Conheça o perfil de empresas e empreendedores que buscamos para o novo programa de aceleração da Endeavor, o Scale-up Endeavor Tech.
Unicórnios são seres mitológicos — em teoria, não existem. Mas no mundo dos negócios eles podem ser vistos, ainda que sejam raros.
Empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão ganharam esse nome e bastante visibilidade por serem uma aposta tão alta e tão acertada que quase parecem um milagre. Nos EUA, apenas 0,7% das startups que foram investidas por VCs alcançaram esse valuation em 10 anos ou menos.
No entanto, doze unicórnios reportaram a perda de US$ 14 bilhões só em 2018. Às vezes, tão mítico quanto o animal, é a quantia em que essas empresas são avaliadas. Isso porque muitas delas não têm lucro.
O Snapchat equivale a US$ 28 bilhões, mas está perdendo dinheiro. O Uber, mesmo valendo cerca de US$ 72 bilhões, enfrenta o mesmo desafio. E o Whatsapp, adquirido pelo Facebook por US$ 19 bilhões, sequer descobriu ainda como gerar receita.
Nessa onda de criar unicórnios e ter o maior valuation possível, lucratividade passou a ser secundária, o que é bastante preocupante.
Os empreendedores e investidores mais brilhantes e capazes da nossa era estão colocando suor e dinheiro em modelos de negócios que ainda não param de pé.
Por sorte (e competência), temos unicórnios brasileiros nos quais podemos nos espelhar e que representam o perfil de empreendedores e empresas que buscamos para o programa de aceleração Scale-up Endeavor Tech.
Afinal, mesmo que você ainda não seja do tamanho de uma 99, Nubank ou iFood, pode seguir o mesmo caminho de crescimento que eles percorreram. E há algumas características que elas e outras scale-ups bilionárias têm em comum:
1) Elas atacam um novo mercado ou um mercado mal endereçado
Para ter uma solução que vale US$ 1 bilhão, você precisa estar em um mercado de pelo menos US$ 10 bilhões. A matemática é simples: uma empresa gigante não cabe em um mercado pequeno.
Não é à toa que tivemos um boom de fintechs nos últimos anos, por exemplo. Todos usamos serviços financeiros, porém havia uma demanda reprimida pelo sistema dominante.
O mesmo aconteceu com Uber, 99, Cabify, Lyft e demais companhias de mobilidade: mais pessoas passaram a tomar táxis ou veículos particulares por conta da acessibilidade e praticidade que eles introduziram em um mercado secular.
Isso serve para dizer também que seu mercado não precisa ser novo, ou pouco óbvio. Às vezes, ele já é atendido; só é mal atendido. Tampouco você precisa ser o primeiro a atacá-lo, mas precisa, sim, identificar o problema que ele enfrenta, compreendê-lo muito bem, se adaptar às suas necessidades e ter capacidade de execução para fazer melhor e mais rápido que seus competidores.
2) Elas têm vantagem competitiva para vencer nesse mercado
Um banco digital sem taxas talvez fosse suficiente para atingir o valuation de US$ 1 bilhão. Mas várias empresas conseguiriam entregar esse valor. O Nubank, por outro lado, investiu na transparência, em um atendimento único, e em uma cultura organizacional sólida em torno de um propósito, que atrai os melhores talentos — e, portanto, saiu na frente.
O que você tem que não pode ser copiado pela concorrência? Como você gera disrupção além do produto?
Para liderar um mercado de grandes proporções e com tendência de alto crescimento, é preciso saber qual é a virada de chave da qual ele precisa e que você pode entregar com excelência.
3) Elas são viabilizadas pela tecnologia
Um unicórnio não precisa ser um negócio de tecnologia, mas será escalável por causa dela.
Veja o caso do dr.consulta, uma rede de centros médicos com preços acessíveis. São unidades físicas, que exigem pessoas, recursos e concreto. Porém a plataforma de agendamentos e o sistema de gestão que agiliza o atendimento e garante o padrão de qualidade só são possíveis pela tecnologia que a sustenta, e é justamente o que permite consultas mais baratas que as da rede privada — o grande diferencial de expansão da scale-up.
De forma parecida, a Yellow, liderada por dois mentores da Endeavor, é um serviço de locação de bicicletas e patinetes elétricos, mas que funciona por meio de um aplicativo. O aplicativo não é, em si, uma disrupção, mas o que ele oferece e como oferece, sim.
Você não precisa desenvolver uma solução que seja o estado da arte em termos de tecnologia, mas é preciso ser tech-enabled para que se ganhe escala aceleradamente.
4) Elas desenham seus serviços colocando o cliente no centro
O poder já é do cliente. O que scale-ups mais valiosas fazem é apenas facilitar o exercício desse poder, criando uma experiência que seja encantadora ou que, no mínimo, simplifique a jornada dos usuários.
As soluções das empresas selecionadas pelo programa Scale-up Endeavor Tech devem ser focadas neles.
O iFood, do Empreendedor Endeavor Fabricio Bloisi, não apenas media o pedido e a entrega de comida em casa ao concentrar todos os estabelecimentos em um só lugar; ele permite saber quando o entregador está chegando, oferece diversas opções de pagamento, detalhes e avaliações de restaurantes e os recomenda de acordo com preferências de cada usuário.
Já a Stone, fundada pelo Embaixador Endeavor André Street, tem o propósito de ajudar o pequeno varejista a crescer, com um serviço de atendimento diferenciado, taxas mais justas e com um suporte que vai além da maquininha. Nas palavras deles, “nosso objetivo é ajudar o empreendedor a empreender”.
5) Conta com empreendedores espetaculares
Empreendedores dos atuais unicórnios brasileiros são altamente qualificados; todos correram atrás de aprendizado e tiveram muita prática antes de darem luz a seus seres míticos.
Sergio Furio, Empreendedor Endeavor e fundador da Creditas, antes de embarcar para o Brasil com a missão de mudar o mercado de juros bancários, passou 12 anos trabalhando no mercado financeiro, na Espanha e nos Estados Unidos. Chegou a liderar projetos de transformação digital nas maiores instituições financeiras do mundo, o que foi fundamental para entender os mecanismos de organização do mercado financeiro no Brasil — para, com isso, poder ser um agente de disrupção.
O perfil dos fundadores e do time é a diferença entre fazer um negócio decolar ou ficar em voo raso.
Começando pela ambição. Empreendedores de unicórnios sonham enorme, têm alto apetite para riscos, capacidade de execução e tomam decisões agressivas. Mesmo que a empresa ainda não apresente tanta tração, quem está à frente dela precisa ser grande.
Para isso, ela ou ele precisam também saber quanta dedicação é exigida de alguém que pretende montar um negócio bilionário, além de estar a fim de seguir esse caminho, inclusive investindo em seu próprio desenvolvimento.
O sonho grande de Thomaz Srougi, do dr.consulta, é dar acesso a saúde para 150 milhões de brasileiros que hoje estão na fila do SUS ou que não podem contar com um plano de saúde. Ele já atende 1,5 milhão de pessoas, mas segundo conta “nós só atingimos 1% do nosso objetivo”. O sonho é muito maior.
Mais que um ser mitológico
Buscamos futuros unicórnios. Mas eles não devem se parecer com um milagre, e muito menos estar à espera dele.
Unicórnios que justificam seu valor têm modelos de negócio sólidos, validados, lucrativos, com ganho de escala acelerado, e um time que sirva de exemplo para todo o ecossistema empreendedor.
Buscamos quem decide por um caminho “go big or go home”. Mas que também enxerga no horizonte como a sustentabilidade financeira é caminho para escalar e impactar ainda mais pessoas.
E aí sim, quem sabe, ela não ganhe escala a ponto de se tornar um caso raro.
Programa Scale-up Endeavor Tech
Está a frente de uma empresa de base tecnológica? Inscreva-se no Scale-up Endeavor Tech, programa que busca 15 scale-ups que estejam revolucionando seu setor por meio de uma solução (serviço ou produto) com base tecnológica.
O post Sem mágica: antes de unicórnios, precisamos de negócios que geram valor real aparece em Endeavor.
0 comentário