Na véspera do CASE, o STARTUPI, em parceria com a ABStartups, realizou a maior imersão no ecossistema de inovação e tecnologia em São Paulo. Durante três dias, mais de 300 empreendedores de 15 estados do País visitaram mais de 30 empresas inovadoras: startups, unicórnios e corporações. Divididos em grupos, puderam conhecer os bastidores e conversar de perto com fundadores, sócios, executivos e heads de programas de inovação, permitindo uma experiência incrível e muita troca de conhecimento e networking.
Confira aqui alguns dos principais assuntos abordados durante a imersão:
Coworking
De acordo com o último Censo Coworking Brasil, os escritórios compartilhados cresceram 500% nos últimos três anos no país, mais que o dobro da média mundial, de 200%. Em 2018, foram contabilizados 1194 coworkings nos 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal. Juntos, faturaram R$130 milhões naquele ano.
Os números comprovam que, cada vez mais, os profissionais procuram um espaço compartilhado para trabalhar e, mais que isso, dividir experiências com colegas. Luana Freitas, do Co.W. Coworking, diz que o objetivo de espaços como este é, de fato, fomentar o networking e otimizar o tempo dos profissionais. “Queremos que os empreendedores se ocupem com o que amam: suas startups. Portanto, cuidamos de toda a parte de facilities. É também um terreno fértil para a troca de ideias e conexão, uma vez que temos membros da comunidade de diversos segmentos inseridos aqui. Para startups com times não muito grandes, acreditamos fortemente que um espaço de coworking é ideal.”
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Parceiros
Durante os três dias de Plus Day | Innovation Tour, os participantes puderam contar com uma série de parceiros que transformaram esta imersão em um evento muito mais saboroso. São eles: Mais Pura – pipocas gourmet -, Frispy – snacks veganos -, Pinati – barras de cereal -, Snackout – doces saudáveis de colher -, e Bolo de Copinho.
Uma das maiores redes de fast food do mundo também foi um grande parceiro do evento. Para fechar todos os dias Plus Day | Innovation Tour, o Subway ofereceu aos participantes lanches para tornar o Happy Hour ainda mais gostoso.
Investimento e incentivo ao ecossistema empreendedor
Investimento pré-seed
Nos últimos anos, uma lacuna no mercado brasileiro de investimento está sendo preenchido: a necessidade de fundos de investimentos pré-seed para fomentar o mercado. Quem vem trabalhando neste cenário é a Bossa Nova Investimentos, o VC mais ativo da América Latina e também anfitrião do Innovation Tour.
A Bossa é focada em investimentos em startups no estágio pré-seed, empresas B2B ou B2B2C com modelos de negócios escaláveis e digitais que estejam operando e faturando. De acordo com os fundadores, o fundo opera para ajudar startups a se tornarem maduras e alavancarem suas vendas. Liderada pelos empresários Pierre Schurmann e João Kepler, a empresa tem a meta de investir em até 1 mil startups até o próximo ano. “As áreas que mais nos interessam são educação, saúde, fintechs, lawtech, soluções para PME e softwares para varejo”, porém não se limitam somente a estes segmentos”, diz André Kabbani, Analista da Bossa Nova.
Conexões
A Oracle, multinacional referência em tecnologia, também está dando passos largos no ecossistema empreendedor brasileiro. A última iniciativa da companhia foi a Casa Oracle, criada com o objetivo de estreitar conexões e fomentar o empreendedorismo e, com isso, trazer tecnologia como ingrediente principal para promover transformação digital, conhecimento e experiências.
para Rodrigo Galvão, presidente da Oracle Brasil, o lema da empresa é transformar o mundo por meio da inovação, empoderando pessoas. Por isso, além do público formado por clientes, parceiros, estudantes, educadores, startups, desenvolvedores e comunidade, a empresa pretende incentivar a inovação em todos os níveis da sociedade, incluindo a cocriação de soluções baseadas em tecnologias emergentes e nuvem, como Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Blockchain, entre outros.
Venture Capital
Dentre os principais fundos de investimento do Brasil, figura o nome da DOMO Invest. O portfólio da venture capital tem nomes como Resolvvi, Agenda Edu e Instaviagem. Criada há mais de 20 anos, a organização apoia startups de tecnologia em seu estágio inicial, auxiliando no crescimento e fixação dessas empresas em mercados competitivos. “A gente atua especificamente no instante em que as startups já receberam investimento-anjo, isto é, seu primeiro investidor institucional, ajudando elas a sair desse primeiro estágio e levar elas até uma série A, B e assim por diante”, afirma o Managing Partner da empresa, Gabriel Sidi.
O trabalho da DOMO consiste em encontrar a ação desejada para investir, em seguida nutri-la ou esperar que se desenvolva e por fim, vendê-la. “A gente trabalha bastante com o estágio de deal flow, de achar as startups que tenham alinhamento com a nossa tese”. Assim, para que a startup cresça em pouco tempo, é preciso que dois fatores sejam levados em consideração. O primeiro deles é ajudar a empresa no momento da receita e o segundo é “limpar o trilho”, ou seja, como a DOMO vai retirar os obstáculos para o desenvolvedor da startup errar menos. “Always make new mistakes”, destaca.
Aqui, Gabriel Sidi fala sobre as previsões para o investimento-anjo em 2020:
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Inovação corporativa
Para fomentar o ecossistema empreendedor, o mercado não está apenas investindo capital. O Carrefour, por exemplo, está apostando fortemente em inovar a companhia e, para isso, está investindo cada vez mais em parcerias com startups. “A área de inovação do Carrefour tem uma missão de tentar reinventar nosso negócio pensando em todos esses agentes que compõe nosso ecossistema de trabalho”, diz Caroline Giordani, gerente de inovação do Grupo. A área de inovação da empresa nasceu em 2018 e, já em 2019, cresceu e uniu os mundos físico e digital.
Para 2020, Caroline acredita que vai ser o ano em que sua equipe de inovação estará mais presente, tem muitas coisas que ela quer fazer, muito mais projetos a serem realizados “a gente quer trazer soluções de fora, trazer parceiros, mas como um time interno a gente acredita que tem muito o que aprender e desenvolver, sendo um time enxuto justamente pra gente ter, também, essa tomada de decisão mais acelerada e mais ágil”, destacou.
E-commerces, marketplaces e o varejo brasileiro
Comércio eletrônico
De acordo com a VTEX, a Black Friday de 2019 representou um crescimento de quase 50% em relação ao ano anterior. Quem se beneficiou – e muito – deste gigantesco volume de vendas foram os e-commerces e marketplaces brasileiros, que estão ganhando força a cada edição do evento. Um deles é o OLX, marketplace que vende mais de 85 mil itens por dia, com mais de 7 milhões de usuários diários.
Carolina Carioba, da área de talentos da empresa, acredita que os e-commerces e marketplaces do Brasil estão na fase de investir cada vez mais em robustes, segurança e privacidade nas plataformas, além da importância da omnicanalidade, uma vez que os clientes estão diariamente mais digitais, exigentes e buscando personificação do atendimento das marcas.
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Desafios
A vida do empreendedor varejista no Brasil ainda está longe de ser a ideal. Para o Mercado Livre, os principais desafios para este mercado, ainda mais para os pequenos e médios negócios, estão vinculados à logística e desbancarização dos clientes. Além disso, há o marketing online que deve ser uma preocupação dos varejistas.
Portanto, este ano o Mercado Livre investiu R$ 3 bilhões em suas operações no Brasil. O valor foi direcionado principalmente à área logística, para aceleração da velocidade de entregas das mercadorias vendidas no marketplace, e à expansão da oferta de serviços financeiros, capitaneados pelo Mercado Pago, fintech do grupo.
Tecnologia e tendências de mercado
Tendência
Dos mercados que estão se transformando exponencialmente hoje, o segmento financeiro se destaca. No Brasil, celebramos unicórnios como Nubank, PagSeguro, Stone e – mais recentemente – Ebanx. Todas, entretanto, com algo em comum: estão mudando a forma como o brasileiro lida com transações bancárias.
Ao falar sobre novas tecnologias que vão impactar o sistema financeiro, Paulo Fagotti, head de Marketing da Iugu, acredita que a forma como as pessoas lidam com o dinheiro é o que mais será alvo das próximas inovações. “Hoje as moedas estão muito digitais, como pagamentos digitais e criptomoedas. Cada vez mais isso estará no cotidiano das pessoas. Por isso as empresas, tanto as que recebem pagamento quanto as que cobram, precisam se adaptar, porque este movimento vem para ficar e é fato: a tecnologia está transformando a forma como as pessoas consomem.”
Dados
2020 já está chegando. Com ela, a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados. Muitas empresas brasileiras ainda não estão em conformidade com a nova legislação, que regulamentará o tratamento de dados pessoais de usuários. A In Loco, startup especialista em geolocalização, diz que há alguns pontos de atenção na nova lei que todas as empresas que lidam diariamente com grande volume de dados devem estar ligadas. Para se adequar, usar e abusar da tecnologia é a saída.
Para começar, as empresas precisam entender o que é um dado pessoal do usuário, ou seja, aquilo que pode identifica-los: nome, e-mail, documentos, saldo bancário etc. Conhecendo os dados “identificáveis” e “não identificáveis” dos usuários, o ideal é separá-los em bases de dados diferentes, para que pelo menos parte deles sejam anonimizados.
Jeito de startup, tamanho de grande corporação
Fome de crescimento
Para falar sobre crescimento, um case ideal é o iFood. A empresa foi fundada em 2011, nascida de uma iniciativa na Unicamp. Hoje, já tem clientes em mais de 800 cidades brasileiras, além de atuar também no México e Colômbia.
A empresa atende cerca de 21,5 milhões de pedidos solicitados pelo aplicativo, se consolidando como a maior plataforma de delivery de comida da América Latina, com mais de 100 mil restaurantes cadastrados na plataforma e mais de 120 mil empregadores parceiros.
Mesmo com o crescimento exponencial, o iFood manteve sua cultura de startup, determinante para o sucesso da empresa. Segundo Larissa, isso se deve a uma parceria entre a organização e seus funcionários, os chamados foodlovers. “O nome iFood trouxe uma inovação para o mercado de comida e por mais que a gente tenha deixado de ser uma estrutura de startup, o pessoal ainda encara dessa forma, é jovem e abraça esse desafio dessa forma. Inclusive, a gente ser um unicórnio para o mercado ajuda a gente a manter uma cultura de startup também”, diz Larissa Gatti, da empresa.
Cultura de startup
Quem também mantém sua cultura de startup, mesmo com mais de 19 milhões de visitas por mês na plataforma, é a mineira Sympla. A empresa atinge 32 mil eventos realizados simultaneamente em um dia, mas sustenta sua cultura com afinco e devoção.
Mesmo crescendo exponencialmente durante sua atuação no país, Juliana Lima, Head of Community Growth, confirma que são grandes desafios e tudo isso não nasceu do dia para a noite. Os valores aplicados, portanto, vêm de seus fundadores e que de forma orgânica transmitem para toda a empresa. Valores de reconhecimento, inspiração, feita por empreendedores, nobullshit (sem enrolação) e principalmente com valor humano.
Hub
Todos os dias do Plus Day | Innovation Tour foram encerrados no CUBO Itaú, maior hub de inovação da América Latina. Além de fazerem networking e trocarem experiências, os participantes puderam conhecer de perto as instalações. Aqui, Danilo Picucci, do CUBO, fala sobre a importância de hubs como este para o fomento do ecossistema empreendedor:
Além do Plus Day, na véspera do CASE, imersões como essas são realizadas durante o ano todo pelo STARTUPI, tanto em São Paulo, quanto nos principais polos de inovação por todo Brasil, América Latina e outros países. Quer levar grupos de sua cidade ou empresa para viver essa experiência? Fale conosco pelo education@startupi.com.br.
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