* Por Daniela Muniz 

Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, realizado em 2018, cerca de 56% dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil se dizem insatisfeitos com seu emprego.

Além disso, há mais de 12 milhões de desempregados no país. Diante desse cenário, o empreendedorismo tem sido o caminho. Como coach, focada em alta performance feminina, tenho atendido diversas mulheres que estão insatisfeitas com suas carreiras; donas de casa que necessitam complementar a renda familiar e tantas outras que em breve irão se aposentar, mas permanecem ativas para o mercado; com disposição física e que, nem de longe, pensam em parar de trabalhar. Todas elas preenchidas pelo mesmo desejo: Se tornarem empreendedoras!

Mas por onde começar? 

Movidas pela necessidade de manter o padrão de vida ou complementar a renda familiar, a primeira pergunta que se fazem é: “o que posso fazer para ganhar mais dinheiro?” ou “o que posso fazer para manter o meu padrão de vida?”

Esses tipos de pergunta são normais vindo de uma empreendedora, contudo pode ser uma grande armadilha, pois toda a insatisfação que outrora tinha pode surgir novamente e gerar muita frustração, perda de tempo e dinheiro.

Para empreender, algumas habilidades devem ser desenvolvidas antes de abrir o próprio negócio: conhecimento de mercado, público-alvo, produto, serviço, tecnologia, finanças, gestão de tempo, pessoas, foco. Tais habilidades são fundamentais para começar com segurança, mas o que de fato pode garantir o sucesso é algo muito mais importante, e talvez não levado tão a sério, chamado autoconhecimento.

Antes de pensar o que pode gerar renda e lucro algumas perguntas devem ser respondidas:

1. O que move minha vida?
2. Qual a diferença que posso fazer na vida das pessoas?
3. O que me realiza?
4. Estou disposta a perder ou abrir mão de algo?
5. Quais são os meus valores?
6. Que legado quero deixar na vida?
7. Qual estilo de vida é ideal para mim?
8. O que ou quais coisas me deixam feliz?
9. O que preciso aprender que ainda não sei?
10. O que, sinceramente, preciso aceitar e mudar em mim?

Essas perguntas levam à construção de um propósito de vida. Por propósito podemos entender como o grande motivo para realizar ou atingir algo, é a motivação intrínseca que nos move a levantar todos os dias, que faz os olhos brilharem, aumenta o poder de comunicação e o desejo de aprendizado todos os dias, para darmos o nosso melhor em prol de algo.

Qualquer negócio que tenha como fim unicamente o retorno financeiro está fadado ao insucesso. Não há como liderar uma equipe, vender um produto ou serviço se o propósito não estiver alinhado. Assim como não há como se comprometer por horas, meses e anos se realmente não se gostar do que faz e existir um motivo maior para melhorar continuamente, aprender, ensinar, produzir e levar uma bandeira que não seja sua verdade.

Outro ponto que deve ser levado em consideração antes mesmo de começar é se o seu objetivo / negócio é ecológico, ou seja, se ao longo tempo não fará mal para você, para sua família e para a sociedade na qual está inserida. Necessitamos viver de forma sistêmica. Por mais que o trabalho seja de suma importância em nossas vidas, ele é apenas mais um pilar que nos estrutura.

Empreender deve ser sinônimo também de qualidade de vida. De nada vai adiantar ter o próprio negócio e perder a própria família, amigos, convívio social, a saúde. Por isso, esses valores devem ser postos na balança antes da escolha de empreender.

Enxergar seu propósito, estilo de vida, valores, limites e habilidades são os primeiros passos antes de realizar qualquer plano de negócio.

Não existe problema sem solução, de forma que se você usar sua criatividade, que aliás o povo brasileiro tem em abundância, é possível fazer o que gosta, ganhar dinheiro e viver de forma sistêmica.

O que você perde não demandando tempo para fazer essas reflexões e ser absolutamente sincera com você? 

✓ Ouvir outras pessoas e se distanciar do seu propósito e missão de vida;
✓ Não sonhar alto ou se sentir incapaz;
✓ Pensar apenas no lucro financeiro e pagar um preço emocional e físico alto;
✓ Manter-se na zona de conforto e não agir ou pegar atalhos para empreender;
✓ Embarcar no propósito de alguém e lá na frente se arrepender;
✓ Não ter uma visão macro e acabar fazendo o que os outros já fazem e da forma que fazem,  sendo assim uma empreendedora medíocre (mediana);
✓ Não ter persistência suficiente para continuar no mercado;
✓ Falhar em seu objetivo e culpar a sorte, governo, crise, ou seja, não ser autorresponsável.

Você pode ir muito mais além do que imagina, por isso, acredite em seu propósito. Existem duas possibilidades: Servir de agente transformador, para construir o sonho de alguém ou dirigir a própria vida, pagar o preço necessário para fazer o que precisa ser feito e realizar seu próprio sonho. Qual delas você escolhe?

Ser empreendedora é desafiador, mas se você estiver aberta às mudanças, for flexível, acreditar em suas potencialidades, dedicar-se profundamente para uma entrega com excelência, será apenas uma questão de tempo o sucesso bater a sua porta. Isso não é sorte. Isso é RE- SUL-TA-DO.

* Daniela Muniz dentre suas especializações é administradora, terapeuta integrativa, palestrante, treinadora profissional e coach integral sistêmico formada pela FEBRACIS (Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico) e FCU – Florida Christian University – EUA.

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