No último dia de South Summit Brazil, maior evento de inovação e startups do Brasil, um dos painéis trouxe à tona discussões sobre o uso da Inteligência Artificial no setor público, com ênfase nas iniciativas implementadas pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul. O debate contou com a participação de profissionais da área, incluindo Rodrigo Batista, cientista de dados da PROCERGS – Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul., Tomas Roque, Senior Account Executive do Gartner e Daniel Freire, Gerente de Divisão de ciência de dados da PROCERGS.
Rodrigo Batista começou seu discurso dizendo que a PROCERGS é uma grande guardiã dos dados do Estados. E os dados são o combustível da IA. A organização desenvolveu em 2021 o GESeg, plataforma que usa ciência de dados para analisar indicadores criminais no RS. “Usamos a IA para personalizar a experiência do usuário e para entregar informações assertivas. Com o GESeg entregamos informações, previsões, detecção de anomalias, para que os que recorrerem possam fazer melhor uso da informação no tempo que tem que ser feito”, explicou.
Com IA, eles também fornecem personalização de experiência do usuário em portais do cidadão. “É por essa linha que a IA está contribuindo para que o Estado consiga melhorar a experiência do cidadão, melhorar a qualidade de vida do cidadão. Afinal, são as nossas vidas que estão aí e é a nossa experiência junto ao governo”, completou.
A questão da ética e da proteção de dados foi outro ponto relevante do debate, com destaque para a abordagem da PROCERGS em adotar o conceito de “privacy by design” desde a concepção das soluções até sua execução e entrega. Daniel Freire ressaltou o compromisso da empresa em garantir a segurança e privacidade dos dados dos cidadãos, seguindo as diretrizes da LGPD e adotando práticas de anonimização – técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa – e segurança no tráfego de dados.
Ciclo de maturidade da IA
Durante a palestra, os especialistas discutiram o ciclo de maturidade das tecnologias, exemplificando-o como um processo que começa com altas expectativas, passa por momentos de desilusão e eventualmente atinge um estágio de estabilidade. Segundo Tomas, esse ciclo é impulsionado por necessidades específicas e tendências do mercado. Ele destacou o avanço da inteligência artificial (IA) generativa e seus potenciais benefícios, como a capacidade de gerar formulários, operações, designs e apresentações. No entanto, também ressaltou os riscos associados ao uso massivo dessa tecnologia, incluindo a propagação de fake news e questões de segurança.
Ao abordar a questão da maturidade das tecnologias, os palestrantes enfatizaram a necessidade de um modelo de decisão diferente ao trabalhar com dados preditivos. Rodrigo destacou a importância do nível de confiança na tomada de decisões, especialmente em processos judiciais. Ele ressaltou que o uso de algoritmos preditivos requer uma compreensão clara de seus resultados e limitações, visando garantir uma maior precisão e confiabilidade nas análises.
“Recentemente, tivemos um caso em que um executivo realizou uma transferência bancária após uma reunião com seus superiores, após fazer o pagamento, descobriu que aqueles que deram ‘ok’ na reunião na verdade não eram seus chefes. Isso destaca os riscos da confiança cega em processos automatizados”, destacou o palestrante.
“Um ponto importante que todas as pessoas acabam percebendo é que o uso de um modelo generativo tem uma questão grande na sustentabilidade, então o uso da energia para que esses modelos se gerem também é uma preocupação com o meio ambiente, então não é só o uso da IA, fake news, mas também com a questão de sustentabilidade, mas em linhas gerais temos aí dois ou três anos para a gente chegar nesse platô de maturidade”, completou Rodrigo.
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