que os resultados não são uniformes dentro do setor.

PMEs seguem pressionadas por juros altos

Em sentido contrário, o Comércio teve desempenho positivo, com alta de 2,4% em maio na comparação anual, revertendo a queda de 0,5% registrada em abril. O varejo cresceu 3,6%, impulsionado pelo Dia das Mães, enquanto o atacado teve leve queda de 0,3%. Nichos como artigos de óptica e joalherias se destacaram. O setor de Infraestrutura também registrou leve crescimento de 1,9% no faturamento médio real, puxado pelos segmentos de Eletricidade e Gestão de Resíduos. No entanto, atividades relacionadas à construção civil recuaram 7,4%, refletindo as dificuldades impostas pelo ambiente macroeconômico.

O cenário geral das PMEs segue pressionado por fatores como juros elevados, inflação persistente e baixa confiança de consumidores e empresários. O IGP-M, que acumula alta de 7% nos 12 meses até maio, contrasta com a deflação de 0,34% no mesmo período do ano anterior, sinalizando uma mudança importante no panorama econômico. Apesar do cenário desafiador, Beraldi aponta que há sinais de possível melhora no curto prazo. A combinação entre o mercado de trabalho aquecido, com desemprego em patamares baixos e aumento da renda real, e a desaceleração da inflação, pode ajudar na recuperação. A confiança gradualmente crescente do consumidor, medida pelo ICC-FGV, também pode beneficiar o desempenho das PMEs nos próximos meses.


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